sexta-feira, 8 de outubro de 2021

POEMA

 GARRAS DO TEMPO

Escondo no íntimo verdadeiras mentiras,
que vejo como se fossem a crónica das minhas insanidades.
Vejo o Mar, no azul do arco-íris, passeando pelos céus,
onde revolteiam ondas espumosas e coloridas.
Meus pés pisam areias finas, conchas partidas e búzios engalanados.
Loucura dos sonhos de quem não deu por isso
Mas que já se cansou de sonhar a infância,
a juventude, os passeios à beira do cais com as mãos entrelaçadas e
o olhar de saber a amor quando os ais se sentem perdidos
no meio de solitários areais...
Todos sofrem as suas angústias nas insanidades e no seu reverso.
Não estou sozinha neste mundo de crateras sociais.
Vão passando os ponteiros dos relógios
com as garras do TEMPO cravadas -em-MIM.
O tic-tac é o som de um veneno tóxico,
que vai eliminando o peito do Universo, desfeito-em-Tempo.
De que vale suspirar, arfando, se os deuses doutras galáxias
continuam ao comando das rotas longínquas e remotas, do
conhecido “bicho humano”?
Sons de um piano em tons de mar...
Sons dos sonhos que a música encerra...
Compasso descompassado de uma sinfonia inacabada de BACH
ao longo da missa solene
de uma Catedral engalanada de magia...
©Maria Elisa Ribeiro-2021
Pode ser arte

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