sábado, 22 de dezembro de 2018

OBRA REGªªªªªªªªªªªªªªª





Poema

SERÁ ÓBVIO?

Foste embora…
…mas senti, que não chegaste a partir…

Evadi-me de mim-mesma, cerrei as pálpebras…
…ouvi um canto que me chamava
mas o meu não se fazia ouvir…
Alheei-me do sonho que sonhava nas minhas pálpebras
fechadas,
e esqueci as letras e as sílabas
para construir o poema de quando os olhos
nos tremiam, só de nos olharmos.

É óbvio que, um dia, pode suceder que redescubramos
o fogo antigo dos sobressaltos das nossas mãos apertadas
àquelas pétalas da rosa carmim, desabrochadas…
…mesmo que não aqui…mesmo que sem Mim e sem Ti…

É óbvio? Não tanto assim…
Tudo mudou, no entretanto de Nós…
Muitos caminhos se perderam
ao despertarem em momentos de outras eras.
As rosas abertas e coloridas foram mudando de lugar.
Os pássaros não são os mesmos que por aqui voavam,
mas andam pelos nossos ares a revoltear.

Quando foste embora
partiste, verdadeiramente, afinal…
…e eu já não cerro as pálpebras para te sonhar…

Assim, já posso escrever o poema
cujas palavras andaram perdidas, pelos tempos, a esperar
que eu voltasse a dar-te as boas-vindas.

Maria Elisa Ribeiro
NOV/015

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