quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

POEMA







 O MEU DESTINO OLHA-TE

 

 

 

O longo Inverno que cansa as copas das árvores extáticas

Começa a nascer no vento azul---tão alto!---que dá cor ao céu,

Enquanto vai com ele

                       arrastando o aroma das flores que sobreviveram.

 

É um azul mágico-eterno que a noite ordena que a acompanhe.

Da minha nocturna angústia

                           chega-me a vontade de puxar uma cadeira,

para assistir ao desfile melodicamente ventoso e suavemente iluminado

dos astros,

                              das estrelas luminosas e das constelações formosas.

 

 

Por vezes sinto que devo esperar-te...É que o coração debruça-se

No peitoril da janela, fixa comigo a Lua e as outras belezas espaciais

Que vão tremelicando, viajando a medir distâncias e a mudar de lugar.

 

O meu destino olha-te...

Mas dentro do intervalo dos nossos olhares há parcelas

Incompreensíveis----insensíveis----dolorosas----

O destino costumava abusar dos meus lábios...

Então, vendi-os a mim própria,

 e agora bem vejo como ele se rebola,

quando me vê chegar às tuas mãos

                                           distintas e saborosas.

 

 

 

©Maria Elisa Ribeiro

Direitos reservados

SET/2021

 

 

NOTA: esta autora não  segue o “chamado Acordo Ortográfico

Sem comentários:

Enviar um comentário