De Afonso Duarte(1884-1958), in Net:
Horas de Saudade
Vou de luar em rosto, descontente:
Meus olhos choram lágrimas de sal.
— Adeus, terras e moças do casal,
— Adeus, ó coração da minha gente.
Vou de luar em rosto, descontente:
Meus olhos choram lágrimas de sal.
— Adeus, terras e moças do casal,
— Adeus, ó coração da minha gente.
A hora da saudade é uma serpente:
Quero falar, não posso, e antes que fale
Ela enlaça-me a voz tão cordial
Que as coisas mais me lembram fielmente.
Quero falar, não posso, e antes que fale
Ela enlaça-me a voz tão cordial
Que as coisas mais me lembram fielmente.
Olhos de amora, e uma ave na garganta
Para enfeitiçar a alma quando canta,
Moças com sua parra de avental;
Para enfeitiçar a alma quando canta,
Moças com sua parra de avental;
Graça, Beleza, um verso sem medida,
A Saudade desterrou-me a vida ...
Sou um eco perdido noutro vale.
A Saudade desterrou-me a vida ...
Sou um eco perdido noutro vale.
Afonso Duarte, in "Episódio das Sombras"
Sem comentários:
Enviar um comentário