"As minhas palavras têm memórias ____________das palavras com que me penso, e é sempre tenso _________o momento do mistério inquietante de me escrever"
sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014
A CORRUPÇÃO EM PORTUGAL, VISTA POR PAULO DE MORAIS, PRESIDENTE DA AGÊNCIA CONTRA A CORRUPÇÃO!OIÇAM...
ligação através de Os Indignados.
há alguns segundos
Eis um Homem! T3 Ep.39 - SAPO Vídeos
videos.sapo.pt
Paulo Morais, ex-vice-presidente da CM do Porto e vice-presidente da ONG "Transparência e Integridade" diz que o parlamento é o grande centro da corrupção em Portugal e que a corrupção é a verdadeira...
Poema: SAMARITANA
SAMARITANA
Negros cabelos te encobrem, na noite
em que vais encher o cântaro
à fonte, no alto do monte.
_________________Só as copas dos pinheiros e as flores vermelhas
_________________te falam do vento que afastou a neve,
_________________levando a marca dos teus passos leves.
O rebanho passou…uma ovelha perdida encostou-se ao castanheiro
transida de medo e frio…um pastor espera-a,
na beira do rio,na margem da fonte.
(As oliveiras descansam ao som da água, numa colina de Jerusalém.)
_____________________________Faúlhas de luz dos raios das estrelas cheiram
_____________________________à resina da noite, que odora as ravinas
_____________________________da tua cintura estreita…
E em teus olhos de violeta estende-se um corpo
colado aos anseios da escuridão,
que te alimenta os devaneios de humana excitação.
Matas a sede…enches o pote…soltas os cabelos presos
numa grinalda de fios de luar que,
passando por desertos e oceanos,
te falam dos segredos -que-deixam-de-o-ser…
_________________________Cobrem-te as folhas mortas dos bosques…
_________________________na alegria do degelo dos sentidos, VIDA-BEM.
Sabes que o mundo é, agora, TUDO o que te separa do mundo, também…
E o cântaro cheio é uma ilha do teu arquipélago-a-ser,
na brancura da noite de alabastro que acabas de viver .
Os pássaros dormem, pendurados nas figueiras de figos-mel,
até ao silêncio dos anos em que o sul será engolido pelo vento.
Teu cabelo recolhido num beijo vida, desces a vertente,
cansada de fôlego-alma… mistério escondido no tronco das árvores
cheias de vírgulas nas pausas deitadas, ao comprido, num regato fluido.
_______________________De manhã, levantas-te para falar ao sol…
_______________________e comerás azeitonas negras, sentada na borda
_______________________do poço, onde a seiva de um poema é feita
_______________________de caules e folhas de um místico segredo.
Maria Elisa Rodrigues Ribeiro
JAN/014(OB. REG.)-ISBN
Poesia de Ruy Cinatti (1915-1986)
De RUY CINATTI (1915-1986)
Memória Amada
Para Alain Fournier
Vinham de longe em bandos. Acorriam
Jubilosos. Fantasias
De parques pluviosos
E, descendo,
Os patos bravos lançados
Entre juncos, salgueiros e veados.
Tarde,
Muito tarde, uns olhos tais
Haviam de aparecer, sobressaltados
Entre enigmas e um floco de cabelos
Osculado pelo vento. Alegorias...
Do agora ou nunca e do momento
Definido. Trégua impensada,
Insuspeita, no perfume alado
Da página dobrada e abandonada
Dum livro interrompido. Sinto a dor fina,
Finamente atravessada e suave,
- Quase saudade.
Ruy Cinatti, in 'O Livro do nómada...-in net
Memória Amada
Para Alain Fournier
Vinham de longe em bandos. Acorriam
Jubilosos. Fantasias
De parques pluviosos
E, descendo,
Os patos bravos lançados
Entre juncos, salgueiros e veados.
Tarde,
Muito tarde, uns olhos tais
Haviam de aparecer, sobressaltados
Entre enigmas e um floco de cabelos
Osculado pelo vento. Alegorias...
Do agora ou nunca e do momento
Definido. Trégua impensada,
Insuspeita, no perfume alado
Da página dobrada e abandonada
Dum livro interrompido. Sinto a dor fina,
Finamente atravessada e suave,
- Quase saudade.
Ruy Cinatti, in 'O Livro do nómada...-in net
Literatura Portuguesa:
Sobre "Eurico, o Presbítero", de Alexandre Herculano(1810-1877)-
Através de criacoesdaalma.blogspot.pt
(Uma obra do Período Romântico, dada no Ensino Secundário, há alguns anos. Ainda tive a honra de a "dar" aos meus alunos... Escolhi, na net, este extracto, que vos deixo, para reavivar o amor pela obra do grande autor.)
I - O CORAÇÃO DO PRESBÍTERO
O presbítero Eurico era pastor da pobre paróquia de Cartéia. Descendente de uma antiga família bárbara, gardingo na corte de Vítiza, vivera os ligeiros dias da mocidade no meio dos deleites da opulenta Toletum. Rico, poderoso, gentil, o amor viera, apesar dissoquebrar a cadeia brilhante da sua felicidade. Namorado de Hermengarda, filha de Fávila, Duque de Cantábria, o seu amor fora infeliz. O orgulhoso Fávila não consentira que o menos nobre gardingo pusesse tão alto a mira de seus desejos.
Depois de mil provas de um afeto imenso, de uma paixão ardente, o moço guerreiro vira submergir todas as suas esperanças. Eurico era uma dessas almas ricas de sublime poesia a que o mundo deu o nome de imaginações desregradas, porque não é para o mundo entendê-las. Desventurado, o seu coração de fogo queimou-lhe o viço da existência ao despertar dos sonhos de amor que o tinham embalado. A ingratidão de Hermengarda, que parecera ceder sem resistência à vontade de seu pai, e o orgulho insultuoso do velho prócere deram em terra com aquele ânimo, que o aspecto da morte não seria capaz de abater.
A melancolia que o devorava, consumindo-lhe as forças, fê-lo cair em longa e perigosa enfermidade, e, quando a energia de uma constituição vigorosa o arrancou das bordas do túmulo, semelhante ao anjo rebelde, os toque belos e puros do seu gesto formoso e varonil transpareciam-lhe a custo através do véu de muda tristeza que lhe entenebrecia a fronte. O cedro pendia fulminado pelo fogo do céu.
Uma destas revoluções morais que as grandes crises produzem no espírito humano se operou então no moço Eurico. Educado na crença viva daqueles tempos, naturalmente religioso porque poeta, foi procurar abrigo e consolações aos pés de Aquele cujos braços estão sempre abertos para receber o desgraçado que neles vai buscar o derradeiro refúgio. Ao cabo das grandezas cortesãs o pobre gardingo encontrara a morte do espírito, o desengano do mundo.
Ao cabo da estreita senda da cruz acharia ele, porventura, a vida e o repouso íntimos? Era este o problema, no qual se resumia todo o seu futuro, que tentava resolver o pastor do pobre presbitério da velha cidade do Calpe.
A nova existência de Eurico tinha modificado, porém não destruído, o seu brilhante carácter. A maior das humanas desventuras, a viuvez do espírito, abrandara, pela melancolia, as impetuosas paixões do mancebo e apagara nos seus lábios o riso do contentamento, mas não pudera desvanecer no coração do sacerdote os generosos afectos do guerreiro, nem as inspirações do poeta. O templo havia santificado aqueles, moldando-os pelo Evangelho, e tornado mais solenes, alimentando-as com as imagens e sentimentos sublimes estampados nas páginas sacrossantas da Bíblia.
O entusiasmo e o amor tinham ressurgido naquele coração que parecera morto, mas transformados; o entusiasmo em entusiasmo pela virtude; o amor em amor dos homens. E a esperança? Oh, a esperança, essa é que não renascera!"(...)
Através de criacoesdaalma.blogspot.pt
(Uma obra do Período Romântico, dada no Ensino Secundário, há alguns anos. Ainda tive a honra de a "dar" aos meus alunos... Escolhi, na net, este extracto, que vos deixo, para reavivar o amor pela obra do grande autor.)
I - O CORAÇÃO DO PRESBÍTERO
O presbítero Eurico era pastor da pobre paróquia de Cartéia. Descendente de uma antiga família bárbara, gardingo na corte de Vítiza, vivera os ligeiros dias da mocidade no meio dos deleites da opulenta Toletum. Rico, poderoso, gentil, o amor viera, apesar dissoquebrar a cadeia brilhante da sua felicidade. Namorado de Hermengarda, filha de Fávila, Duque de Cantábria, o seu amor fora infeliz. O orgulhoso Fávila não consentira que o menos nobre gardingo pusesse tão alto a mira de seus desejos.
Depois de mil provas de um afeto imenso, de uma paixão ardente, o moço guerreiro vira submergir todas as suas esperanças. Eurico era uma dessas almas ricas de sublime poesia a que o mundo deu o nome de imaginações desregradas, porque não é para o mundo entendê-las. Desventurado, o seu coração de fogo queimou-lhe o viço da existência ao despertar dos sonhos de amor que o tinham embalado. A ingratidão de Hermengarda, que parecera ceder sem resistência à vontade de seu pai, e o orgulho insultuoso do velho prócere deram em terra com aquele ânimo, que o aspecto da morte não seria capaz de abater.
A melancolia que o devorava, consumindo-lhe as forças, fê-lo cair em longa e perigosa enfermidade, e, quando a energia de uma constituição vigorosa o arrancou das bordas do túmulo, semelhante ao anjo rebelde, os toque belos e puros do seu gesto formoso e varonil transpareciam-lhe a custo através do véu de muda tristeza que lhe entenebrecia a fronte. O cedro pendia fulminado pelo fogo do céu.
Uma destas revoluções morais que as grandes crises produzem no espírito humano se operou então no moço Eurico. Educado na crença viva daqueles tempos, naturalmente religioso porque poeta, foi procurar abrigo e consolações aos pés de Aquele cujos braços estão sempre abertos para receber o desgraçado que neles vai buscar o derradeiro refúgio. Ao cabo das grandezas cortesãs o pobre gardingo encontrara a morte do espírito, o desengano do mundo.
Ao cabo da estreita senda da cruz acharia ele, porventura, a vida e o repouso íntimos? Era este o problema, no qual se resumia todo o seu futuro, que tentava resolver o pastor do pobre presbitério da velha cidade do Calpe.
A nova existência de Eurico tinha modificado, porém não destruído, o seu brilhante carácter. A maior das humanas desventuras, a viuvez do espírito, abrandara, pela melancolia, as impetuosas paixões do mancebo e apagara nos seus lábios o riso do contentamento, mas não pudera desvanecer no coração do sacerdote os generosos afectos do guerreiro, nem as inspirações do poeta. O templo havia santificado aqueles, moldando-os pelo Evangelho, e tornado mais solenes, alimentando-as com as imagens e sentimentos sublimes estampados nas páginas sacrossantas da Bíblia.
O entusiasmo e o amor tinham ressurgido naquele coração que parecera morto, mas transformados; o entusiasmo em entusiasmo pela virtude; o amor em amor dos homens. E a esperança? Oh, a esperança, essa é que não renascera!"(...)
quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014
Através da wikipédia-Excertos sobre a Implantação da República portuguesa
O regicídio de 1908[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Regicídio de 1908
Reconstituição anónima do Regicídiopublicada no jornal "Folha Volante".
A 1 de fevereiro de 1908, quando regressavam a Lisboa vindos de Vila Viçosa, no Alentejo, onde haviam passado a temporada de caça, o rei D. Carlos e o príncipe herdeiro Luís Filipe foram assassinados em plena Praça do Comércio40 .
O atentado ficou a dever-se ao progressivo desgaste do sistema político português, vigente desde a Regeneração41 , em grande parte devido à erosão política originada pela alternância de dois partidos no poder: o Progressista e o Regenerador. O rei, como árbitro do sistema político, papel que lhe era atribuído pelaConstituição, havia designado João Franco para o lugar de presidente do Conselho de Ministros (chefe do governo)42 . Este, dissidente do Partido Regenerador, conseguiu convencer o rei a encerrar o parlamento para poder implementar uma série de medidas com vista à moralização da vida política43 41 . Com esta decisão acirrou-se toda a oposição, não só apenas a republicana, mas também a monárquica, liderada pelos políticos rivais de Franco que o acusavam de governar em ditadura43 . Os acontecimentos acabaram por se precipitar na sequência da questão dos adiantamentos à Casa Real (regularização das dívidas régias ao Estado) e da assinatura do decreto de 30 de janeiro de 1908 que previa o degredo nas colónias, sem julgamento, aos envolvidos numa intentona republicana fracassada ocorrida dois dias antes, o Golpe do Elevador da Biblioteca44 .
Vi um homem de barba preta [...] abrir a capa e tirar uma carabina [...]. Quando [o] vi [...] apontar sobre a carruagem percebi bem, infelizmente, o que era. Meu Deus, que horror o que então se passou! Logo depois do Buíça ter feito fogo [...] começou uma perfeita fuzilada, como numa batida às feras! Aquele Terreiro do Paço estava deserto, nenhuma providência! Isso é que me custa mais a perdoar ao João Franco...
— D. Manuel II45
A família real encontrava-se então no Paço Ducal de Vila Viçosa44 , mas os acontecimentos levaram o rei D. Carlos a antecipar o regresso a Lisboa, tomando o comboio na estação de Vila Viçosa na manhã do dia 1 de fevereiro. A comitiva régia chegou ao Barreiro ao final da tarde, onde, para atravessar o Tejo, tomou o vapor D. Luís, desembarcando no Terreiro do Paço, em Lisboa, por volta das 17 horas46 . Apesar do clima de grande tensão, o rei optou por seguir em carruagem aberta, com uma reduzida escolta, para demonstrar normalidade44. Enquanto saudavam a multidão presente na praça, a carruagem foi atingida por vários disparos. Um tiro de carabina atravessou o pescoço do rei46 , matando-o imediatamente44 . Seguiram-se vários disparos, sendo que o príncipe real conseguiu ainda alvejar um dos atacantes, sendo em seguida atingido na face por um outro disparo44 . A rainha, de pé, defendia-se com o ramo de flores que lhe fora oferecido, fustigando um dos atacantes, que subira o estribo da carruagem, gritando "Infames! Infames!".14 O infante D. Manuel foi também atingido num braço.14 Dois dos regicidas, Manuel Buíça, professor primário, e Alfredo Costa, empregado do comércio e editor, foram mortos no local. Outros fugiram. A carruagem entrou no Arsenal da Marinha, onde se verificou o óbito do rei e do herdeiro ao trono.14
Após o atentado, o governo de João Franco foi demitido e foi lançado um rigoroso inquérito que, ao longo dos dois anos seguintes, veio a apurar que o atentado fora cometido por membros da Carbonária47 . O processo de investigação estava já concluído nas vésperas do 5 de outubro de 1910. Entretanto, tinham sido descobertos mais suspeitos de envolvimento direto, sendo que alguns estavam refugiados noBrasil e em França e dois, pelo menos, tinham sido mortos pela própria Carbonária48 .
A Europa ficou chocada com este atentado, uma vez que D. Carlos era muito estimado pelos restantes chefes de estado europeus49 . O regicídio de 1908 acabou por abreviar o fim da monarquia ao colocar no trono o jovem D. Manuel II e lançando os partidos monárquicos uns contra os outros40 .
A agonia da monarquia[editar | editar código-fonte]
As suas demonstrações de força [dos republicanos] nas ruas de Lisboa — por exemplo, a de 2 de Agosto de 1909, que reuniu cinquenta mil pessoas, numa disciplina impressionante — fazem eco aos tumultos organizados na Assembleia por alguns deputados republicanos. Foi na noite desse dia 2 de Agosto que compreendi que a coroa estava em jogo: quando o rei, com razão ou sem ela, é contestado ou rejeitado por uma parte da opinião, deixa de conseguir cumprir o seu papel unificador.
— Amélia de Orleães50
Devido à sua tenra idade (18 anos) e à forma trágica e sangrenta como alcançou o trono, D. Manuel II auferiu inicialmente de uma simpatia generalizada51 . O jovem rei começou por nomear um governo de consenso, presidido pelo almirante Francisco Joaquim Ferreira do Amaral. Este governo de acalmação, como ficou conhecido, apesar de lograr acalmar momentaneamente os ânimos, teve duração breve.52 A situação política rapidamente voltou a degradar-se, tendo-se sucedido sete governos em dois anos. Os partidos monárquicos voltaram às costumeiras questiúnculas e divisões, fragmentando-se, enquanto o Partido Republicano continuava a ganhar terreno. Nas eleições de 5 de abril de 1908, a última legislativa na vigência da monarquia, foram eleitos sete deputados, entre os quaisEstêvão de Vasconcelos, Feio Terenas e Manuel de Brito Camacho. Nas eleições de 28 de agosto de 1910 o partido teve um resultado arrasador, elegendo 14 deputados, dez deles por Lisboa53 .
No entanto, apesar dos evidentes êxitos eleitorais alcançados pelo movimento republicano, o setor mais revolucionário do partido advogava a luta armada como melhor meio de tomar o poder a curto prazo. Foi esta fação que saiu vitoriosa do congresso do partido realizado em Setúbal entre 23 e 25 de abril de 190954 . O diretório, composto pelos moderados Teófilo Braga, Basílio Teles, Eusébio Leão, José Cupertino Ribeiro e José Relvas, recebeu do congresso o mandato imperativo de fazer a revolução. As funções logísticas de preparação da intentona foram confiadas a elementos mais radicais. O comité civil era formado por Afonso Costa, João Chagas e António José de Almeida, enquanto que o almirante Cândido dos Reis liderava o comité militar55 . António José de Almeida ficou encarregue da organização das sociedades secretas, como a Carbonária — em cuja chefia se integrava o comissário naval António Machado Santos56 —, a Maçonaria57 e a "Junta Liberal", dirigida por Miguel Bombarda. A este eminente médico ficou a dever-se uma importante ação de propaganda republicana junto do meio burguês e que trouxe muitos simpatizantes à causa republicana58 .
O período entre o congresso de 1909 e a eclosão da revolução foi marcado por uma grande instabilidade e agitação política e social59 , com várias ameaças de sublevação pondo a revolução em risco devido à impaciência do pessoal da marinha, chefiado por Machado Santos, que estava disposto a todos os riscos.60
A revolta[editar | editar código-fonte]
A 3 de outubro de 1910 estalou a revolta republicana que já se avizinhava no contexto da instabilidade política61 . Embora muitos envolvidos se tenham esquivado à participação — chegando mesmo a parecer que a revolta tinha falhado — esta acabou por suceder graças à incapacidade de resposta do governo, que não conseguiu reunir tropas que dominassem os cerca de duzentos revolucionários que na Rotundaresistiam de armas na mão62 .
Os primeiros movimentos dos revolucionários[editar | editar código-fonte]
O primeiro-ministro Teixeira de Sousa
No verão de 1910 Lisboa fervilhava de boatos e várias vezes foi o presidente do Conselho de Ministros (primeiro-ministro) Teixeira de Sousa, avisado de golpes iminentes63 . A revolução não foi exceção: o golpe era esperado pelo governo64 , que a 3 de outubro deu ordem para que todas as tropas da guarnição da cidade ficassem de prevenção. Após o jantar oferecido em honra de D. Manuel II pelo presidente brasileiro Hermes da Fonseca, então em visita de Estado a Portugal65 , o monarca recolheu-se ao Paço das Necessidades, enquanto seu tio e herdeiro jurado da coroa, o infante D. Afonso, seguia para a Cidadela de Cascais66 .
Após o assassinato de Miguel Bombarda, baleado por um dos seus pacientes64 67 , os chefes republicanos reuniram-se de urgência na noite de dia 368 . Alguns oficiais foram contra, dada a prevenção das forças militares, mas o almirante Cândido dos Reis insistiu para que se continuasse, sendo-lhe atribuída a frase: "A Revolução não será adiada: sigam-me, se quiserem. Havendo um só que cumpra o seu dever, esse único serei eu."69 70
Revoltosos concentram-se na Rotunda.
Machado Santos já havia passado à ação e nem esteve na reunião. Este dirigiu-se ao aquartelamento do Regimento de Infantaria 1671 , onde um cabo revolucionário provocara o levantamento da maior parte da guarnição: um comandante e um capitão que se tentaram opor foram mortos a tiro. Entrando no quartel com umas dezenas de carbonários, o comissário naval seguiu depois com cerca de 100 praças para o Regimento de Artilharia 172 , onde o capitão Afonso Palla e alguns sargentos, introduzindo alguns civis no quartel, já haviam tomado a secretaria, prendendo os oficiais que se recusaram a aderir73 . Com a chegada de Machado Santos formaram-se duas colunas, que ficaram sob o comando dos capitães Sá Cardoso e Palla. A primeira marchou ao encontro aos regimentos Infantaria 2 e Caçadores 2, que deviam também estar sublevados, para seguir para Alcântara onde deveriam apoiar o quartel de marinheiros. No percurso, cruzou-se com um destacamento da Guarda Municipal, pelo que procurou outro caminho. Depois de alguns confrontos com a polícia e civis, encontrou a coluna comandada por Palla e avançaram para a Rotunda, onde se entrincheiraram cerca das 5 horas da manhã. Compunha-se a força aí estacionada de 200 a 300 praças do Regimento de Artilharia 1, 50 a 60 praças de Infantaria 16 e cerca de 200 populares. Os capitães Sá Cardoso e Palla e o comissário naval Machado Santos, estavam entre os 9 oficiais no comando74 .
Entretanto, o tenente Ladislau Parreira e alguns oficias e civis introduziram-se no Quartel do Corpo de Marinheiros de Alcântara à uma hora da madrugada e conseguiram armar-se, sublevar a guarnição e aprisionar os comandantes, tendo um destes ficado ferido75 . Pretendia-se com esta ação impedir a saída do esquadrão de cavalaria da Guarda Municipal, o que foi conseguido76 . Para isto era necessário no entanto o apoio, em armas e homens, dos 3 navios de guerra ancorados no Tejo. Nestes o tenente Mendes Cabeçadas havia tomado o comando da tripulação sublevada do "Adamastor",77 enquanto a tripulação revoltada do "São Rafael" esperava um oficial para a comandar.
Pelas 7 da manhã Ladislau Parreira, sendo informado por populares da situação, despachou o segundo-tenente Tito de Morais para tomar o comando do "São Rafael", com ordens para que ambos os navios reforçassem a guarnição do quartel. Quando se soube que no "D. Carlos I" a tripulação se encontrava sublevada mas os oficiais se haviam entrincheirado, saíram do "São Rafael" o tenente Carlos da Maia com alguns marinheiros e civis. Após algum tiroteio, de que resultaram feridos o comandante do navio e um tenente, os oficiais renderam-se ficando o "D. Carlos I" também na mão dos republicanos75 .
O Cruzador português Dom Carlos I pintado por Giovanni Battista Castagneto
Foi a última unidade a juntar-se aos revoltosos que contava assim com parte do regimento de Artilharia 16 e de Artilharia 1, o corpo de marinheiros e os três navios citados. A marinha aderira em massa como esperado, mas muitos dos quartéis considerados simpatizantes não. Assim, os republicanos, somavam cerca de 400 homens na Rotunda, mas cerca de 1000 a 1500 em Alcântara, contando com as tripulações dos navios, além de se terem conseguido apoderar da artilharia da cidade, com a maioria das munições, ao que juntava a artilharia dos navios. Estavam ocupadas a Rotunda e Alcântara, mas a revolução ainda não estava decidida e os principais dirigentes ainda não haviam aparecido74 .
Mesmo assim, a princípio os acontecimentos não decorreram a favor dos revoltosos. O sinal de três tiros de canhão — que deveria ser o aviso para civis e militares avançarem — não resultou. Apenas um tiro foi ouvido e o almirante Cândido dos Reis, que esperava o sinal para tomar o comando dos navios, foi informado por oficiais que tudo falhara e retirou-se para casa da irmã. Ao amanhecer seria encontrado morto numa azinhaga em Arroios. Desesperado, suicidara-se com um tiro na cabeça75 .
Entretanto, na Rotunda, o aparente sossego da cidade desalentava de tal maneira os revoltosos que os oficiais acharam melhor desistir. Sá Cardoso, Palla e os outros oficiais retiraram-se para suas casas, mas Machado Santos ficou e assumiu o comando75 . Esta decisão seria fundamental para o sucesso da revolução.
Quinta-feira, 27 de Fevereiro de 2014
Portugal tem mais de 12 mil milhões de euros "parados" no BCE
http://www.publico.pt/1626363
Corte nas pensões de sobrevivência só a partir de Março...Ver mais
Portugal tem mais de 12 mil milhões de euros "parados" no BCE
http://www.publico.pt/1626363
Corte nas pensões de sobrevivência só a partir de Março...Ver mais
NUM PAÍS DESTRUÍDO POR UM DESGOVERNO DE DIREITA RADICAL, SOFREM OS QUE MENOS PODEM RESISTIR!
uma ligação.
Ontem
Mais de 300 mil portugueses foram vítimas de violência num contexto familiar no espaço de um ano.
Mais de 300 mil idosos são alvo de violência em ambiente doméstico
www.cmtv.sapo.pt
uma ligação.
há 13 horas
No seu comentário semanal na CMTV, a presidente socialista afirma que a estratégia do Governo está a falhar e que existe pressão para o Executivo tentar acordos políticos à força.
Maria de Belém fala numa"retoma económica frágil"
Veja a primeira página do Correio da Manhã desta quinta-feira.http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/capa/cm-de-hoje-27022014
Antero de Quental (1842-1891)
Antero de Quental é entre nós o grande criador de uma poesia filosófica romântica, influenciada pelos modelos alemães. Nasce emPonta Delgada, no seio de uma família nobre e com tradições literárias da ilha de S. Miguel. Em 1852, vai para Lisboa estudar noColégio do Pórtico, fundado por António Feliciano de Castilho, com quem já aprendera francês e latim em Ponta Delgada, entre 1847e 1850. Um ano depois regressa a S. Miguel, de onde partirá em 1855 para Coimbra, a fim de fazer os estudos preparatórios para oingresso na Universidade. Aos dezasseis anos, inicia o curso de Direito. Durante a sua permanência em Coimbra, assume-se comouma figura influente no meio estudantil coimbrão, tomando parte em várias manifestações académicas. É por esta altura quecontacta com os novos autores e correntes europeias - o socialismo utópico de Proudhon, o positivismo de Comte, o hegelianismo,o darwinismo, as doutrinas de Taine, Michelet, Renan, o romantismo social de Hugo - e, segundo confessará mais tarde, perde a fé.Em 1861, publica em edição limitada os Sonetos de Antero, obra dedicada ao poeta João de Deus, e, dois anos depois, os poemasBeatrice e Fiat Lux. Em 1865, publica as Odes Modernas, poesias de romantismo social, acompanhadas de uma "Nota sobre aMissão Revolucionária da Poesia". Em resposta à reação crítica de Castilho na carta-posfácio ao Poema da Mocidade, de PinheiroChagas, publica os opúsculos Bom Senso e Bom Gosto e A Dignidade das Letras e as Literaturas Oficiais, que desencadearam aQuestão Coimbrã. Ainda no contexto da Questão Coimbrã, bate-se em duelo com Ramalho Ortigão, de quem viria a tornar-se amigo.Decide aprender o ofício de tipógrafo, primeiro em Lisboa e depois em Paris, onde conhece Michelet e lhe oferece um exemplar dasOdes Modernas. Regressado a Lisboa em 1868, e depois de uma curta viagem à América do Norte, reúne-se com os seus antigoscondiscípulos de Coimbra no "Cenáculo", grupo onde se discutem as doutrinas recentes e se descobrem os novos poetas(Baudelaire, Gautier, Nerval, Leconte de Lisle e o redescoberto Heine); fruto destes encontros, criação coletiva da Geração de 70,nasce o poeta satânico e dândi Carlos Fradique Mendes. Em 1871, organiza as Conferências Democráticas do Casino Lisbonense,proferindo as duas primeiras, O Espírito das Conferências e Causas da Decadência dos Povos Peninsulares. No rescaldo dainterrupção e da proibição das Conferências, consideradas subversivas pelo Governo, Antero vive a sua fase política mais intensa,fundando, com José Fontana, a I Internacional Operária em Portugal e também o jornal O Pensamento Social. Por esta altura,publica as primaveras Românticas e as Considerações sobre a Filosofia da História Literária Portuguesa. A partir de 1873,manifestam-se-lhe os primeiros sintomas de uma grave doença nervosa, que as mortes próximas da mãe e do pai acentuam, que oleva a consultar em Paris o famoso neurologista Charcot e a submeter-se, entre 1877 e 1878, a tratamentos de hidroterapia. Em1875, publica uma segunda edição das Odes Modernas, atenuando-lhes o cunho revolucionário. Em 1880, adota duas órfãs, filhasdo amigo e antigo colega de Coimbra Germano Meireles. Nessa altura, devido à doença, isola-se em Vila do Conde, continuando aescrever sonetos e ensaios filosóficos. Em 1886, publica os Sonetos Completos e o ensaio A Filosofia da Natureza dos Naturalistas.Em 1887, redige a célebre carta autobiográfica a Wilhelm Storck, seu tradutor alemão. Em 1890, publica o estudo filosóficoTendências Gerais da Filosofia na Segunda Metade do Século XIX. No mesmo ano, em virtude do Ultimato inglês, regressatemporariamente à atividade pública, aceitando a presidência da efémera "Liga Patriótica do Norte". Em 1891, suicida-se em PontaDelgada.
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
QUE SABE RELVAS SOBRE O primeiro-ministro, PARA ESTE VOLTAR A CHAMÁ-LO PARA CARGOS IMPORTANTES, AO SEU LADO?
O mistério Relvas
JOÃO MIGUEL TAVARES
25/02/2014 - 03:59
20
TÓPICOS
Governo
PSD
Pedro Passos Coelho
José Sócrates
Eleições
Ministério da Educação
Miguel Relvas
Marcelo Rebelo de Sousa
Nuno Crato
Porquê? Digam-me porquê, por amor de Deus. Por que é que Pedro Passos Coelho resolveu reabrir o túmulo político onde repousava Miguel Relvas, para a sua triste figura vir novamente assombrar os nossos dias, numa altura em que as coisas pareciam começar a correr bem para o PSD?
Se todos nós sabemos que assim que Miguel Relvas abre a boca e mostra os dentes o PSD perde votos, como se justifica este impulso autofágico de Passos Coelho? Será por causa da máquina "laranja"? Mas se Relvas fosse mesmo o todo-poderoso apparatchik, o homem que domina o aparelho com a ponta do calcanhar, como é que se explica a miserável votação da lista que ele encabeçou para o conselho nacional? Nada disto faz sentido, senhoras e senhores, e a falta de sentido faz-me comichão na zona da democracia. Eu não consigo perceber que tipo de relação tem realmente Pedro Passos Coelho com Miguel Relvas – e não gosto de não perceber.
O rasto que Relvas deixou com a sua passagem pelo Governo não é coisa que se apague nos 10 meses que esteve afastado da política nacional (publicamente, pelo menos), depois de ter sido empurrado porta fora pelo relatório do processo de verificação das equivalências da sua licenciatura, que lhe foi instaurado pelo Ministério da Educação e posteriormente divulgado por Nuno Crato, em Abril do ano passado. Neste aspecto, a seriedade com que o assunto foi então abordado, e a transparência do trabalho da Inspecção-Geral da Educação e Ciência, foram exemplares num país que está habituado a esconder tais casos debaixo do tapete. Basta comparar a forma como foram geridos os casos das licenciaturas de José Sócrates e de Miguel Relvas para verificarmos que nem todos os Governos se equivalem.
A posterior substituição de Relvas por Poiares Maduro foi um ganho indiscutível em termos de postura política e de currículo. O facilitador Relvas partiu para tomar posse como alto-comissário da Casa Olímpica da Língua Portuguesa no Brasil, um daqueles títulos ridículos que servem de penacho aos lobistas profissionais, para continuar a olear relações dentro do seu triângulo favorito – Portugal-Angola-Brasil. Muita saúde e água de coco para ele. E nós por cá fomos passando excelentemente sem a sua pessoa, com um novo ministro que tinha um pouco mais do que parlapiê, e tentando não pensar demasiado no passado em comum de Miguel Relvas com Pedro Passos Coelho e em todas as Tecnoformas desta vida.
E foi assim, com o assunto morto e enterrado, que Pedro Passos Coelho, manifestamente cansado de boas notícias, decidiu recuperar o velho parceiro para o conselho nacional do partido. E com ele regressaram as perguntas. É porque são muito amigos? Mas se Relvas fosse mesmo muito amigo do primeiro-ministro saberia com certeza reconhecer que a sua presença ao seu lado o prejudica politicamente, e seria o primeiro a afastar-se, por amizade. É porque Passos Coelho precisa de Relvas para gerir o próximo ciclo eleitoral? Mas, para isso, não precisava de estar em primeiro lugar na lista do conselho nacional do PSD – Relvas poderia perfeitamente fazer esse trabalho nos bastidores. É porque Passos Coelho, como sugeriu Marcelo Rebelo de Sousa, é muito teimoso? Mas teimosia é não deixar cair, não é ir buscar novamente depois de já ter caído. O casal Relvas-Coelho não casa, nunca casou e, no entanto, insiste em permanecer casado. O mistério adensa-se. E se os mistérios são óptimos em policiais, são péssimos em democracia.
Mais Populares
Desvio dos teus ombros o lençol,/ que é feito de ternura amarrotada,/ da frescura que vem depois do sol,/ quando depois do sol não vem mais nada.../ / Olho a roupa no chão: que tempestade!/ Há restos...
Nem todo o corpo é carne... Não, nem todo/ Que dizer do pescoço, às vezes mármore,/ às vezes linho, lago, tronco de árvore,/ nuvem, ou ave, ao tacto sempre pouco...?/ / E o ventre, inconsistente como...
Talvez houvesse uma flor/ aberta na tua mão./ Podia ter sido amor,/ e foi apenas traição./ / É tão negro o labirinto/ que vai dar à tua rua .../ Ai de mim, que nem pressinto/ a cor dos ombros da Lua!...
David Mourão-FerreiraPortugal
1927 // 1996Poeta/Escritor
Noite Apressada
Era uma noite apressada
depois de um dia tão lento.
Era uma rosa encarnada
aberta nesse momento.
Era uma boca fechada
sob a mordaça de um lenço.
Era afinal quase nada,
e tudo parecia imenso!
Imensa, a casa perdida
no meio do vendaval;
imensa, a linha da vida
no seu desenho mortal;
imensa, na despedida,
a certeza do final.
Era uma haste inclinada
sob o capricho do vento.
Era a minh'alma, dobrada,
dentro do teu pensamento.
Era uma igreja assaltada,
mas que cheirava a incenso.
Era afinal quase nada,
e tudo parecia imenso!
Imensa, a luz proibida
no centro da catedral;
imensa, a voz diluída
além do bem e do mal;
imensa, por toda a vida,
uma descrença total!
David Mourão-Ferreira, in "À Guitarra e à Viola"
depois de um dia tão lento.
Era uma rosa encarnada
aberta nesse momento.
Era uma boca fechada
sob a mordaça de um lenço.
Era afinal quase nada,
e tudo parecia imenso!
Imensa, a casa perdida
no meio do vendaval;
imensa, a linha da vida
no seu desenho mortal;
imensa, na despedida,
a certeza do final.
Era uma haste inclinada
sob o capricho do vento.
Era a minh'alma, dobrada,
dentro do teu pensamento.
Era uma igreja assaltada,
mas que cheirava a incenso.
Era afinal quase nada,
e tudo parecia imenso!
Imensa, a luz proibida
no centro da catedral;
imensa, a voz diluída
além do bem e do mal;
imensa, por toda a vida,
uma descrença total!
David Mourão-Ferreira, in "À Guitarra e à Viola"
Matéria e EspíritoNós hoje estamos ao mesmo tempo na melhor época da humanidade e na pior. Tão depressa sentimos que tudo em nós e em redor marcha uníssono em frente, como subitamente um grande atrito emperra as nossas próprias articulações. Há ao mesmo tempo qualquer coisa que nos desacompanha e qualquer coisa que nos anima. Há caminhos inteiros que terminam súbito e não há caminho inteiro e vitalício. E nós desejamos francamente acertar com a direcção única e onde o único obstáculo seja de verdade o mistério do futuro.
Todo aquele que se lance mais animado pela palavra espírito, não creia que faz mais do que estar sujeito a uma determinante actual. A consciência material, como acontece hoje, dá entrada natural para o campo do espírito. Assim também o espírito tem existência vital segundo a qualidade de consciência da matéria. O espírito apartando da matéria não é deste mundo. Espírito e matéria confundem-se em vida.
Acontece, porém, que os fugitivos da matéria transformam em si esse unilateralismo ao ingressar no espírito, e ficam outra vez de banda, inversamente agora, mas como antes. Ora o espírito não tem mais dimensões do que a matéria; são outras, mas idênticas, que se justapõem, poro com poro. Mais digo que quem está saturado da matéria não é o mesmo que aquele que está bem avisado dela; assim é que o fugitivo da matéria há-de forçosamente queimar as asas na própria luz do espírito. O espírito como a matéria, ambos juntos, não se prestam a manejar os outros, mas muito simplesmente a animar cada um. Sempre que cada qual sinta mais necessidade de espírito do que de conhecimento da matéria, há-de fatalmente cair em abstracção de espírito, isto é, salta fora do seu próprio «controle». Do mesmo modo, de nada lhe servirá o «controle» exclusivo da matéria sem a animação própria do espírito.
Acondicionados o espírito e a matéria em cada indivíduo humano, torna-se possível o seu desenvolvimento, o seu progresso e até o seu máximo de amplidão particular.
Não há possibilidade de progresso colectivo que não venha justamente iniciado desde as condições pessoais de cada indivíduo humano. Isto é, o espírito tomado colectivamente não é senão o ponto de encontro das várias direcções individuais. Colectivamente o espírito é o lugar geral da comunicação entre os vários particulares. Porém, partir do espírito tomado colectivamente para atingir e valorizar cada uma das direcções particulares do espírito, é pôr de propósito as coisas de pernas ao ar. Pelo contrário, completamente ao contrário, valorizem-se as condições materiais da vida de cada indivíduo humano (digo indivíduo humano, preferívelmente a indivíduo social, e sobretudo para que não se confunda com indivíduo de profissão dependente imediatamente do Estado), proteja o Estado a vida material e quotidiana de cada um e de todos os particulares da colectividade, que uma vez criada essa confiança de cada qual com a vida material de todos os dias, o espírito lá está iminente em cada caso pessoal dos nossos compatriotas e capaz de com todo o seu ineditismo particular de trazer mais luz para os negócios colectivos do que quantos sistemas políticos lha possam garantir.
Almada Negreiros, in 'Textos de Intervenção'
terça-feira, 25 de fevereiro de 2014
SOCIEDADE
Tribunal proíbe Carrilho de se aproximar de Bárbara Guimarães
Tribunal impede ex-ministro de contactar a apresentadora por suspeita de violência doméstica
Por: Redacção / SS | 2014-02-25 11:16
O Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa proibiu Manuel Carrilho de se aproximar de Bárbara Guimarães por suspeita de violência doméstica.
O ex-ministro está impedido de contactar a apresentadora, excepto para cumprir deveres parentais. Segundo o despacho a que o jornal «Público» teve acesso, esta decisão foi tomada a 28 de janeiro e «é inegável que (...) se verifica em concreto o perigo de continuação da atividade criminosa, traduzindo-se este nas condutas reiteradas do arguido contra a ofendida».
Para além da ordem de restrição, a apresentadora também processou o ex-marido por difamação, pelas declarações que prestou à imprensa, ao acusá-la de alcoólica e de não cuidar dos filhos.
Ao «Público», Carrilho disse apenas que estas medidas são «normais neste tipo de queixas». O TIC proíbe o ex-ministro de contactar Bárbara Guimarães «sob qualquer forma», inclusive com órgãos de comunicação social «no que concerne aos assuntos relacionados com a vida privada da denunciante e dos seus familiares».
De Sophia de Mello Breyner(1914-2004):in O Citador
Esta Gente
Esta gente cujo rosto
Às vezes luminoso
E outras vezes tosco
Ora me lembra escravos
Ora me lembra reis
Faz renascer meu gosto
De luta e de combate
Contra o abutre e a cobra
O porco e o milhafre
Pois a gente que tem
O rosto desenhado
Por paciência e fome
É a gente em quem
Um país ocupado
Escreve o seu nome
E em frente desta gente
Ignorada e pisada
Como a pedra do chão
E mais do que a pedra
Humilhada e calcada
Meu canto se renova
E recomeço a busca
De um país liberto
De uma vida limpa
E de um tempo justo
Sophia de Mello Breyner Andresen, in "Geografia" -Foto Net
Esta Gente
Esta gente cujo rosto
Às vezes luminoso
E outras vezes tosco
Ora me lembra escravos
Ora me lembra reis
Faz renascer meu gosto
De luta e de combate
Contra o abutre e a cobra
O porco e o milhafre
Pois a gente que tem
O rosto desenhado
Por paciência e fome
É a gente em quem
Um país ocupado
Escreve o seu nome
E em frente desta gente
Ignorada e pisada
Como a pedra do chão
E mais do que a pedra
Humilhada e calcada
Meu canto se renova
E recomeço a busca
De um país liberto
De uma vida limpa
E de um tempo justo
Sophia de Mello Breyner Andresen, in "Geografia" -Foto Net
É uma festa! GENTE MENOR!
UMA CAMPANHA ALEGRE
Num país fanado, na dupla acepção da palavra, ainda há quem tenha vontade de rir. Digam aos desempregados, aos reformados, aos funcionários públicos e às vítimas do assalto fiscal qual é a piada, para que eles se possam rir também.
(Manuel Cruz)
https://www.facebook.com/canalmoritzptnet
Num país fanado, na dupla acepção da palavra, ainda há quem tenha vontade de rir. Digam aos desempregados, aos reformados, aos funcionários públicos e às vítimas do assalto fiscal qual é a piada, para que eles se possam rir também.
(Manuel Cruz)
https://www.facebook.com/canalmoritzptnet
Quem foi OSKAR SCHINDLER:
Através de
alvorecer_escriba.blogspot.pt
OSKAR SCHINDLER - VALE A PENA RECORDAR
Oskar Schindler foi um homem célebre pela sua audácia e coragem de ter salvo mais de 1.200 judeus do Holocausto, tal como Irena Sendler falecida no dia 12 de Maio de 2008, com 98 anos de idade, conhecida também pela sua bravura de ter salvo mais de 2.500 crianças no gueto de Varsóvia, não esquecendo também Nicholas Winton que resgatou 669 crianças dos campos de concentração nazi na antiga Tchecoslováquia.
Também Aristides de Sousa Mendes (o “Schindler portugês”) e o brasileiro Luis Martins Souza Dantas, ambos diplomatas em França no tempo da 2ª Guerra Mundial, salvaram dezenas de milhares de judeus perseguidos pelos Nazis ao conceder vistos de suas Embaixadas para seus paises.
Todos merecem ser recordados, em especial Oskar Schindler que era um rico empresário alemão que chegou a fazer parte do Exército Nazi e aproveitou esse facto para proteger muitos judeus colocados em suas fábricas. Morreu pobre num hospital em Hildesheim no dia 9 de outubro de 1974, com 66 anos de idade. Foi enterrado no cemitério cristão no Monte Sião em Jerusalém com honras de herói e é visitado ainda hoje por muitos judeus que foram salvos por ele e lhe prestam homenagem todos os anos.
A sua história foi contada num livro por Thomas Keneally e, posteriormente filmado por Steven Spielberg em “A Lista de Schindler” ,considerado pela crítica uma “obra-prima”, apontado entre os dez melhores filmes da história de Hollywood, vencedor de um Óscar em 1994. O ponto alto do filme mostra Schindler tentando salvar o máximo de seus empregados judeus e suas familias, usando para isso toda a sua fortuna.
''Aquele que salva uma pessoa, salva o mundo inteiro'', foi a frase usada na campanha do filme. Ela não deixa de ser verdade, tendo em vista o número de pessoas que estão hoje vivas entre sobreviventes e seus descendentes, graças à lista do industrial alemão.
Pessoalmente já vi o filme e chorei, fazendo aqui hoje este artigo em sua memória que mereceria até o título de “Um anjo na Terra” que vale a pena recordar...
Rui Palmela
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014
SOBRE OS IDOSOS...PERIGOSAS IDEIAS...
domingo, 23 de fevereiro de 2014
Estudo EUGENISTA da ONU: Idosos representam um grande problema para economia global
No Pew Research Center (PRC) foi lançado um estudo intitulado "Atitudes sobre o envelhecimento: uma perspectiva global", que descreve como o crescente envelhecimento da população coloca desafios à escala global.
Os dados para este estudo foi fornecido pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Rakesh Kochhar, autor principal do estudo, explicou: "O crescimento da população entre agora e 2050 e perspectivas económicas de um país ditou como os moradores ansiosos eram sobre os efeitos do envelhecimento da população. Acredita-se que o crescente número de idosos na população de um país a ser menos favorável ao crescimento econômico. Menos trabalho, menos saída. "
Mais de 22.000 pessoas de 21 países pesquisados sobre as populações de envelhecimento e aposentadoria mostra que quem será responsável para os idosos representa um grande problema para os governos.
Aumentos de pensões públicas e despesas médicas são esperados como uma diminuição da população activa está demonstrando um efeito negativo sobre as economias globais e locais.
O relatório afirma que os EUA sozinhos, são esperados os custos da saúde para o dobro, devido ao idoso e à inflação.
Em 2050, o envelhecimento da população na Europa e na Ásia Oriental representam a maior ameaça.
Noventa por cento dos cidadãos japoneses estão preocupados, enquanto metade dos cidadãos alemães e espanhóis ver os idosos como um obstáculo ao progresso.
Kohhar aponta: "Enquanto os EUA é o envelhecimento, não é no mesmo ritmo que o resto do mundo. Os americanos são mais otimistas e menos propensos a dizer o número crescente de idosos é um problema. A imigração também desempenha um papel. Um influxo de pessoas que vêm para a América poderia diminuir a dependência dos idosos sobre os trabalhadores mais jovens ".
Uma parte dos principais países estão reavaliando seu papel em cuidar de uma população em envelhecimento.
Surpreendentemente, 46% dos cidadãos norte-americanos pesquisados acreditam que os idosos devem tomar inteira responsabilidade por seus próprios cuidados.
Como um todo, "Os americanos são muito despreparados para seus últimos anos e, particularmente, para a eventual necessidade de serviços de longo prazo e de apoio. Como as pessoas vivem mais tempo e Baby Boomers mais velhos, cuidados de saúde vai aumentar enormemente e que não é bem compreendido pelo público americano é a maioria desses custos são em grande parte suportados pelos membros da família. "
Segundo relatos, a aposentadoria está se tornando um problema global que é uma grande preocupação para a comunidade internacional. No entanto, existem fatores que estão fabricando as condições para uma população idosa insustentável.
A crise tem sido explicada por três elementos:
1. Unidas estão reduzindo os benefícios de aposentadoria 2. As corporações não estão participando de fundos de aposentadoria correspondentes aos empregados 3. Os jovens não podem dar ao luxo de poupar o seu dinheiro como o custo de vida continua a aumentar
Falhando orçamentos em nível governamental está a contribuir para a crise como as nações européias e os EUA lideram o grupo de bombeamento fundos de aposentadoria para as áreas desviados de governo; essencialmente pagando Pedro com dinheiro emprestado de Paul.
Ao longo da história, desde a Roma antiga para a criação de Segurança Social em os EUA, os governos têm sido mudança de políticas em matéria de aposentadoria para controlar a forma como o envelhecimento da população tem permissão para viver seus anos restantes.
A ONU está preocupada porque, pela primeira vez na história, em 2050, haverá mais idosos com mais de 60 anos de idade do que as crianças de 15 anos.
O Índice Global de AgeWatch (Gawi), criado pela HelpAge International (HAI) eo Fundo de População das Nações Unidas (FNUAP) para supervisionar as questões relativas ao impacto do envelhecimento sobre a comunidade global.
Financiamento e informação foi fornecida para, assim, informar a partir do Dia Internacional das Nações Unidas das Pessoas Idosas (UNIDOP), a Organização Mundial da Saúde (OMS) eo Banco Mundial (BM).
O estudo foi obtido por considerações de:
• Renda • Saúde • Educação • Emprego • ambiente favorável à Idade no país
Contradições no interior do estado estudo que os seres humanos estão vivendo mais graças aos avanços médicos e, depois, volta-se para perceber o idoso como uma possível carga sobre o sistema com o aumento dos custos de saúde e uso de recursos globais.
Em um novo relatório , intitulado "Tendências Globais 2030: mundos alternativos", o Conselho Nacional de Inteligência (NIC) diz que, entre outros fatores, existem 7 questões principais estão impulsionando mudanças e acelerando as "mudanças tectônicas" que estão acontecendo em todo o mundo:
• Crescimento da classe média • Acesso às novas tecnologias • Mudando o poder econômico • envelhecimento da população • Urbanização • A demanda por recursos básicos - água e comida • Dependência energética
O gerenciamento de recursos é um novo conceito para além ideais do passado de conservação.
É a mentalidade que está sendo estimulado no meme sociais para diminuir a pressão psicológica da realidade que enfrentamos como o acesso a alimentos, água e energia é incremental ser tomadas a partir da população em geral.
Em 2012, um relatório foi lançado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), afirmando que 2011 tinha as taxas de natalidade mais baixas no registro.
Através da placa, infiltrando-se todas as raças em os EUA, menos crianças estão nascendo. Desde 2007, 4,3 milhões de americanos tiveram menos bebês; seja pela economia ou credo social.
Na mais recente Cimeira da Terra Rio +20 das Nações Unidas, o Programa Ambiental da ONU (UNEP)publicou um documento que apelou a uma aplicação global de políticas de despovoamento.
De acordo com o papel: "A questão da população deve ser urgentemente resolvidos pela educação eo empoderamento das mulheres, inclusive na força de trabalho e os direitos, propriedade e herança; cuidados de saúde de crianças e idosos, e fazer contracepção moderna acessível a todos. "
Os autores do relatório afirmaram que querem "financiamento (para controle da fertilidade no mundo inteiro) diminuiu 30% entre 1995 e 2008, sobretudo como resultado da pressão legislativa da direita religiosa nos EUA e em outros lugares", os autores chamam de "educação e planejamento necessários para promover e atingir uma população e estilos de vida humano sustentável. "
Estabilização da população, o verdadeiro significado por trás de planejamento familiar é evidente no impulso WB e FNUAP contra nações soberanas para reduzir suas populações pela regra do "consenso global" que dita a política de direitos humanos, ao considerar alguns apto para viver e outros não.
Subscrever:
Mensagens (Atom)