O MEU DESTINO OLHA-TE
O longo Inverno que cansa as copas das árvores extáticas
Começa a nascer no vento azul---tão alto!---que dá cor ao
céu,
Enquanto vai com ele
arrastando o aroma das flores que sobreviveram.
É um azul mágico-eterno que a noite ordena que a acompanhe.
Da minha nocturna angústia
chega-me a vontade de puxar uma cadeira,
para assistir ao desfile melodicamente ventoso e suavemente
iluminado
dos astros,
das estrelas luminosas e das constelações formosas.
Por vezes sinto que devo esperar-te...É que o coração
debruça-se
No peitoril da janela, fixa comigo a Lua e as outras belezas
espaciais
Que vão tremelicando, viajando a medir distâncias e a mudar
de lugar.
O meu destino olha-te...
Mas dentro do intervalo dos nossos olhares há parcelas
Incompreensíveis----insensíveis----dolorosas----
O destino costumava abusar dos meus lábios...
Então, vendi-os a mim própria,
e agora bem vejo como
ele se rebola,
quando me vê chegar às tuas mãos
distintas e saborosas.
©Maria Elisa Ribeiro
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SET/2021
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