quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Poema meu de 2011-REGISTADO

AH, SE TU FOSSES PALAVRA…

…andarias em minha boca,
a escorrer do pensamento para a ponta de meus dedos,
ficando acomodado na ponta da minha língua…
…chegarias mais depressa a um canto do coração
libertando-me dos medos.
E eu que amo as flores vermelho-rubro
coradas de tons de verão,
chamaria a luz do sol para alegrar os teus dias,
numa onda de paixão!

AH, se tu fosses Palavra!

Serias a branca pureza das flores dos montes, selvagens,
vicejando nas montanhas ao toque de doces aragens…
E o rumoroso fio de água, que fura por entre as rochas,
galgaria as penedias do amor
para se estender num vale de verdura intensa,
onde a bruma da madrugada alegremente descansa.

Ah, se tu fosses Palavra…
…belo seria o sorriso da terna luz lucilante
que ilumina meu caminho, se o afagas, anelante…
Tuas mãos seriam quentes-cheias-de-mensagens-urgentes
a descansar no meu corpo, a todo e qualquer instante!
E à noite, quando a água ficasse gelada
como um mar de inverno duro…
… nos meus lábios estarias,
acomodado e seguro!
…se tu fosses Palavra,
a eternidade consumaria o desejo da existência
neste fulgor de árvore florida,
neste cheiro a rosas de lacrimoso luar,
nesta límpida água de vocábulos-
-perdidos-a-pairar-na –escrita –de-cristal
que deixo violar meus dias!

AH, SE TU FOSSES PALAVRA....

DEZ/011
Maria Elisa Ribeiro

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