A FRAQUEZA DAS ACÁCIAS
O Tempo mistura-se com o som dos astros e constrói segredos, que enganam os sentidos.
Um travo amargo espera-me na garganta, quando quero abrir a voz das imprecações.
Gosto de escrever a solidão num caderno sentido, na palma da mão que não agarra o Tempo…
E não consigo perceber a razão pela qual os olhos não respondem ao pranto que assoma a orvalhar a face onde o silêncio jaz, recoberto de ausências.
Penso que o silêncio tem asas e voa pelas montanhas acesas de memórias das ausências.
E sei que o silêncio leva as lágrimas para regar as rosas, como se fosse orvalho a temperar a vida das montanhas acesas.
O que me é insuportável é esta fraqueza do vibrar das acácias/
Como se não houvesse brisas nas asas do vento/
Como se o sonho fosse crime e não pudesse abraçar-se às brisas/
Como se a noite não pudesse ter, nem luz, nem sentido/
Como se o vento não fosse um cavalo potente a viajar nos ombros do Tempo,
misturado com o rumor dos astros a construir segredos- de- humano tormento…
Permaneço mergulhada num rio de palavras que não corre, porque não quer perder o tempo em que as folhas murmuram, ao ver-me passar com elas por dentro.
Maria Elisa Rodrigues Ribeiro
Abril/014
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