A NOITE CHAMA-TE DE DENTRO DE MIM
Não posso
adormecer
Nesta
madrugada que respira o rumor do teu silêncio
Numa febre
que, de tão antiga, me queima a alma.
Os seres
astrais não respondem e escondem o seu calor
no intervalo
da dicotomia antitética quente-frio.
Dormem os
seres mágicos do bosque.
Sabem que
aqui estamos, cheiram o ar que exalamos,
e vivem o
nosso dia.
Tu, na tua
doce alegria!
Eu, na minha
triste melancolia!
Nas
montanhas dispersa-se o tempo e o espaço,
enquanto as estrelas saltitam,
para dar
lugar a todos os astros
que escondem
o sofrimento
de não estares aqui.
Eu não
adormeço... mas a noite chama-te. Eu ouço-a
quando ela
chama por ti, de dentro de mim,
enquanto uma qualquer estrela está pronta a morrer
por nós.
Se chegares,
sabê-lo-ei no instante em que se libertar o aroma do nosso sonho,
na ternura
das nossas mãos enlaçadas.
Será o aroma
do nosso sangue
a viver naquela rubra rosa
que o
orvalho esconde e depois desnuda?
©Maria Elisa Ribeiro
Junho/2022
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