POEMA:
POEMA
CÓPIAS-DE-NÓS-OUTRORA-COMO-HOJE
trago à luz a mão que me escreve e me torna um rasto de
pedaços de frases. que gritam línguas de estranhos contornos e sonoridades.
ecos de uma onda de memórias. que me querem afastar ,em ondas de espuma,
do dia dos novos rumos das aves.
o tempo foi das palavras esfomeadas num silêncio entre sílabas, ao abandono.
a chuva embacia-me o olhar e mancha-me o sorriso.
o oceano geme vagas descontroladas da minha fome de anexar
fonemas-em-despedidas-de-silêncio.
sacio-me.
crio-me, talvez, num poema onde prendo vocábulos
à pena que desliza pelo branco papel, numa súbita vertigem
de luz a gritar mares de Distantes origens.
quase-poema…
quase -falta-de-poema…
quase Eu -para-ser-um-tema…
escorre música de uma velha janela voltada para os tempos
da infância…Que distância!
o mar, bem sei, fala todas as linguagens do mundo…
ele é uma fotografia do que não é possível esquecer…
…horta de algas…cave-sótão de marés…tempestade de encharcar poesia-na-memória-construtora de novos mundos…
Trago à luz a mão de um mar medieval que continua a chamar pelo nome,
[o nome-de-Portugal…
…e as asas tenras das velas latinas saltaram muros de frustrações
e aportaram às canelas
de todas as convicções…
Cópias de nós permanecemos, no Outrora de sistemáticas ilusões
de ONTEM-NO-HOJE...
Maria Elisa Ribeiro- Portugal
JLH/018
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