OURO FLUVIAL
Escrevo versos tristes na noite deste dia
__________________________
Escrevo astros e estrelas, que tiritam de frio azul
______________lá longe, onde o vento canta e assobia,
______________antes de percorrer o caminho que, do firmamento,
______________o vai trazendo ao meu dia.
Escrevo esse frio nos meus versos quentes.
A alma sente-os cair, sílaba a sílaba,
________________ sobre o papel húmido
___________________como superfície campal, onde o orvalho cai e acalma
_________________________a
Escrevo sombras enredadas na solidão profunda
de sufocar lamentos nas lágrimas orvalhadas,
que regeneram rebentos.
Minha rede de música está presa nos sonhos
que se iluminam à passagem do poema pela noite fria,
onde o dia acordou risonho…
Nos sonhos, escrevo o canto da amplitude universal
ao alcance dos meus dedos como ouro fluvial…
Quem não canta, chora…
___________________… sente que a brisa da tarde arrasta a voz interior
_______________________par
Nas montanhas, contudo, há flores alegres, amoras rubras
___________e árvores orgulhosas das suas ramas folhosas.
Nos mares, sempre iguais- ao-Igual, as ondas
________não precisam do brilho das estrelas nem da luz da lua,
__________para melhor verem o caminho, que as leva ao areal.
Só Eu, animal racional no meu labirinto emocional,
eu só, afinal,-
- sei que estou de mal-comigo,
quando não consigo ver o dia risonho
nos versos do poema, em que é a noite o meu abrigo…
Inscrevo, então, meu estranho temporal,
_______ na verdade das folhas amontoadas
___________ num remoinho de vento
______________que se perdeu em vôos pelo céu,
___________________ no relento astral.
Maria Elisa Ribeiro
AG/014
Sem comentários:
Enviar um comentário