quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

"IDENTIDADE NACIONAL VERSUS FMI...


DE TUDO UM POUCO…

IDENTIDADE NACIONAL versus FMI ( Fundo  Monetário Internacional)

“Todos os dias perdemos um pouquinho da nossa identidade, por causa
de medos padronizados e cobranças colectivas. Antes de descobrir qual é o nosso grupo, seja o grupo dos bem-sucedidos, dos descolados, dos espertos-é bom estar
agarrado ao que nos define, e isso só se vai descobrir se estivermos em contato com os nossos sentimentos mais primitivos. Não é preciso ir ao Alasca, não é preciso
radicalizar, mas, mantermo-nos fiéis à nossa verdade, já é meio caminho andado.”
Martha Medeiros

Conhecemos, agora, mais alguns pormenores sobre o “borrascoso” documento que o governo de passos coelho encomendou ao FMI (Fundo Monetário Internacional), para, por sua conta, decidir como há-de acabar de “dar cabo” dos portugueses, de mão dada com a esquizofrenia doentia (passe a redundância!) do seu ministro das finanças.
Falo desse documento infame para Portugal, porque esse é o meu país, um país da Europa, (o mais velho, como país independente), que existe como Pátria soberana, desde os imemoriais tempos de Afonso Henriques. Segundo li, há tempos, o nome de “PÁTRIA” como se entende hoje, já lhe tinha sido dado pelo cronista Fernão Lopes; mas foi com Camões, em “OS LUSÍADAS” que, definitivamente, o território assim foi considerado, no CANTO III, na estrofe 21:” Esta é a ditosa pátria minha amada…”-e assim sendo, nós, portugueses, somos, se não me engano, o único país do continente europeu que, com a excepção da dramática interrupção de 1580 a 1640, se mantém com essa identidade; passámos por duas grandes guerras e mantivemo-nos “Pátria”!
Mas, avancemos…O (des)governo  de Portugal, cujo primeiro-ministro parece afectado por uma esquizofrénica prepotência, teima em esconder do povo as suas calculistas medidas, numa atitude que nada de bom augura ,em termos democráticos. Sem ter autoridade –que ele reafirma ter!-a única legitimidade que tem, vem-lhe das falsas promessas eleitorais que fez para chegar ao poder, que  “rondava” com sorrisinhos inocentes e angelicais perto, por exemplo ,da “perita” Manuela Ferreira Leite(MFL); perita, tanto no domínio do seu trabalho como no “saber ler e interpretar a mente de alguns “boys”…Como era, então, ligeiro…doce de palavras…Como se foi “fazendo à frente”, para chegar ao posto que o povo lhe deu, de bandeja…
Doentiamente, teima, desde que apareceu o documento encomendado por ele e pelos seus cegos fiéis seguidores ,que essa é a resposta  para “salvar o país”!
Tenho nas mãos a obra do nosso Almeida Garrett, os seus discursos políticos. Vou citar as palavras do escritor, num desses discursos, depois das lutas entre Liberais e Absolutistas, onde diz isto: ”…e quando digo isto, não se pense que eu quero um governo tíbio, vacilante e cambiante, para não dizer inepto, que siga hoje uma opinião, amanhã outra, dando mostras de não ter princípios nem dignidade. Não, eu quero um governo forte…que adopte sincera e rasgadamente o programa do partido…eu quero que esse governo governe, não em seu benefício exclusivo, mas em benefício de TODOS…Senhores, o nosso CAMÕES disse -“Um fraco rei faz fraca a forte gente” e eu, inverto o seu pensamento e digo, com a mesma convicção- “Um fraco povo faz fraco o “forte” rei….”…
Ora muito bem: acontece que o meu país é independente! tem alma e  identidade nacionais! não é um feudo de passos coelho nem do amorfo vitor gaspar! Muito menos é dos “doutores faz-de-conta” com cursos comprados, que, sob a alçada do chefe e sem a tal legitimidade das promessas eleitorais, continuam a “sepultar” este país, numa “vala de decisões”, há quase dois infernais anos, que deram cabo das nossas esperanças e da nossa vida!
Quem é essa entidade abstracta, o FMI, para opinar sobre o que tem que ser feito em Portugal, país do qual nada sabe, a não ser os dinheiros dos juros que, atempadamente, pagamos e que eles, avidamente, contam?
Essa gente conhece este povo, a sua história, as suas tradições, usos e costumes? saberão que um euro português não é igual ao francês, alemão ou ao de outro país europeu? saberão que estamos numa miséria tal que os nossos filhos, licenciados ou não, os nossos desempregados que têm a coragem de o fazer, estão a divorciar-se desta Pátria ingrata e a fugir da  miséria, numa nova onda de emigração, que nos envergonha e empobrece? conhecem  eles a realidade das nossas pobres aldeias, para além dos “suculentos pastéis de nata” que lhes servem ao pé do centro de Lisboa? aldeias sem escolas? sem acesso à saúde? sem hospitais? sem dinheiro para pagar consultas no Privado, que está a enriquecer políticos, ex-políticos, amigos do poder?
Já viram a escandalosa campanha publicitária de um grupo médico-privado de Coimbra, no FÓRUM e nas camisolas da ACADÉMICA?
Por acaso, desse estudo do FMI, “tão perfeito, tão bem feito” saem medidas que ensinem os políticos a governar de modo a fazer o país progredir? Erros técnicos? Sim, dizem os entendidos que há muitos…Hoje, dia 18 de janeiro, ouvi que a Sra. Lagarde afirmou que não se pode ler tal documento à letra, como uma bíblia… que ele é um ponto de partida…Mas, saberá a Sra. que o primeiro- ministro e os seus seguidores “já partiram” para o massacre fiscal do seu povo? Sabe, é claro que sabe…Mas, por onde anda a Europa solidária de depois da última guerra?
Num discurso proferido em 1977, no encerramento das Jornadas Municipais Sociais Democratas, realizadas no Porto, em 29 e 30 de Janeiro/1977, in Textos, 4º vol.- dizia  FRANCISCO SÁ CARNEIRO:
(…)“…não podemos neste país viver mais de acusações mútuas ou da reedição de fantasmas…Um país que vive do passado, a ele regressa, cedo ou tarde. Um país que não sabe aproveitar do passado apenas as lições, para se virar para o futuro e dedicar ao seu Povo um projecto de esperança, desenvolvimento e de segurança, é um país em risco de perder a democracia…temos de caminhar com segurança para um futuro de estabilidade…É essa a responsabilidade dos políticos portugueses…vamos fazer substituir ao desânimo a esperança de um Povo que quer progredir pelo seu trabalho…”(...)
Nesta ordem de ideias, volto a essas palavras de um homem digno para lhe dizer que, hoje, a esperança sumiu-se por causa dos políticos que, por vezes, se colam ao seu pensar, deturpando-o em proveito próprio e que o povo que trabalhou, dignamente, ainda desde antes de “ele partir”, hoje é um povo de reformados e pensionistas a quem os seus indignos sucessores tratam como quase “ladrões” do estado para o qual trabalharam, com denodo e dignidade e que estão a ser roubados, progressiva e sistematicamente, para pagar ladroeiras de políticos e “amigos”, na  BANCA, nomeadamente!
Não, passos coelho, gaspar ou relvas! vocês não têm legitimidade nenhuma para destruir PORTUGAL!
Vocês são os “infiéis” das nossas novas “cruzadas!
Vocês são, na realidade, o NADA-DO-NADA que tudo quer ser e que nós temos de combater com a voz da razão!
Vocês são, ainda, “ o cerco de Lisboa de 1383/85” que temos que derrotar, em novas “Aljubarrotas”!

Mealhada, 18 de Janeiro’13
Maria Elisa Ribeiro
lisitarodrigues @gmail.com

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