TODOS OS DIAS SONHO
Todos os dias ponho na tua boca metáforas de frutos
saborosos e amadurecidos,
onde repouso da longa caminhada percorrida
para chegar aos teus sentidos.
Todos os dias sonho.
E todos os dias planto palavras
que rejuvenescem
no manto estrelado do teu céu…
E as gaivotas todos os dias voam,
sem perceberem onde vai alvorecer o resto das sílabas
que me passam entre os dedos,
a cantar metáforas de poemas, ainda -por-nascer.
O alvor da manhã banha ondas de trigo,
logo que o escuro da noite se esconde
nos lilases que abrem os olhos, furtivos…
Amoras silvestres, prenhes de rubro sabor,
amadurecem pelas ravinas,
entre o verde das colinas,
no meio das primaveras
das suculentas amendoeiras-em-flor .
Um sol de silêncios acorda em longínquos poemas, que segregam jasmins de pérolas orientais enraizadas nas espigas de afastados palmeirais…outros trigais…
Palavra após palavra, desço ao centro de exóticas flores…
… metáforas dos teus olhos
a fugir das trevas,
para viver minhas cores…
Maria Elisa Rodrigues Ribeiro
JAN/014
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