domingo, 6 de abril de 2014

Poema(meu)-REG.















A FRAQUEZA DAS ACÁCIAS







O Tempo mistura-se com o som dos astros e constrói segredos, que enganam os sentidos.

Um travo amargo espera-me na garganta, quando quero abrir a voz das imprecações.

Gosto de escrever a solidão num caderno sentido, na palma da mão que não agarra o Tempo…

E não consigo perceber a razão pela qual os olhos não respondem ao pranto que assoma a orvalhar a face onde o silêncio jaz, recoberto de ausências.

Penso que o silêncio tem asas e voa pelas montanhas acesas de memórias das ausências.

E sei que o silêncio leva as lágrimas para regar as rosas, como se fosse orvalho a temperar a vida das montanhas acesas.



O que me é insuportável é esta fraqueza do vibrar das acácias/

Como se não houvesse brisas nas asas do vento/

Como se o sonho fosse crime e não pudesse abraçar-se às brisas/

Como se a noite não pudesse ter, nem luz, nem sentido/

Como se o vento não fosse um cavalo potente a viajar nos ombros do Tempo,

misturado com o rumor dos astros a construir segredos- de- humano tormento…



Permaneço mergulhada num rio de palavras que não corre, porque não quer perder o tempo em que as folhas murmuram, ao ver-me passar com elas por dentro.





Maria Elisa Rodrigues Ribeiro



Abril/014

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