sexta-feira, 4 de julho de 2014

Poema Meu





























OUÇO-ME PENSAR







Que música Longe perto me canta,

quando persigo O pensar ao que não posso voltar?



Meu vestidito de tule perdido nas pontas dos louros

cabelos-em-caracol…

Meu Agora consciente de um hino que-canta-em-dó…

Meus pensamentos distantes, na velha casa da avó…



Penso-me, ouvindo ideias a correndo nas pontas do tempo

que ,nos dedos guardaram a voz dos rumores do vento.

Penso-me, por palavras, substracto da minha Essência,

sem as quais não tem sentido, o sentido da Existência.

E a areia do meu mar correndo-me pelas veias,

calada e eloquente ,regista-as em permanência.

No reverso do meu verso, leio o que sinto-a-escrever,

sabendo que esse Sentir, é O tudo que faz doer.



Ouço as asas cansadas das aves que vão voando…

Ouço os ventos alterados, do tempo que os vai levando…

Ouço o mar dos inquietos segredos,

subir à espuma das ondas,

e deixar-se levar, às voltas, nas águas de todos os medos.



Ouço a vida, que corre pelas páginas do papel

de onde saltam verdades, com a força de um corcel

que corta os ares a cada Instante-do- Instante.



Ouço-me a pensar…

Penso-me a ouvir a voz de mim…

___________________de Antes para Hoje,

___________________do Passado para o Presente,

___________________para esta Hora da escrita, onde o Futuro é Agora.



Ó Infância…

…deixa-me olhar-te daquela mística janela onde,

à distância, vejo O quanto perdi dela…





Maria Elisa Rodrigues Ribeiro

Junho/014






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