sexta-feira, 24 de março de 2017

Poema (OBRA REGª)















Poema:

TEMPOS DO VERBO AMAR…

…são tempos de VIVER!

Amo-te, sem te saber…
…sei-te, na nudez do dealbar brumoso do dia
pelos outeiros e colinas, através das vozes que a
Terra, na Primavera, domina.

…e se te beijo, sinto que o Tempo se esvai
de uma forma repentina,
quando o solo abre as entranhas
de par-em-par, para nos celebrar, com medo de nos perder.

O Vento aplaude o nosso confuso enrubescer
passando-nos, ao de leve, pelo corpo onde
o coração quase rebenta, nas veias-a-latejar.
Murmuram as montanhas a infindável viagem
que encetamos, nesse momento louco de nos darmos,
na vida que o beijo leva-da-minha-para-a-tua-boca.

Sem bússola nem estrelas de pronta-guia,
sem pejo da sua nudez,fatal e arredia,
as sereias revolvem as águas das escamas prateadas
a saltarem, desvairadas, nos braços das águas frias
ciumentas, rabujentas por não sentirem
os tempos do verbo Amar.

Só que o Presente muda, fugindo freneticamente
para o Passado, onde tudo se torna memória-a-recordar.
Tudo passou…Amei…Não esqueci, mas continuei…

A quem vai sorrir o Vento num momento de beijar?

Em nossos olhos há um sorriso aberto
até ao fundo da alma…
aí guardaremos, no baú dos segredos da vida,
a nossa vontade de voltarmos a dar as mãos ,
quando é o momento de perdermos a calma

Se não te amasse, fugiria de mim…andaria longe
da tua sombra…não veria as cinzas da noite a arder
nos nossos olhos…perderia, também, as vogais das consoantes
que formam o verbo AMAR…

Maria Elisa Ribeiro
DEZ/014

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