"As minhas palavras têm memórias ____________das palavras com que me penso, e é sempre tenso _________o momento do mistério inquietante de me escrever"
sexta-feira, 1 de agosto de 2014
DE UM SOPRO…(15)
-uma ave caiu no seio da noite e fez estremecer
o solo que dormia a germinar a semente-----suavemente dormia------
-uma cotovia branca amava uma cotovia negra
de longos cabelos cor do anoitecer-
-as árvores da floresta, solidárias e confidentes
ofereciam o poiso das folhas
àquele amor inocente e incauto-
De um sopro…
-os pelos da terra que repousavam no chão----acordaram----
e eriçaram-se com a beleza dos bailados de amor
perdidos em voltas ritmadas do ar----
De um sopro…
. texturas de ódio urdidas
condenaram a ousadia da inocência.
.um caçador sem biografia
inscrita no livro da harmonia,
decidiu ser hora de acabar
com toda aquela alegria
que alagava os ares do seu mundo, pequeno e hostil…
De um sopro…
sob as ruinas das ervas agrestes--------repousa, agora---------
a memória da floresta enamorada pelas cotovias…
tal como a das cotovias que amavam na floresta-----------------
Maria Elisa Rodrigues Ribeiro
DEZ/012
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