quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Poema REGººººº

POETAS
Quem sou eu,
pobre de Cristo,
que no meio de poetas
me convenço de que existo?
Solidão igual tal
sem ombro para o meu ombro,
(só a da pobre palavra que a navegação
de tantas barquelas ,
nem descobriu no seio delas…)
Morre a onda anónima na praia de areal espumoso…
…morre a palavra que o simples poeta não encontra,
no seu cansado pensamento ardiloso…
…e morre o poeta desconhecido, por não ter tido a sorte
de ser descoberto, neste deserto de olheiros-cegos…
E os dias são espelhos d’outros dias
por onde passearam minhas clandestinas alegrias
que,mal se viram reflectidas sem alma, ME desapareceram,
ME desertaram, ME abandonaram…
Serei poeta, EU, pobre de Cristo?
JAN/020
Maria Elisa Ribeiro
(Foto Google)

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