sexta-feira, 22 de setembro de 2023

Poema: ADMITO-O





ADMITO-O
...todos os dias faço amor com a VIDA!
Estendo-me lânguidamente, despudorada, nos seus braços,
nos tempos e nos ares,
e gozo-a, perdida, na força dos teus abraços./
Tomo banho no brilho do luar...
Limpo-me nas brumas do orvalho matinal...
Penteio-me no nevoeiro dum espelho-a-alvorecer...
Visto-me, decidida,
no meio das árvores ainda enluaradas./
O prazer de viver soltam-no
também as aves nos seus pios lentos!/
Voo na imaginação das montanhas, descobertas como eu...
possantes como eu...floridas e radiosas como eu
no céu que sei que é meu.
Correm as águas do mar num perene soluçar...
...libertam cheiros miríficos
do feitiço da maresia
no alto das ondas espumosas,
porque calmas e ansiosas
na Poesia de SOPHIA./
E as gaivotas, seres formosos do alto-mar a viver-marulhar
estendem-se no areal ,
a procurar vida no pão-peixe-mar.
Por vezes, movem o olhar para o meu acto íntimo com a Vida
e, sem darem por isso, perdem-se da rota traçada.
Pressentem o tormentoso momento do meu lacrimejar
e fogem da dor de me verem chorar.
Refugiam-se até aparecer APOLO, que me leva ao colo
até ao reino das Esperanças./
Ficando Aqui, vou vindo de Lá.
Procuro a confiança da verdade de existir neste porvir,
segundo a segundo, momento a momento, doçura a doçura...
Oh! Tormento da consciência!/
©Maria Elisa Ribeiro

FEV/2023 

Sem comentários:

Enviar um comentário