FADO ANCORADO
Escrevo poemas ancorados num fado-dor,
________à velocidade com que meus dedos dedilham
_____________pérolas de cor
________________ em notas de paz-no-amor.
Cheiinhos de palavras
vergadas ao peso de mensagens escondidas
vivem, essas minhas palavras,
com os pássaros em redor…
…com as árvores de verde cor…
…e com as flores
que lhes vão dando
a noção do tempo-a-passar, pelo frio e pelo calor.
Amarelecidos já, muitos desses poemas onde
ainda, nem sequer pus as mãos,
acariciam o corpo brando das vogais e consoantes
ancoradas num cais lexical,
preso à história de Portugal.
Sei que não se passa ,
facilmente,
de um verso para outro,
como quem muda
constantemente,
de continente para-oceano-continente…
…passa-se com a alma embevecida e o coração (talvez acelerado)
como quando se sente que,
connosco,
fica a voz das águas no clamor mais terno
das madrugadas-em-linha,
na hora das despedidas.
Linha de vida:
teia-tecida-no-meio-das- folhas
-de-pinhais-naus-a-navegar.
Mensagem/segredo…
…SAUDADE! Poesia ancorada nas entranhas das PALAVRAS,
a vogar
num Mar-QUASE-vencido!
Maria Elisa Ribeiro
JNH/018
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