Maria Elisa Ribeiro
POEMA
em nós, só eu existi
com meus braços
que te apertaram,
exaustivamente,
com meus olhos
que te olharam,
sofregamente,
com meus lábios que tão docemente
te beijaram…
com meus braços
que te apertaram,
exaustivamente,
com meus olhos
que te olharam,
sofregamente,
com meus lábios que tão docemente
te beijaram…
se a memória o permitir,
deixa que os lábios sangrem de saudade
e que ela siga nesse sangue caminheiro
a correr pelas tuas veias,
em direcção ao porto derradeiro…
o coração-por-inteiro
deixa que os lábios sangrem de saudade
e que ela siga nesse sangue caminheiro
a correr pelas tuas veias,
em direcção ao porto derradeiro…
o coração-por-inteiro
as mãos com que me viveste…
essas, abandona-as…
…e, dado que não posso voltar
à primeira vez que te amei
leva, então, TUDO…teu corpo, teu sentir, teu viver…
…parte e deixa-me o Vento!
esse, apenas, para que com ele possa despertar
as sensações das searas atufadas de novas sementes,
as ramas das árvores e o cheiro das flores no jardim
perto do rio onde,
de amores cantavam as aves em saudoso e doce pio
essas, abandona-as…
…e, dado que não posso voltar
à primeira vez que te amei
leva, então, TUDO…teu corpo, teu sentir, teu viver…
…parte e deixa-me o Vento!
esse, apenas, para que com ele possa despertar
as sensações das searas atufadas de novas sementes,
as ramas das árvores e o cheiro das flores no jardim
perto do rio onde,
de amores cantavam as aves em saudoso e doce pio
Maria Elisa Ribeiro- Portugal
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