"As minhas palavras têm memórias ____________das palavras com que me penso, e é sempre tenso _________o momento do mistério inquietante de me escrever"
segunda-feira, 26 de maio de 2014
Poema (obrª Regª)
POEMA:
AMOR
Minhas mãos divagam, cegas, por entre os teus cabelos.
São aves de asas perdidas,
decididas a encontrar um ninho nos teus desvelos.
Fazem secretas viagens nas tempestades de verão
-no inferno dos meus sentidos.
Movem-se, minhas mãos, em madrugadas secretas
escondidas no alvorecer,
no meio de folhas erectas da glória de viver.
Ocultas e atrevidas, foram tocar-te, imprudentes,
ao nocturno seio das luzentes estrelas,
deitadas num areal de espuma, a saborear uma língua de mar…
…e dou-te o olhar molhado de labaredas, ao luar…
…dou-te, ainda, o canto do meu corpo
-em sinfonia de amor…
A noite, apressada, transmite-se corpo-a-corpo
em acordes musicais,
que cheiram a maresia,
na revolta das ondas de espuma
em maré de Lua-Cheia,
da concha dos meus ouvidos, a sentir-te ciciar…
O Sol parou
nas encostas
dos horizontes dormentes
das escarpas decididas
a manterem-se insistentes …
Maria Elisa Rodrigues Ribeiro
-MQC-MRÇ/013
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