"As minhas palavras têm memórias ____________das palavras com que me penso, e é sempre tenso _________o momento do mistério inquietante de me escrever"
segunda-feira, 3 de novembro de 2014
Artigo no "Diário de Notícias"
Por que a NATO quer tanto defender Peniche
por LEONÍDIO PAULO FERREIRAHoje6 comentários
Voltemos a Kissinger, o papa da geopolítica, e à tese sobre os russos mestres do xadrez. Nos últimos tempos a jogada mais falada foi a dos aviões junto à costa ocidental europeia, típico movimento de bispo, mais surpreendente do que ameaçador. Claro que aquilo que interessa mesmo a Putin é a Ucrânia, a rainha que não podendo ser tomada é obrigatório imobilizar. Se necessário, recorre-se a alguns peões, como os separatistas pró-russos, senhores de Donetsk.
O que ninguém notou foi uma outra jogada, branda, quase como se não houvesse um jogo para ganhar, apesar de tanto se falar do regresso da Guerra Fria: a presença de um ministro russo em Kirkenes para, com o rei Harald, celebrar a libertação do Norte norueguês pelo Exército Vermelho há 70 anos. Cerimónia idêntica ocorreu em agosto na Eslováquia, com outro ministro russo na homenagem ao levantamento antinazi de 1944.
Noruega e Eslováquia são membros da NATO. Um fundador, o outro desde 2004, já depois do fim da Guerra Fria. Ambos estariam na primeira linha do expansionismo russo que alguns receiam, mais agora que os Tupolev andaram perto de Peniche (cem milhas!) e outros foram a Sagres.
Mas nem a Noruega, rica em petróleo, nem a Eslováquia cumprem o que em 2002 em Praga a NATO impôs como fasquia mínima de despesa militar: 2% do PIB. Os noruegueses gastam 1,4%, os eslovacos apenas 1%. E não são os únicos faltosos. Dos 28 países, além dos Estados Unidos, só três respeitam o compromisso assumido.
E destes só a Estónia, ex-república soviética com um quarto de russófonos, se pode dizer que se arma a pensar em Moscovo. No caso dos britânicos, as prioridades podem ir das Falkland ao Iraque. E a Grécia preocupa-se é com a Turquia, um aliado na NATO.
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