"As minhas palavras têm memórias ____________das palavras com que me penso, e é sempre tenso _________o momento do mistério inquietante de me escrever"
domingo, 31 de outubro de 2021
POEMA
MEU-LUAR-DE-MIM
Em meu luar me adormeço,
Cansada da estrada percorrida
num temporal-não-acontecido,
neste PRESENTE que não é mais
que um FUTURO exposto,
____________________________________mas escondido.
É tão sentido o que vos deixo escrito, que me doem
os olhos sofridos e magoados.
O silêncio do corpo dos astros treme-me nas mãos.
E o vento louco do louco temporal,
embora não acontecido
geme-me na boca ,cheiinha de maresia.
A tristeza rumorejante das águas das nuvens,
sinto-a ,em gotas,a escorrer-me pela fronte .
A terra tem os olhos fixos nos campos esverdeados
e nas sementeiras de trigo quase dourado,
acarinhado pelas flores coloridas dos verdes espaços
hoje quase a parir grão,
que nos chegará à mesa, em forma de inigualável pão.
As rubras papoilas acordam ao som do velho e distante mar...
...levantam-se a sorrir aos verdes-azuis-cor-das-ondas
que só do meio da seara podem saudar.
Mais longe,
as ondas oceânicas bramem
contra as rochas
cobertas de musgo ferido
em velhos tempos de perigo.
Sentem-se proscritas, exiladas, sós,
sem saberem em que outra ilha perdida
irão encontrar abrigo
no escuro da noite.
Ao-luar-de-mim-mesma me adormeço,
cansada do cansaço que me reconheço.
Todos os dias, porém, a Esperança me faz deixar a porta entreaberta
à espera,
- é evidente-,
do teu sorriso manso...
OUT/020
Maria Elisa Ribeiro
4Sónia Isabel Duarte, Carlos Pinheiro e 2 outras pessoas
sábado, 30 de outubro de 2021
De Camilo Castelo Branco
TEXTO de Camilo Castelo Branco, em "Amor de Perdição",no Google:
Carta de Teresa a Simão, em "Amor de Perdição"-in aesc.edu.pt:
A vida era bela, era, Simão, se a tivéssemos como tu ma
pintavas nas tuas cartas, que li há pouco! Estou vendo a casinha
que tu descrevias defronte de Coimbra, cercada de árvores,
flores e aves. A tua imaginação passeava comigo às margens do
Mondego, à hora pensativa do escurecer. Estrelava-se o céu, e a
Lua abrilhantava a água. Eu respondia com a mudez do coração
ao teu silêncio, e, animada por teu sorriso, inclinava a face ao
teu seio, como se fosse ao de minha mãe. Tudo isto li nas tuas
cartas; e parece que cessa o despedaçar da agonia enquanto a
alma se está recordando. Noutra carta, me falavas em triunfos e
glórias e imortalidade do teu nome. Também eu ia após da tua
aspiração, ou adiante dela, porque o maior quinhão dos teus
prazeres de espírito queria eu que fosse meu. Era criança há
três anos, Simão, e já entendia os teus anelos de glória, e
imaginava-os realizados como obra minha, se tu me dizias,
como disseste muitas vezes, que não serias nada sem o
estimulo do meu amor.
Ó Simão, de que céu tão lindo caímos! A hora que te escrevo, tu
estás para entrar na nau dos degredados, e eu na sepultura.
Que importa morrer, se não podemos jamais ter nesta vida a
nossa esperança de há três anos? Poderias tu com a
desesperança e com a vida, Simão? Eu não podia. Os instantes
do dormir eram os escassos benefícios que Deus me concedia;
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Sobre Stephen Zweig
IMAGINAR O MUNDO SEM LITERATURA É UMA MISSÃO IMPOSSÍVEL POR PLANO NACIONAL DE LEITURA Pensar o mundo sem leitura e sem escrita é imaginar uma forma estranhíssima de vida. A história do mundo não seria contada, não seriam transmitidos os conhecimentos e os homens dificilmente comunicariam. A palavra é o que dá sentido. Lemos e escrevemos para enunciar, perpetuar feitos literários, crenças religiosas, ideias filosóficas, políticas, humanistas e científicas, a ascensão e a queda de impérios e nações. Para compreender o mundo, criar novas formas de narrar a vida, reinventar geografias, ousar, evocar, fantasiar e visionar. Para conhecer os outros e a nós próprios. Ler o Mundo: Experiências de Transmissão Cultural nos Dias de Hoje é um manifesto lúcido e necessário, uma verdadeira apologia da leitura e da literatura. O livro procura responder a questões como “Para que serve ler? Porquê ler hoje? Porquê incitar as crianças a fazê-lo?”. Michèle Petit dialogou com mediadores e “educadores pela arte” sobre o engenho de enfeitiçar aqueles que se encontram afastados da literatura e da arte. Ouviu múltiplas vozes sobre experiências leitoras. Neste livro, partilha o saber resultante dessas conversas, encontros, estudos e de muitas leituras sobre a importância do livro e da leitura no crescimento dos jovens e na sua construção enquanto pessoas. É um livro que interessa a todos os que amam os livros e acreditam no poder da leitura. Stephen King, o Mestre do Terror, como muitos lhe chamam, decidiu em 1997 escrever sobre o ofício da escrita. Vítima de um acidente grave, recorreu à escrita para lidar com a dor física e regressar à vida. Em Escrever, Stephen King mostra a vida do homem que escreve, os cordelinhos que movem as personagens, os bastidores da criação das intrigas, as suas relações com outros autores, com os editores, com a crítica… Num registo informal e com um humor por vezes cáustico, King conta-se como uma história dos seus romances, desde a infância difícil e os primeiros escritos até à fase de escritor internacionalmente aclamado. E, nas memórias do ofício, há lugar para o professor que aconselha, avisa, orienta, ensina caminhos, mostra estratégias.
sexta-feira, 29 de outubro de 2021
POEMA meu
Minha poesia
Do ciclo"Rumores poéticos":
RUMORES POÉTICOS
A noite veste-se de um céu ainda baço…ainda sem luar…
A alma das coisas é, neste instante,
ela mesma, ainda crepuscular.
Os rumores da noite andam pelo ar… vão, aos poucos,
preenchendo o espaço onde me sinto-ser.
Campos espalhados pelas brumas…ravinas das colinas verdejantes,
arvoredo contente por vestir os montes…orvalho deliciado
a deitar-se, descansado, numa rosa a suar…
…em tudo se sente, que o dia está para partir.
Fim do dia…fim da tarde…
hora do sino acordar velhas paredes das casas que fumegam
e cantam : AVÉ-MARIA, TRAZEI PAZ AO NOSSO LAR”.
Rumores do céu…
Acordam as estrelas cor de âmbar…cintilantes…tremeluzentes…
Vacilante, geme a ramagem…lastima-se o vento
que flutua no azul da estrela do pastor…
Minh’alma,
donde te vem esta mágoa, esta nostalgia de Éden perdido,
como se uma poderosa e misteriosa Saudade
pudesse viver de um alvo indefinido?
Maria Elisa Ribeiro
FEV/017
6Susana Duarte, António Costa e 4 outras pessoas
quinta-feira, 28 de outubro de 2021
De um amigo italiano, do Facebook
Inizia oggi a Londra il processo di appello per l'estradizione negli Usa di Julian Assange. Pochi giorni fa, sul Corriere della Sera ho intervistato Stella Moris, la compagna di Assange. La sua testimonianza è cruciale per capire cosa accade quando, per quello che dici, scrivi o fai, diventi un nemico da abbattere. Nel 2013 incontrai Julian a Londra, all'ambasciata dell'Ecuador. Nonostante non fosse un uomo libero riusciva comunque a mantenere il sorriso. Oggi le sue condizioni non sono più quelle, come testimonia Stella Moris: "È in condizioni atroci. Rischia la vita”. Ecco cosa è accaduto a Julian, qui ripercorro le fasi principali della sua vicenda https://www.corriere.it/.../julian-assange-compagna-cia...
2 mil2 mil
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