"As minhas palavras têm memórias ____________das palavras com que me penso, e é sempre tenso _________o momento do mistério inquietante de me escrever"
domingo, 30 de novembro de 2014
Crónica de Baptista Bastos, in DN
OPINIAO
CRÓNICA DAS PALAVRAS
por
Baptista-Bastos
Escritor e jornalista - b.bastos@netcabo.pt04 fevereiro 2009Comentar
Há muito se perdeu a noção de que as palavras têm honra. Políticos servem- -se delas para mentir, ocultar, dissimular a verdade dos factos e as evidências da realidade. Mas também escritores e jornalistas as debilitam e as entregam às suas pessoais negligências. Não é, somente, uma questão de gramática e de estilo; mas é, também, uma questão de gramática e de estilo. Há escritores e jornalistas que o não são à força de o querer ser. A confusão instalou-se, com a cumplicidade leviana de uma crítica pedânea e de um noticiário predisposto a perdoar a mediocridade e a fraude.
As palavras possuem cores secretas, odores subtis, densidades ignoradas. O discurso político conduz-nos ao nojo da frase. Pessoalmente, tento limpar o reiterado registo da aldrabice e da ignorância com a releitura dos nossos clássicos. Recomendo o paliativo. Eis-me às voltas com as Viagens na Minha Terra. Garrett não era, propriamente, uma flor imaculada. Mas foi um mestre inigualável na arte da escrita. Lembro-o porque, a seguir, revisitei o terceiro volume de As Farpas, onde Ramalho reproduz uma conversa com Herculano. O historiador retratou assim o seu companheiro das lutas liberais: "Por cem ou 200 moedas, num dia de apuro, o Garrett seria capaz de todas as porcarias que quiserem, menos de pôr num papel, a troco de todo o ouro do mundo, uma linha mal escrita."
Desaprendeu-se (se é que, vez alguma, foi seriamente aprendido) o vocabulário da língua. Lê-se o por aí publicado e a pobreza lexical chega a ser confrangedora. Não se trata de simplicidade; antes, desconhecimento, incultura, ausência de estudo. "Foge de palavras velhas; mas não receies o uso de palavras antigas." Recomendava Garrett. Palavras velhas, travestidas de "modernidade", são, por exemplo: expectável, incontornável, enfatizar, implementar, recorrente, elencar, factível, plafonamento, exequível, checar, fracturante, imperdível, abrangente, atempadamente, alavancar, empolamento - e há mais.
Reconheço o meu verdete por certas palavras e expressões. Não é embirração de caturra, nem rabugice de um recta-pronúncia. Será o gosto da palavra, a alegria de com elas trabalhar há longuíssimos anos, a circunstância de ser um leitor com fôlego, o facto de ter tido professores como o gramático e linguista Emílio Menezes, goês paciente, sábio e afável; e de haver frequentado alguns dos maiores escritores do século passado, para os quais o acto de escrever representava moral em acção. Lembro, com emoção e orgulho, Aquilino, José Gomes Ferreira, Miguéis, Sena, Mário Dionísio, Carlos de Oliveira, Manuel da Fonseca, Abelaira.
Esta crónica foi, também, um pretexto para os lembrar.
HUMOR!
Yronikamente
«À hora do almoço, já no Dubai, Cavaco Silva fez um discurso semelhante, vendendo Portugal como uma espécie de país das mil maravilhas: tem sol, tem mulheres bonitas, diz o Presidente, tem cavalos e também tem aviões.»
http://sicnoticias.sapo.pt/…/2014-11-27-Cavaco-Silva-desafi…
Poema de ALBERTO CAEIRO
Poema de Alberto Caeiro , in Net
A Espantosa Realidade das Cousas
A espantosa realidade das cousas
É a minha descoberta de todos os dias.
Cada cousa é o que é,
E é difícil explicar a alguém quanto isso me alegra,
E quanto isso me basta.
Basta existir para se ser completo.
Tenho escrito bastantes poemas.
Hei de escrever muitos mais. Naturalmente.
Cada poema meu diz isto,
E todos os meus poemas são diferentes,
Porque cada cousa que há é uma maneira de dizer isto.
Às vezes ponho-me a olhar para uma pedra.
Não me ponho a pensar se ela sente.
Não me perco a chamar-lhe minha irmã.
Mas gosto dela por ela ser uma pedra,
Gosto dela porque ela não sente nada.
Gosto dela porque ela não tem parentesco nenhum comigo.
Outras vezes oiço passar o vento,
E acho que só para ouvir passar o vento vale a pena ter nascido.
Eu não sei o que é que os outros pensarão lendo isto;
Mas acho que isto deve estar bem porque o penso sem estorvo,
Nem idéia de outras pessoas a ouvir-me pensar;
Porque o penso sem pensamentos
Porque o digo como as minhas palavras o dizem.
Uma vez chamaram-me poeta materialista,
E eu admirei-me, porque não julgava
Que se me pudesse chamar qualquer cousa.
Eu nem sequer sou poeta: vejo.
Se o que escrevo tem valor, não sou eu que o tenho:
O valor está ali, nos meus versos.
Tudo isso é absolutamente independente da minha vontade.
Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"
Heterónimo de Fernando Pessoa
SOBRE portas...
ÁLVARO SANTOS PEREIRA
Santos Pereira: Portas fez “intriga e chantagem” com o país e não merece “perdão”
28/11/2014, 20:405.388 PARTILHAS
No livro "Reformar sem medo", o ex-ministro da Economia fala da sua saída do Governo e conta que Portas estava "descontraído" com promoção de Maria Luís horas antes de se demitir.
Paulo Portas e Álvaro Santos Pereira quando eram colegas de Governo
Diana Quintela
Autor
Helena Pereira
HelenaPereira
Tópicos
ÁLVARO SANTOS PEREIRA
LIVRO
PAULO PORTAS
O ex-ministro da Economia Álvaro Santos Pereira fala pela primeira vez sobre a crise política do verão de 2013 em que acabou despedido do Governo e foi substituído por um centrista, Pires de Lima. No livro “Reformar sem medo”, que chegou esta sexta-feira às livrarias, o ex-ministro relata os dias frenéticos daquele verão e Paulo Portas, que passou de uma demissão a ser empossado vice-primeiro-ministro, não sai nada bem na fotografia. Portas “intrigou” contra Santos Pereira desde o primeiro dia do Governo e fez “chantagem” com o país numa atitude que não merece “perdão” – palavras do ex-ministro.
“O que me é insuportável é a intriga pela intriga, é os políticos fazerem tudo o que está ao seu alcance, sem olhar a meios, para ter mais poderes ou ganhos políticos. Isso acho profundamente lamentável, errado”, escreve Álvaro Santos Pereira, acusando Portas, líder do segundo partido de coligação, de ter feito, para mais, “intriga e chantagem com um país numa situação dramática e que estava sob assistência financeira”.
No capítulo “A intriga política”, o primeiro ministro da Economia de Passos Coelho conta como viveu os dois anos em que esteve no Governo e, por ordem cronológica, a sua versão dos acontecimentos nos primeiros dias de julho de 2013.
“Há pessoas que se dedicam quase em exclusivo à intriga política (…) frequentemente escudando-se por detrás de políticas populistas e de facilidade comunicacional”, diz, referindo-se a Portas e revelando que, desde o início do Governo, “houve intriga e conflitos internos”. “Não tenho dúvida que parte dos ataques foi interna”, explica, lembrando uma célebre frase do ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill: “Os adversários sentam-se em frente e os inimigos ao lado (na bancada do Governo)”.
“Tudo começou” pela tutela da AICEP, a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, – conta Santos Pereira – e “depois prosseguiu com tudo o que envolvesse boas notícias, investimentos, Concertação Social, ou até os ataques aos lóbis”. Foram “dois anos de ataque cerrado, embora nunca direto”, refere.
Até que chega o dia 1 de julho, em que o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, se demite. “O timing da demissão de Vítor Gaspar surpreendeu-me”, disse. Mas, “a surpresa das surpresas aconteceu dia 2 de julho”, terça-feira, dia em que Portas apresenta a demissão – durante a tarde.
Nessa manhã de dia 2, Portas ainda lhe liga para discutir uma nomeação para a Autoridade da Concorrência, um “pretexto”, segundo Santos Pereira. Acabam a conversar sobre a demissão de Gaspar e Portas diz-lhe, a propósito da sua sucessora, Maria Luís Albuquerque, que “não conhecia bem a nova ministra”. Estava “relativamente descontraído” e disse que preferia que a escolha tivesse recaído sobre o ministro da Saúde, Paulo Macedo. Horas depois, Portas demite-se invocando ter sido contra a escolha de Maria Luís para substituir Gaspar.
Álvaro Santos Pereira tem conhecimento da demissão de Portas, nessa tarde, já em Berlim, onde tinha uma reunião de trabalho, e fica “siderado, atónito, perplexo” com a notícia. “Senti que a pátria tinha sido traída e que o país tinha sido atirado para a lama, tinhamos acabado de deitar o trabalho dos últimos dois anos para o lixo”, conta.
No livro, o ex-ministro revela que ligou a um ministro do CDS (teria sido Luís Pedro Mota Soares, ministro da Segurança Social pois a outra pessoa indicada pelo partido é uma mulher, Assunção Cristas, na Agricultura). Santos Pereira diz-lhe que “era preciso que o CDS continuasse no Governo” e aquele responde-lhe que “as coisas estavam muito mal entre os dois partidos, que não havia confiança entre eles e que o melhor mesmo era que o CDS saísse do Governo e haver um acordo de incidência parlamentar até ao final da legislatura”.
Essa solução era, para o então ministro da Economia, “um disparate e um caos total”. E diz ao interlocutor “que pedissem o que quisessem, mesmo a pasta da Economia”. Segundo Santos Pereira, esta pasta era “uma ambição do CDS desde o primeiro dia”. Um dirigente do CDS, António Pires de Lima, acabou a substitui-lo. “Para mim era evidente o que iria acontecer”, sublinha.
Pedro Passos Coelho já estava com Santos Pereira em Berlim quando Paulo Portas recua na sua decisão e dá o “irrevogável” por não dito. Santos Pereira reage sem oposição à sua substituição no Governo porque “o país não precisa de mais dramas e turbulências”, mas não deixa de considerar o que se passou “uma chantagem”.
Na segunda-feira seguinte, dia 8, o ministro começa a encaixotar as suas coisas no gabinete. O Presidente da República não dá posse aos novos ministros, porém, e pede um entendimento alargado. O processo de negociações, que termina sem sucesso, demora três semanas “bastante difíceis”.
Durante esse período, ocorre no Parlamento um debate do Estado da Nação e um debate de moção de censura ao Governo. “No debate do Estado da Nação, mantive a compostura e fiquei sentado a ouvir o discurso de alguém que fez o que fez ao país”, lembra, sobre Portas, acrescentando que “há limites” para “os sapos que se tem que engolir na política”. No debate seguinte, saiu da sala no momento em que Portas discursa e também já não vai à tomada de posse dos novos ministros para não ter que “apertar a mão” ao empossado vice-primeiro-ministro.
Santos Pereira termina o capítulo dedicado ao Portas com uma interrogação:
“Em qualquer outro país minimamente avançado e democrático, essas ações nunca seriam perdoadas, nem pela opinião pública, nem pela imprensa e muito menos pelo próprio partido. É chocante e é pena que os agentes políticos e a imprensa não tenham atuado em conformidade com alguém que assim agiu. Porque será?”.
MAIS UMA "MACHADADA" NOS IDOSOS DE PORTUGAL...
Pensões antecipadas arriscam corte de 13% em 2015 por causa do novo factor de sustentabilidade
RAQUEL MARTINS
30/11/2014 - 08:51
Já se sabe qual será o factor de sustentabilidade para 2015. Quem se reformar antes dos 66 terá vários cortes, mas no caso das longas carreiras contributivas e das pensões de sobrevivência o impacto será atenuado.Reforma antecipada vai ser mais penalizada BARBARA RAQUEL MOREIRA
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Os trabalhadores do sector privado e da função pública que decidam antecipar a idade da reforma em 2015 terão de contar com um corte na pensão de 13,02%, uma consequência do aumento da esperança média de vida e das alterações à fórmula de cálculo do factor de sustentabilidade. A este corte, soma-se um outro, de 0,5% por cada mês que falte para atingir os 66 anos de idade. Mas no caso dos trabalhadores com longas carreiras contributivas e de alguns beneficiários de pensões de sobrevivência o embate será atenuado.
No início do ano, o Governo mudou as regras de cálculo do factor de sustentabilidade (um mecanismo que reflecte a evolução demográfica no valor das pensões), que passou a ser calculado com base na relação entre a esperança média de vida (EMV) aos 65 anos em 2000 (até então a referência era o ano de 2006) e a esperança média de vida no ano anterior ao pedido da reforma. Essa alteração fez disparar o factor de sustentabilidade e a penalização aplicada às pensões antecipadas.
Para 2015, e de acordo com as estimativas divulgadas na sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) que apontam para uma EMV de 19,12 anos em 2014, as pensões antecipadas ficarão sujeitas a um corte de 13,02%. Um valor acima da penalização de 12,34% em vigor no corrente ano e muito superior ao corte de 6,17% a que as pensões antecipadas estariam sujeitas se se mantivessem em vigor as regras anteriores que tinham como referência a EMV em 2006.
A penalização será aplicada a quem se reformar antes dos 66 anos, tanto no sector público como no privado. Recorde-se que, no próximo ano, o Governo já anunciou que vai descongelar o acesso à reforma antecipada para os trabalhadores do sector privado (congeladas desde Abril de 2012), mas apenas para os que têm mais de 60 anos de idade e 40 de descontos. Na função pública, continuam a poder antecipar a reforma os trabalhadores que aos 55 anos de idade completem 30 de serviço.
Num caso e no outro, o valor da pensão estará sujeito a um corte de 13,02% por via do factor de sustentabilidade e a uma redução de 0,5% por cada mês que falte para a idade legal.
Estes cortes serão atenuados para os trabalhadores com longas carreiras contributivas, que têm um regime de acesso à reforma mais flexível. Nestes casos, a idade normal de acesso à pensão é reduzida em quatro meses por cada ano civil que exceda os 40 anos de carreira contributiva. Por exemplo, um trabalhador com 63 anos e 43 de descontos terá uma penalização menor, porque os três anos a mais de serviço permitem-lhe somar 12 meses na idade e assim o corte será de 13% (factor de sustentabilidade) a que se soma 12% (0,5% por cada um dos 24 meses que falta para chegar aos 66 anos). Ao todo a penalização será de 25%, quando poderia ser de 31% se não existissem as bonificações.
Também as pensões de invalidez convertidas em pensões de velhice ficam a salvo destes cortes. É o caso das pessoas que tenham recebido pensão de invalidez absoluta por um período superior a 20 anos às quais, de acordo com a lei, não se aplica o factor de sustentabilidade.
Em 2016 a idade da reforma sobe dois meses
Em Janeiro de 2014, a idade da reforma aumentou dos 65 para os 66 anos, condições que se manterão no próximo ano. Mas a partir de Janeiro de 2016, a evolução da esperança média de vida obrigará os trabalhadores do sector privado e da administração pública a permanecer activos até aos 66 e dois meses para terem acesso à pensão completa e sem penalizações.
Esta evolução é o resultado das novas regras que estão em vigor desde o início do ano e que alteraram a forma como a idade da reforma depende da evolução da esperança média de vida. No regime anterior, o factor de susutentabilidade também determinava o aumento da idade da reforma todos os anos, mas os trabalhadores podiam escolher entre sair com penalização ou trabalhar mais tempo para compensar essa penalização.
Os dados divulgados na sexta-feira pelo INE permitem concluir que, em 2016, será necessário trabalhar mais dois meses, além dos 66 anos, para se ter acesso à reforma em condições normais. Os cálculos, que têm por base uma fórmula prevista no decreto-lei 187-E/2013, foram confirmados ao PÚBLICO pelo Ministério do Emprego e da Segurança Social.
O aumento da idade da reforma não afectará os trabalhadores impedidos legalmente de continuar a prestar o trabalho além dos 65 anos e que tenham exercido essa actividade nos últimos cinco anos; e os que exercem profissões penosas (mineiros, controladores de tráfego aéreo, pescadores, bailarinos, bordadeiras da Madeira, entre outras actividades classificadas como penosas e de desgaste).
Também ficam salvaguardados os trabalhadores que reuniam as condições para se reformar no final de 2013 e optaram por não o fazer, que mantém o regime em vigor nessa data, independentemente da altura em que decidirem reformar-se.
ARTIGO DE PACHECO PEREIRA...
O combate político de Sócrates não é o nosso
JOSÉ PACHECO PEREIRA
29/11/2014 - 05:16
Por favor, projectem a recusa zangada do Governo para melhores causas do que o destino político do engenheiro Sócrates.
Agora que José Sócrates entra no seu último grande combate político – que é como ele olha para a sua prisão e para as acusações que lhe são feitas – e quando o ano eleitoral vai ser dominado pelo confronto entre os que vão usar a sua “culpabilidade” contra o PS, exigindo demarcações e purgas, e os que vão ver na prisão de Sócrates uma última manobra dos “malandros” que nos governam – duas teses politicamente fortes – resolvi andar para trás, para a memória.
Deixei de lado o argumento “responsável” de que “o que é da Justiça é da Justiça” e “não se deve misturar Justiça e “política”, porque isso pouco mais é do que “linguagem de madeira”, langue de bois, que se pode recitar (e desejar), mas que será varrida pela vida pública concreta que em democracia não é asséptica e inclui tudo: vinganças e amizades, desejos e medos, suspeitas e certezas, imagens e factos. Como é que chegamos aqui? Para quem escreve todas as semanas nos jornais isso significa: viste o que aí vinha?
No livro que publiquei sobre os “dias do lixo” não os comecei por Passos Coelho, Relvas, Gaspar e companhia, mas pelos últimos anos de José Sócrates. Foi aí que começaram os “dias do lixo”. No dia 16 de Outubro de 2010, governava Sócrates, escrevi no PÚBLICO um conjunto de frases para os “tempos de hoje”. Peço desculpa de me citar, mas a gente também tem de ser avaliada pelo que disse, com data.
As frases eram dirigidas a Sócrates, a um Sócrates que tinha ganho as eleições e estava em plena loucura de esbanjamento, e a Passos Coelho, a um Passos que tinha então um discurso contra Manuela Ferreira Leite muito próximo do de Sócrates. Sócrates caminhava velozmente para o PEC IV e a bancarrota, Passos Coelho tinha posições pouco distintas de Sócrates, recusando a austeridade do PC IV, a última que se poderia ter tido sem troika, porque a achava “excessiva”. Passos Coelho prometia não aumentar impostos, nem despedir ninguém, nem cortar subsídios de Natal, nem tocar nas reformas, mas apenas atacar as “gorduras” do Estado.
Ambos estavam pior do que ceguinhos. Quando falo a seguir de austeridade, falo contra Sócrates e Passos Coelho. E quando elogio a determinação sobre o défice, a dívida, não falo do Passos Coelho de 2012-4, porque os problemas que ele defronta hoje foram em grande parte criados por ele próprio, pelo modo como teve de lidar com o descalabro orçamental gerado pelas despesas sociais resultado da “surpresa” do desemprego e pela depressão na economia. Como escrevi então, a boa política é a “a que escolhe as melhores medidas de austeridade e evita as más medidas de austeridade”. Não foi o que aconteceu, a “austeridade” foi conduzida por um programa ideológico, uma profunda ignorância do país e muita incompetência – por isso, os problemas que defrontamos hoje são fruto de Sócrates e Passos Coelho em conjunto.
Retirei uma ou outra frase, não porque não as pudesse incluir, mas para economia da citação, já de si bastante pouco económica. Serviam apenas para reforçar a frase anterior. Apesar de tudo isto hoje em 2014 parecerem trivialidades, regressem a esse ano de interregno, 2010, entre a vitória eleitoral de Sócrates e a sua demissão, e leiam o que se escrevia e dizia, do PS ao PSD, para comparar. Aqui vão algumas das frases de 2010, escritas muito antes da troika:
“1. A crise económica, social e política não vai durar um ou dois anos, vai durar pelo menos uma década. Na melhor das hipóteses.
2. O político que disser que as coisas vão melhorar na volta da esquina está a mentir.(…)
7. Primeiro serão os salários, depois serão as reformas. (…)
8. Nenhum imposto que subiu descerá tão cedo, se descer.
9. Nenhum salário que foi cortado voltará a ser inteiro.
10. Os mais pobres serão as vítimas principais, como sempre.
11. A classe média é que conhecerá a maior queda de qualidade de vida.
12. Algumas pessoas enriquecerão com a crise.
13. A corrupção continuará florescente. (…)
14. A crise matará milhares de pequenas empresas. (…)
16. As escolas tornar-se-ão mais caóticas. O clima de crise social é propício à indisciplina grave.(…)
18. A Saúde ficará bastante mais cara para todos.
19. A TAP pode não sobreviver à crise, a RTP sobreviverá. (…)
24. No final da década os portugueses vão estar pobres e a caminho de ficarem ainda mais pobres. Se nessa altura a nossa situação da dívida e do défice estiver controlada, ganhamos a década. Se não, perdemos ainda mais.
25. O estado dos portugueses será de irritação política, na melhor das hipóteses. Na pior poderá haver violência. (…)
A CIÊNCIA, EM PORTUGAL: a HISTÓRIA FAZ-SE COM QUEM FAZ HISTÓRIA!
Projecto português para desenvolver terapia genética contra o VIH ganha 100 mil euros
NICOLAU FERREIRA
29/11/2014 - 10:27
Objectivo da investigação passa por travar a replicação do VIH e minar o reservatório viral que torna a infecção crónica. Financiamento europeu será para os próximos dois anos.Pedro Borrego lidera o projecto vencedor DR
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Saúde
Um projecto português para travar a infecção do vírus da sida foi um dos vencedores de um concurso europeu, e recebeu 100 mil euros para ser desenvolvido nos próximos dois anos. A investigação, que ainda está em fase laboratorial, aposta numa terapia genética pioneira.
Na próxima segunda-feira, 1 de Dezembro e dia mundial da sida, o investigador Pedro Borrego, responsável pelo projecto, irá receber o Prémio Partnering for Cure Research Funding 2014, financiado pela empresa farmacêutica Bristol-Myers Squibb com sede em Nova Iorque, no X Congresso Nacional VIH-SIDA da Associação Portuguesa para o Estudo Clínico da SIDA, em Lisboa. O concurso europeu tinha 300.000 euros para dar, que foram divididos por quatro projectos liderados por jovens investigadores no âmbito da investigação do vírus da sida e do vírus da hepatite B.
“Este tratamento permite que se controle a infecção do VIH na ausência de medicação anti-retroviral”, diz Pedro Borrego ao PÚBLICO sobre o projecto que quer desenvolver. O cientista de 34 anos, formado em ciências farmacêuticas, tirou o doutoramento na área do VIH e trabalha no Instituto Superior de Saúde Egas Moniz como pós-doutorado. Durante o doutoramento, o cientista desenvolveu parte do trabalho agora incluído no novo projecto, que tentará desmantelar o quebra-cabeças que torna, para já, a infecção do VIH invencível.
Desde os primeiros casos de sida observados no início da década de 1980, que o VIH já matou 39 milhões de pessoas. Até ao final do ano passado, 35 milhões de pessoas viviam com o vírus, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Enquanto não foram descobertos os primeiros anti-retrovirais, a infecção do VIH era uma sentença de morte.
O vírus, que existe em fluidos humanos como o sangue, o esperma, o fluido pré-ejaculatório, o fluido vaginal, o fluido anal e o leite materno, pode ser transmitido a outra pessoa (independentemente de já se estar infectada ou não pelo VIH) de várias formas: quando um destes fluidos entra em contacto com as membranas mucosas, que existem na boca, na vagina, no pénis e no ânus; quando entra em contacto com uma ferida externa ou interna; ou no caso do uso de seringas ou de transfusões de sangue contaminados com o vírus. Só em 2013, houve mais 2,1 milhões de casos novos.
Dentro do corpo, o vírus entra em muitas células diferentes do sistema imunitário, onde fica pouco tempo e multiplica-se abundantemente. Sem tratamento, os linfócitos CD4 – a classe de células do sistema imunitário mais fustigada por este vírus – vão desaparecendo. Por isso, o corpo deixa de ser capaz de responder a infecções que normalmente são resolvidas facilmente. As pessoas desenvolvem doenças cada vez mais difíceis de debelar, é nesta fase que têm o síndrome de imunodeficiência adquirida (sida).
Os anti-retrovirais mudaram a face mais negra da sida, matam os vírus activos impedindo a morte das células do sistema imunitário. De acordo com a OMS, das 35 milhões de pessoas com o VIH no final do ano passado, 28 milhões estavam em condições de receber estes tratamentos, mas apenas 12,9 milhões de pessoas tinham acesso a estes medicamentos.
No entanto, se o vírus sofrer mutações e passar a ser resistente aos anti-retrovirais ou se uma pessoa deixar de ter condições para tomar os medicamentos, o fantasma da sida volta a surgir graças a uma estratégia de sobrevivência do VIH. Ao mesmo tempo que se vai multiplicando, o ADN do VIH é incorporado no genoma de muitas células de classes diferentes, dando ao vírus uma existência latente.
Por isso, mesmo que os anti-retrovirais tenham erradicado todos os vírus activos, de tempo em tempo, um destes genomas viral volta à vida, produz inúmeras cópias e o vírus espalha-se pelo corpo outra vez. Se uma pessoa infectada com o VIH não tomar continuadamente os medicamentos, a infecção recomeça. Assim, até ver, as pessoas têm que tomar estas fármacos para o resto da vida, sujeitando-se a sofrerem vários efeitos secundários e arriscando-se a que haja mutação e o vírus ganhe resistências.
Mas, com o novo projecto, Pedro Borrego quer atacar o vírus em duas frentes sem ajuda dos anti-retrovirais. Por um lado, o objectivo é evitar novas replicações, por outro, é inutilizar o ADN viral que está escondido no genoma de muitas células. Para isso, o projecto vai utilizar terapia genética. No trabalho também estão envolvidos Nuno Taveira, investigador principal da equipa de Pedro Borrego, e Helena Florindo, investigadora da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa.
RENOVAÇÃO NO PARTIDO SOCIALISTA- PORTUGAL
Caso Sócrates impõe renovação no PS
SÃO JOSÉ ALMEIDA
29/11/2014 - 07:57
Secretariado não deverá incluir nenhum dirigente que tenha sido apoiante de primeira linha do ex-primeiro-ministro. Carlos César será o presidente socialista com funções de porta-voz.
O congresso decorre na FIL, no Parque das Nações, em Lisboa
DANIEL ROCHA
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Congresso PS: caso Sócrates "não tem nada a ver com a vida do PS"
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Congresso PS: socialistas fazem milhares de quilómetros para um momento de "união" do partido
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César defende que austeridade “deve ser medida de gestão” e não de “empobrecimento”
Líder do PS de Lisboa pede um governo, uma maioria e um presidente
As areias movediças que cercam a consagração de Costa
PS quer ouvir Ferreira Leite e Bagão sobre dívida pública
Fernando Medina e Manuel Pizarro na direcção de Costa para preparar frente autárquica
A renovação geracional será a tónica dominante da constituição do secretariado e da comissão política do PS que o secretário-geral, António Costa, irá propor para serem eleitos pela comissão nacional no domingo de manhã, antes do encerramento do XX Congresso do PS, que decorre este fim-de-semana no Pavilhão da FIL, em Lisboa.
O secretariado, órgão executivo de direcção socialista, não deverá assim incluir nenhum dirigente que possa ser considerado como um apoiante de primeira linha de José Sócrates, o ex-secretário-geral e ex-primeiro-ministro do PS, que está em prisão preventiva, sob suspeita de prática dos crimes de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais.
Certo é que Carlos César será o número dois do partido, sendo eleito já na manhã de sábado – antes da abertura formal do congresso – como presidente do PS. Este cargo deverá passar a ter um perfil mais executivo e interventivo, passando César a desempenhar as funções de representação e de porta-voz do partido, uma vez que António Costa se manterá na Câmara de Lisboa.
César terá também assento no secretariado e na comissão política, embora sem direito a voto. A outra inerência no secretariado será do líder parlamentar, Eduardo Ferro Rodrigues. Eleitos para o secretariado deverão ser João Tiago Silveira, Fernando Rocha Andrade, Fernando Medina, Manuel Pizarro (se deixar a liderança concelhia do Porto) e Graça Fonseca.
Alguns dos próximos de António Costa não integrarão o secretariado por imposição estatutária que proíbe que os dirigentes locais aí se sentem. Nessa situação estão presidentes das federações como Ana Catarina Mendes, Marcos Perestrello e Pedro Nuno Santos, assim como o líder da concelhia de Lisboa, Duarte Cordeiro.
Quanto aos seguristas nos órgãos executivos, parece fechado que Jorge Seguro Sanches e Jamila Madeira se sentarão no secretariado. Há ainda seguristas que deverão aparecer neste órgão ou na comissão política, como Álvaro Beleza e Eurico Brilhante Dias. Francisco Assis deverá ser um dos nomes dos seguristas na comissão política.
No PS há quem admita que muitos dos dirigentes mais conhecidos como apoiantes de José Sócrates tenham tido a iniciativa de se deixar ficar de fora da direcção por receio de que a sua presença nos órgãos possa ser vista como uma contaminação da liderança de António Costa. Outro critério para a constituição da nova direcção, nomeadamente do secretariado, é o de que este órgão executivo não repita nomes da direcção parlamentar, a não ser, claro, o do chefe da bancada.
Era já intenção de António Costa não povoar a sua direcção, nomeadamente o seu órgão executivo, o secretariado, com rostos que colassem a sua liderança ao que foram os Governos de Sócrates. O motivo era claro: a necessidade de se demarcar do passado e afirmar um projecto próprio que surgisse como alternativa à governação do PSD/CDS. Embora, o próprio António Costa tenha sido, entre 2005 e 2007, ministro da Administração Interna de José Sócrates na primeira maioria absoluta conseguida pelo PS, tendo-se demitido do Governo em 2007 para se candidatar à Câmara de Lisboa.
Sombra de Sócrates
O congresso está a ser preparado ao milímetro na tentativa de evitar que a prisão preventiva de Sócrates ensombre a consagração de António Costa. A tentativa de controlo de riscos levará a que todos os intervenientes no congresso que constituem a equipa de António Costa se preparem para manter a linha discursiva que o secretário-geral adoptou logo no sábado passado, ao enviar um SMS a todos os militantes no qual separava os “sentimentos de solidariedade e amizade pessoais” e aquilo que é a “acção política do PS”.
Um desejo de separação entre o “caso Sócrates” e o PS que foi também reafirmado pelo próprio ex-primeiro-ministro na mensagem, divulgada pelo PÚBLICO, que enviou da prisão através do seu advogado, João Araújo. “Este processo é comigo e só comigo. Qualquer envolvimento do Partido Socialista só me prejudicaria, prejudicaria o Partido e prejudicaria a Democracia”, frisou Sócrates.
A tentativa passará pela forma como está previsto que os trabalhos decorram. E é expectável que a linha discursiva da separação do PS do “caso Sócrates” surja já na manhã deste sábado nos principais discursos. Ou seja, depois de Maria de Belém Roseira, presidente cessante, abrir o congresso com uma saudação, falará Joaquim Raposo, presidente da comissão de organização. É então a vez de discursar Fernando Medina, na qualidade de vice-presidente da Câmara de Lisboa. Depois falará Marcos Perestrello, presidente da Federação da Área Urbana de Lisboa. Por fim, Carlos César, na qualidade de presidente do PS. Ainda de manhã será debatida e aprovada a proposta de alteração de estatutos, que será apresentada por Jorge Lacão. Só ao fim da manhã, António Costa fará a apresentação da sua moção.
sábado, 29 de novembro de 2014
OS PORTUGUESES RECORDAM BEM QUE ESTE SENHOR NUNCA MORREU DE AMORES POR josé sócrates...
HOJE às 14:34
«Tudo foi feito com a clara intenção de humilhar Sócrates», diz Miguel Sousa Tavares
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Miguel Sousa Tavares comentou, em declarações ao semanário Expresso deste sábado, a detenção do ex-primeiro-ministro José Sócrates. Segundo o comentador da SIC, a maneira como as coisas foram feitas desde a detenção prévia ao aparato policial no tribunal foi uma «clara intenção de humilhar» Sócrates.
Miguel Sousa Tavares escreveu um artigo de opinião no semanário onde falou sobre a detenção do antigo primeiro-ministro e deixou também uma mensagem a Alberto Gonçalves, que afirmou no Diário de Notícias que «o cidadão comum teme que José Sócrates acabe sem castigo. Eu também».
Nas palavras de Miguel Sousa Tavares, «o cidadão comum e o Alberto Gonçalves podem estar descansados: pior castigo do que aquele que José Sócrates já teve é difícil».
Ainda sobre o caso, Sousa Tavares afirmou que «tratando-se de José Sócrates Pinto de Sousa, os danos – pessoais, familiares, políticos e profissionais, agora e para sempre – são irreversíveis».
«Ninguém, absolutamente ninguém de boa-fé, pode dizer neste momento se José Sócrates é culpado ou inocente das gravíssimas acusações de que foi alvo», prossegue,
Já sobre o juiz Carlos Alexandre, responsável pelos “vistos gold”, o comentador não poupou as críticas: «Não acho normal nem saudável que todos os principais crimes mediáticos ou envolvendo os chamados poderosos tenham a instrução a cargo de um único juiz.»
Ainda sobre Sócrates, Sousa Tavares não acredita que se tinha agido de boa-fé e que as buscas deveriam ter tomado outro curso.
«Tudo foi feito com a clara intenção de humilhar, num ajuste de contas que vem bem de trás», concluiu.
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Sócrates já sabia o que o esperava em Lisboa, diz jornal
DA GRÉCIA...
Político conservador grego condenado a prisão perpétua por desvio de 17 milhões de euros
RITA SIZA
27/02/2013 - 18:47
Tribunal considerou que Vassilis Papageorgopoulos fazia parte de um esquema que desfalcou a Segurança Social enquanto esteve à frente do município de Salónica, o segundo maior do país.Vassilis Papageorgopoulos foi presidente da Câmara de Salónica entre 1999 e 2010 FANI TRYPSANI/MOTION TEAM/REUTERS
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Europa
Grécia
Um tribunal grego condenou o antigo presidente da Câmara de Salónica a uma pena de prisão perpétua, pelo crime de peculato. Vassilis Papageorgopoulos, que presidiu à segunda maior autarquia da Grécia entre 1999 e 2010, foi considerado culpado do desvio de 17 milhões de euros do erário público, sensivelmente metade do orçamento disponível para obras no município.
Além do autarca, foram também condenados à mesma pena o antigo secretário-geral do município, Mihalis Lemousias, e o tesoureiro, Panagiotis Saxonis, acusados dos crimes de falsificação e branqueamento de capitais. Dois directores financeiros municipais receberam penas de 10 e 15 anos, naquele que foi o primeiro grande caso de corrupção política desde o início da crise financeira na Grécia – 17 arguidos responderam pelo desvio de verbas do município num valor estimado de 52 milhões de euros.
Papageorgopoulos, um membro do partido Nova Democracia do primeiro-ministro Antonis Samaras, foi “considerado culpado de cumplicidade directa no desfalque” do dinheiro público, disse uma fonte judicial à Reuters. O ex-autarca – um antigo corredor de alta competição e dentista, conhecido como o “Médico Voador” – foi implicado pelos outros arguidos, mas declarou a sua inocência durante o julgamento. “Não tenho nada a ver com este caso. Algumas pessoas vão morrer de culpa por isto”, declarou, depois de conhecida a sentença.
O político conservador, que foi atleta olímpico em 1972 e 76 e serviu como vice-ministro do Desporto no início da década de 90, acusou a justiça grega de ter conduzido um “processo político” com o único objectivo de “satisfazer o desejo de vingança do público, que pede o sangue dos políticos”.
O Ministério Público abriu uma investigação às finanças de Salónica na sequência de denúncias que apontavam para o misterioso desaparecimento de milhões de euros que deveriam ter sido transferidos dos cofres municipais para a Segurança Social grega. O seu sucessor, Yannis Boutaris, disse que depois de tomar posse, em Novembro de 2010, constatou que a informação financeira que Papageorgopoulos lhe transmitiu era imprecisa e não correspondia ao saldo contabilístico municipal.
Segundo o tribunal deu como provado, os três arguidos montaram um esquema que consistia em apropriar-se das contribuições devidas à Segurança Social dos salários dos funcionários municipais. O tesoureiro Panagiotis Saxonis, responsável por esses pagamentos, fazia o lançamento das verbas nos fundos da Segurança Social, mas retinha o dinheiro, guardando uma parcela de 10% para si e distribuindo o resto por Lemoussias e Papageorgopoulos – os dois nomes constavam como titulares da conta bancária onde esse dinheiro foi depositado.
Opinião de Henrique Neto, ex-deputado do PS: "Já esperava que sócrates fosse preso"!!!!!!
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Portugal-Henrique Neto: “Já esperava que Sócrates fosse preso”
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Ex-deputado do PS defende limpeza no PS e ruptura com o passado
O ex-deputado do PS Henrique Neto não ficou surpreendido com a detenção do ex-primeiro-ministro. “Há anos que esperava que isso acontecesse. Os indícios eram mais que muitos”, diz ao i o ex-dirigente socialista.
Neto lamenta que muitos socialistas “fechem os olhos” e tenham uma” reacção irracional” ao caso que envolve o ex-líder do PS. “As reacções de alguns socialistas são irracionais. Há muitos socialistas que não querem conhecer o que se passou. Fecham os olhos, porque estão moral e eticamente metidos nestas desgraças”.
Perante este caso, o ex-dirigente do PS defende que António Costa deve fazer uma ruptura com o passado. “António Costa não será credível no país se não limpar o partido com grande clareza e grande determinação. Sofrerá com os estilhaços do que vier a acontecer com o eng. Sócrates”.
Na véspera do congresso do PS, que vai escolher a nova direcção do PS, Henrique Neto considera que este é “um dos momentos mais determinantes” da história do partido. “Ou compreende isto e aproveita para mudar a política e apresentar novas ideias – e para haver novas ideias é preciso ter dirigentes que não estejam comprometidos com o passado – ou faz uma fusão entre os que vieram do passado e meia-dúzia de caras novas e não será credível no país. É o grande momento de António Costa”, diz Henrique Neto, que foi um dos socialistas mais críticos da governação de José Sócrates.
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MP ainda procura corruptores de José Sócrates
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Perante este caso, o ex-dirigente do PS defende que António Costa deve fazer uma ruptura com o passado. “António Costa não será credível no país se não limpar o partido com grande clareza e grande determinação. Sofrerá com os estilhaços do que vier a acontecer com o eng. Sócrates”.
Na véspera do congresso do PS, que vai escolher a nova direcção do PS, Henrique Neto considera que este é “um dos momentos mais determinantes” da história do partido. “Ou compreende isto e aproveita para mudar a política e apresentar novas ideias – e para haver novas ideias é preciso ter dirigentes que não estejam comprometidos com o passado – ou faz uma fusão entre os que vieram do passado e meia-dúzia de caras novas e não será credível no país. É o grande momento de António Costa”, diz Henrique Neto, que foi um dos socialistas mais críticos da governação de José Sócrates.
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Opinião de um membro do CDS/PP, comum à maioria de Portugueses
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E se os animais comessem fast food? por:
João Ribeiro e Castro "Foi um miserável erro 1º de Dezembro ter deixado de ser feriado"
João Ribeiro e Castro "Foi um miserável erro 1º de Dezembro ter deixado de ser feriado"
João Ribeiro e Castro disse ao jornal i que a sua “família política cometeu um erro (…) miserável” ao ter acabado com o feriado do 1º de Dezembro. O deputado do CDS lidera o movimento M1D, que procura levar ao Parlamento 35 mil assinaturas para acabar com a suspensão do feriado.
PAÍS
Global Imagens
09:16 - 28 de Novembro de 2014 | Por Goreti Pera
A três dias do 1º de Dezembro, João Ribeiro e Castro deu uma entrevista ao i, na qual lamentou, uma vez mais, o facto de o feriado ter sido removido do calendário em 2013.
“O 1º de Dezembro ter deixado de ser feriado foi o mais miserável erro. (…) Não conheço nenhum país que acabasse com um feriado pela independência”, lamentou o deputado do CDS.
O movimento que lidera, M1D, criou uma iniciativa legislativa que tem como objetivo recolher 35 mil assinaturas pela reversão da eliminação do feriado. Até agora, conseguiu reunir duas mil.
Além de repor o feriado, o M1D pretende ainda mudar a sua designação de ‘Restauração da Independência’ para ‘Dia de Portugal, da Restauração e da Independência Nacional’.
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O movimento que lidera, M1D, criou uma iniciativa legislativa que tem como objetivo recolher 35 mil assinaturas pela reversão da eliminação do feriado. Até agora, conseguiu reunir duas mil.
Além de repor o feriado, o M1D pretende ainda mudar a sua designação de ‘Restauração da Independência’ para ‘Dia de Portugal, da Restauração e da Independência Nacional’.
OS jovens afectados pelo impacto da "crise"
Estudo Crise tem maior impacto psicológico nos jovens
Um estudo internacional sobre o impacto psicológico da crise financeira demonstrou que, entre a população ativa, são os jovens os que apresentam maiores níveis de stresse, disse hoje à Lusa o coordenador nacional da investigação, Saul Neves de Jesus.
PAÍS
Lusa
11:15 - 28 de Novembro de 2014 | Por Lusa
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"É compreensível, tendo em conta que a incerteza quanto ao futuro é superior nos jovens, para além da falta de oportunidades com que estes se veem confrontados na atualidade", comentou o investigador da Universidade do Algarve (Ualg), que integrou o projeto em 2011.
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A investigação focou-se em Portugal, Grécia e Irlanda, e foi desencadeada pela Sociedade Mundial para o Estudo do Stresse e da Ansiedade, tendo o estudo nacional ficado a cargo do grupo de investigação "Bem-estar na sociedade", do Centro de Investigação sobre Espaço e Organizações da Ualg.
Segundo Saul Neves de Jesus, o estudo pode servir para a criação de programas orientados para a gestão do stresse que ajudem as pessoas a desenvolver uma atitude mais serena perante as dificuldades e permita controlar as emoções negativas e criar estratégias para lidar com as dificuldades.
"As pessoas devem desenvolver estratégias orientadas para o enfrentamento dos problemas, em vez de evitamento ou de apenas lamentação, de forma a encontrarem soluções para as dificuldades encontradas e a tornarem-se mais resilientes ou resistentes", comentou.
Em Portugal, o estudo abrangeu 729 pessoas com mais de 18 anos, estando 117 em situação de desemprego.
O estudo revelou, ainda, que o impacto psicológico da crise financeira é semelhante em homens e mulheres e também entre a população empregada e desempregada.
"O problema parece ser não tanto o estar numa situação de desemprego, mas sim as consequências desta situação para o sujeito, ao nível das dificuldades financeiras que isso possa representar", observou Saul Neves de Jesus.
O estudo contou com a participação de alunos de doutoramento da Universidade do Algarve, estando a ser desenvolvidas teses sobre o impacto das dificuldades económicas em variáveis da psicologia positiva, como o otimismo, a espiritualidade e a satisfação com a vida e a análise particular da situação dos desempregados.
A Biblioteca Municipal de Faro acolhe hoje a apresentação de uma análise do impacto dos fatores económicos sobre o stress, a ansiedade e a depressão.
O estudo vai ter ainda uma fase de acompanhamento dos sujeitos estudados com vista à avaliação da forma como vão reagir em função das alterações que possam ocorrem na sua situação financeira.
EM CABO-VERDE...
Grande explosão de lava no vulcão da ilha do Fogo
27.11.2014 - 20:20
As sete bocas da erupção vulcânica que assola desde domingo a ilha do Fogo, Cabo Verde, uniram-se esta quinta-feira numa só, provocando uma grande explosão de lava com a torrente a ter cerca de um quilómetro de largura.
JOÃO RELVAS/LUSA
Chá das Caldeiras poderá ser totalmente destruída
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Segundo observou a Lusa no local, às 18.25 horas locais (19.25 em Portugal continental), as sete bocas juntaram-se a uma oitava que surgira cerca de quatro horas antes. A torrente de lava, que se estendia inicialmente por 600 metros de largura e 4,5 quilómetros de comprimento, aumentou assim significativamente, pondo em risco a povoação de Portela, em plena Chã das Caldeiras, onde dezenas de populares tentavam salvar os bens das residências do povoado.
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Pela segunda vez em menos de 24 horas, as autoridades cabo-verdianas abriram uma segunda estrada de terra para permitir a todo o tipo de carrinhas e camiões o acesso à Portela, onde os habitantes locais esventraram literalmente as suas casas, colocando portas, janelas, sanitas, móveis, colchões, pratos, tachos, entre outros bens, nas encostas da cratera de Chã das Caldeiras.
Desconhece-se para já qual a amplitude e consequências da mudança de fase da erupção vulcânica, que agora provém de uma só mini-cratera, comparada com a de Chã das Caldeiras.
Alguns troços da segunda estrada construída na quarta-feira, após uma primeira ter sido consumida pela lava, estavam já com as brasas incandescentes junto à berma.
Esta manhã de quinta-feira, o primeiro-ministro cabo-verdiano José Maria Neves considerou que erupções vulcânicas já atingiram o estatuto de "catástrofe", com a destruição de casas, cisternas de água e currais de Portela.
José Maria Neves apelou à ajuda internacional, indicando que será aprovado em breve o plano de ação pós-crise, ainda dependente da evolução do vulcão, que tem sofrido imprevisiveis picos diários de atividade.
CONTINUA A LADROEIRA NO BANCO ESPÍRITO SANTO(" NOVO BANCO")
O caso BES
Dois diretores do Novo Banco constituídos arguidos
Publicado ontem
, atualizado ontem
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Dois diretores do Novo Banco, que transitaram do BES, foram constituídos arguidos após as buscas de quinta-feira das autoridades no âmbito das investigações relacionadas com um processo-crime do universo Espírito Santo.
foto ANDRÉ KOSTERS / LUSA
Casa de Ricardo Salgado entre as 34 buscas domiciliárias realizadas
"No âmbito da operação ontem [quinta-feira] desencadeada foram constituídos dois arguidos. Esta constituição não está relacionada com a atividade por estes arguidos desenvolvida no Novo Banco", referiu a PGR, em resposta enviada à agência Lusa, sem mais pormenores.
Entretanto, fonte próxima do processo avançou anteriormente à Lusa que os dois diretores do Novo Banco, que transitaram do BES, foram constituídos arguidos.
"São dois diretores, de um universo de 500 diretores que trabalham no Novo Banco", revelou a referida fonte.
A notícia foi avançada pelo jornal Público e também pela estação televisiva TVI, tendo a fonte afirmado à Lusa que os dois responsáveis que foram constituídos arguidos estavam ligados à comercialização de dívida das 'holdings' do Grupo Espírito Santo (GES) aos balcões do Banco Espírito Santo (BES).
Na quinta-feira, a PGR indicou que as diligências que decorreram no âmbito de um processo-crime "do universo Espírito Santo" têm por base suspeitas de burla qualificada, abuso de confiança, falsificação de documentos, branqueamento e fraude fiscal.
Capa de "Público"
Sábado, 29 de Novembro de 2014
Nunca as escolas públicas tinham estado tão longe do topo dos rankings
Duarte Lima condenado a 10 anos de prisão efectiva
Prisão de Sócrates impõe renovação da direcção de Costa
Leia em http://publico.pt/
Nunca as escolas públicas tinham estado tão longe do topo dos rankings
Duarte Lima condenado a 10 anos de prisão efectiva
Prisão de Sócrates impõe renovação da direcção de Costa
Leia em http://publico.pt/
De ROUSSEAU
UM DOS CORRUPTOS MAIS FRIOS DE PORTUGAL! DEVERIA SER EXPATRIADO PARA O BRASIL PARA SER JULGADO NO CASO DA MORTE DE D. ROSALINA!
Duarte Lima condenado a 10 anos de prisão
ANTÓNIO COTRIM/LUSA
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Duarte Lima foi hoje condenado a 10 anos de prisão efetiva. O tribunal deu como provados os crimes de burla qualificada e branqueamento de capitais pelo antigo líder parlamentar do PSD. Dos seis arguidos do caso Homeland, apenas o filho de Duarte Lima, Pedro Lima, foi absolvido.
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Duarte Lima foi condenado a seis anos pelo crime de burla e a sete por branqueamento de capitais, tendo ficado em 10 anos por cúmulo jurídico.
Contudo, a decisão do coletivo de juízes do Tribunal de Lisboa, presidido por Filipa Valentim, ficará suspensa, uma vez que a defesa já anunciou que vai recorrer. O ex-líder parlamentar social-democrata manter-se-á assim sob termo de identidade e residência.
Vítor Raposo, sócio de Duarte Lima, foi condenado a seis anos de prisão efetiva, por burla qualificada.
O advogado João de Almeida e Paiva terá pela frente uma pena de quatro anos de prisão efetiva, por um crime de burla qualificada e um crime de falsificação de documentos, enquanto que Pedro de Almeida e Paiva foi condenado pelos menos crimes, mas a dois anos e seis meses de pena suspensa - mediante o pagamento de 50 mil euros ao Instituto Português de Oncologia (IPO). No primeiro caso, o tribunal justifica que a pena é efetiva porque não mostrou arrependimento.
Francisco Canas, conhecido por "Zé das Medalhas" e que também é arguido no processo Monte Branco, foi aqui condenado a quatro anos de cadeia.
Apenas o filho de Duarte Lima foi absolvido. Os juízes consideraram que Pedro Lima só agiu por ordens do pai e que por isso não pode ser responsabilizado criminalmente.
O que estava em causa
Duarte Lima era acusado de burla, branqueamento de capitais e abuso de confiança. O MP pediu uma pena superior a cinco anos de prisão, tal como para Vítor Raposo, acusado de burla.
Os advogados João e Pedro de Almeida e Paiva foram julgados por burla, infidelidade e falsificação. Francisco Canas estava indiciado de branqueamento de capitais. Para os três, o MP pediu condenação inferior a cinco anos de prisão.
Quanto a Pedro Lima, filho do antigo líder do grupo parlamentar do PSD, acusado de burla e branqueamento de capitais, o procurador da República José Niza acabou por pedir absolvição.
O que é o caso Homeland
Duarte Lima, Pedro Lima e Vítor Raposo formaram o fundo Homeland com o antigo BPN, para a aquisição de terrenos em Oeiras, em 2007, nas imediações do local onde esteve prevista a sede do Instituto Português de Oncologia, projeto abandonado mais tarde.
O empréstimo do antigo BPN foi de 42,995 milhões de euros e o banco, nacionalizado em 2008, detinha 15% de participação no fundo Homeland.
A 20 de março deste ano, a Parvalorem, que foi constituída no âmbito do Ministério das Finanças para recuperar créditos do BPN, assinou a escritura de dação em pagamento dos terrenos, considerando extintos os créditos sobre a Homeland, no valor de 53,5 milhões de euros.
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