"As minhas palavras têm memórias ____________das palavras com que me penso, e é sempre tenso _________o momento do mistério inquietante de me escrever"
sexta-feira, 23 de março de 2018
NOTA de REFLEXÃO: os fogos que mataram mais de 100 pessoas , em PORTUGAL, no último Verão!
Portugal sofreu muito! Os portugueses de Pedrógão Grande perderam mais de 60 amigos e familiares. Em alguns casos, famílias inteiras, perderam bens, casas, hortas, máquinas e empresas desapareceram nas línguas de fogo...
O mesmo se passou em Arganil, Tondela, Viseu e em quase todo o país; o DIABO abriu a bocarra e cuspiu fogo, como se quisesse instalar o inferno neste pobre país. Mais 40 e tal pessoas morreram nestes fogos de Outubro!!!
Nessa altura, os políticos prometeram que tudo iria resolver-se o mais depressa possível, para que quem tudo perdeu, pudesse ter casa, um tecto e dinheiro para recomeçar a vida.
Passados todos estes meses em que os nossos olhos e os nossos corações choram os mortos e viram milhares de casas destruídas na rapidez de um estalar de dedos, poucas pessoas das aldeias e vilas martirizadas, obtiveram alguma coisa,
Bem sabemos que ,de uma catástrofe que foi considerada a maior da EUROPA, não se podiam remediar todas as tristes situações de um momento para o outro.
Custa ver pelos meios de informação a cara dos pobres ou remediados, que tudo perderam e ainda nada receberam. Somos latinos...Sabemos falar muito bem, mas tardamos em agir! De todo o mundo e dos portugueses solidários chegaram bens e dinheiro.As roupas e os bens distribuídos não têm onde ser guardados! Não há casas!
Com tristeza, vimos chegar a chuva que tanta falta nos fazia, mas não vemos muitas casas reconstruídas, nem as pessoas confiantes nas promessas dos políticos...Vão saindo das análises de pessoas peritas nestes assuntos, relatórios e mais relatórios e mais pareceres e acusações-coisas de que as vítimas não precisam-mas...o fim do drama não tem fim à vista!
Um novo Verão está à porta. Com que meios e como vamos ESTAR, psicologicamente, nessa altura?
CUSTA MUITO SER PORTUGUÊS,NESTAS SITUAÇÕES EM QUE NÃO CONFIAMOS EM NADA NEM NINGUÉM!
E vem-me à memória o poema "NEVOEIRO" de Fernando Pessoa, na "MENSAGEM", que diz assim:
Nem rei, nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer-
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo fátuo encerra.
Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro,
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
É a Hora!"
Maria Elisa Rodrigues Ribeiro
Mealhada, 23/03/018
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário