OUÇO-ME PENSAR
Que música Longe perto me canta,
quando persigo O pensar ao que não posso voltar?
Meu vestidito de tule perdido nas pontas dos louros
cabelos-em-caracol…
Meu Agora consciente de um hino que-canta-em-dó…
Meus pensamentos distantes, na velha casa da avó…
Penso-me, ouvindo ideias a correndo nas pontas do tempo
que ,nos dedos guardaram a voz dos rumores do vento.
Penso-me, por palavras, substracto da minha Essência,
sem as quais não tem sentido, o sentido da Existência.
E a areia do meu mar correndo-me pelas veias,
calada e eloquente ,regista-as em permanência.
No reverso do meu verso, leio o que sinto-a-escrever,
sabendo que esse Sentir, é O tudo que faz doer.
Ouço as asas cansadas das aves que vão voando…
Ouço os ventos alterados, do tempo que os vai levando…
Ouço o mar dos inquietos segredos,
subir à espuma das ondas,
e deixar-se levar, às voltas, nas águas de todos os medos.
Ouço a vida, que corre pelas páginas do papel
de onde saltam verdades, com a força de um corcel
que corta os ares a cada Instante-do- Instante.
Ouço-me a pensar…
Penso-me a ouvir a voz de mim…
___________________de Antes para Hoje,
___________________do Passado para o Presente,
___________________para esta Hora da escrita, onde o Futuro é Agora.
Ó Infância…
…deixa-me olhar-te daquela mística janela onde,
à distância, vejo O quanto perdi dela…
Maria Elisa Rodrigues Ribeiro
Junho/014
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