ABRAÇA-ME (2)
Surgiste
como furacão,
Empurrado pelo vento,
Em
fragmentos do céu
Ferido pelo
grito de um trovão.
Esse momento
único foi tão veloz
Como a força da tempestade
Que se
espalhava pelo céu.
Senti que a
felicidade não tocou meu coração
Pois o
relâmpago estrepitoso ofendeu belas estrelas
Que se
passeavam serenas
Perante
meus ternos olhos.
Logo me
deste a protecção dos teus braços e eu pedi
para neles
me demorar a receber teus beijos,
Nesse
crepitar de vida,
que me correu pelas veias,
Nessa música
suave,
que soou aos meus ouvidos,
Nesse divino
aroma que se dispersa pelas almas
Que se
acolhem, quando se encontram.
Abraça-me...assim...como se a noite fosse acabar nos raios
de luar
E te levasse a passear,
Por entre florestas iluminadas,
© Estrelas
calmas e sossegadas, rios a correrem para o berço-mar...
Beija-me como se o mundo fosse acabar e nada houvesse para
nos conter.
Percorre meu corpo quente numa chama de relâmpago
Que se não pode perder...
Deixa-me empalidecer de amor
Até que a loucura
escorra pela parede
Que nos vai ver adormecer.
Enche toda a casa de amor,
como se fossem flores
vermelhas-pujantes,
que eu ponho nos vasos para durar...
©Maria Elisa Ribeiro
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