terça-feira, 19 de julho de 2022

POEMA

 GALÁXIAS

São vagas as promessas, as que espero e as outras com que não conto.
No azul do mar, tão longe, tão longe, há sempre um corpo celeste
pronto a declamar o firmamento risonho,
onde ele vive a sonhar.
O eco da sua luz faz esquecer promessas vagas de outras luzes
(mirabolantes algumas),
pelo que dói acreditar em promessas tão vagas
como as luzes das estrelas e de todos os astros da Galáxia,
em noite de nevoeiro.
É tão promissor o seu fulgor, que caminho nem sei por onde...
Talvez faça como Cesário
e deambule por aí no meio de meias promessas,
a registar ruas e vielas dos ruídos das avenidas
viradas para as bolhas dos oceanos.
As luzes astrais são eternas...
EU? Nem tanto...
NADA, verdadeiramente!
Quantas vielas empedradas tenho para deambular?
Nas mãos vazias, aquela luz que me guia apenas até aos teus segredos
dos dias esquecidos, no meu DENTRO.
Das estrelas recebi o primeiro beijo de fogo, com o qual queimei a boca...
A verdade também é que foi delas
que recebi e abracei um molho de estímulos,
para os fogos que se seguiriam, depois de um acto de Criação.
O rumor das breves sombras verdes como o vento
que veste as despudoradas manhãs,
apenas me ensina a romper pelo DIA-CLARO,
este Dia que é VIDA num calendário onde sorriem todas as páginas iguais
da minha Solidão,
sob um céu de Infância já tão afastado de nós!
Maria Elisa Ribeiro
DIREITOS RESERVADOS(©)
Maio/021
Pode ser uma imagem de céu

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