quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Poema (obra regª)



Poema :







DIA PARTIDO AO MEIO




________________Todos os dias afogo ilusões das esperanças
e todos os dias renasço nas crenças do sonho,
que me deu a luz…


________________Todas as manhãs renasço, consciente de que
a noite lutou, para que as estrelas brotassem
e eu pudesse ser como sou…

________________Todos os dias rio de mim
quando, ao arejar a alma, percebo que os becos a vencer
são, tão só, partes do percurso onde avulto…




Neste sozinha-comigo sinto-me acima do chão que piso
e flutuo no silêncio telúrico das raízes
que todos os dias crescem e são felizes!




Quão difícil é a Noite, esse Dia-cortado-ao-meio
no silêncio de todos os ruídos, onde um simples suspiro
é o sinal das Mudanças, em que uma linha de Tempo respira!




Pequenas-grandes coisas me individualizam,
Me fazem Ser-Eu
na intimidade de tudo a que chamo Meu.


Minha
é a poesia que vem do mar e salta os sulcos das montanhas,
vinda nas ondas do vento a mostrar
o peregrinar do pensamento…ideias tamanhas
que lutam contra formais lamentos-a-recordar- odores-a-canelas…




As palavras, minha música que leva a percorrer
os bosques, ilhas de encantos- desencantados, recantos onde
sou mesmo maior na imagética do real, purificam as águas turvas
das entradas de uma qualquer majestosa catedral…




____________E o dia-partido-ao-meio pelo temporal de estrelas
______________que se mostram a brilhar,
________________entra pela noite dentro, num ritmo secular,
__________________com palavras por entre as trevas
_____________________ onde vão poder reinar.

Maria Elisa Rodrigues Ribeiro
NOV/014


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