Poema:
O TEMPO DO CORPO…
De noite,
______sempre de noite,
__________quando acontece a magia,
_____________surge na fala do vento
_________________ um poema de suspirada melancolia.
De noite,
______todas as palavras urgentes surgem
_________das mãos com que me afagas os cabelos…
_______________…depois, nem sei bem o que vem nelas…
_______________________se o maior amor do mundo
[ou se o mundo-maior-que-o-amor…]
E basta um beijo que rompa as ruas desertas de mim,
para que o pensamento viaje
e me leve para uma verdade sem fim//
As brisas enlouquecidas pousam-te no meu poema/
onde sei que a tua boca é redonda como uma lua crescente
que pode ajudar o orvalho a alimentar uma semente//
E, nessa hora poente
(quando a loucura de escrever o tempo do nosso corpo,
se torna mais insistente),
um perfume expande-se em teu redor
e eu corro a abrigar-me no peito do teu ardor…
De noite,
os verbos conjugam tempos
________que estendem os braços para pétalas floridas
________guardadas no ventre das estrelas brilhantes,
________que adormecem------- pouco antes------- da manhã trazer
________o sol, desprevenido.
E o meu poema, que é da cor dos teus olhos
(quando se cruzam com os meus,)
fica rosado, aromático e excitado como pétalas do céu,
numa intimidade quente, que só não conta quem mente…
O tempo do corpo, tal como o sonho, afinal, “comanda a vida”…
Maria Elisa Rodrigues Ribeiro
Maio/014
—
Sem comentários:
Enviar um comentário