quinta-feira, 3 de abril de 2014

Parte de um texto da Professora brasileira Maria Luiza Berwanger da Silva sobre a obra de Luís Serguilha, poeta português.



























Texto da Professora Maria Luiza Berwanger da Silva sobre a obra do poeta português Luís Serguilha, meu distinto amigo pessoal, que honrou o meu primeiro livro, a publicar pela Editora "Pastelaria Estúdios Editora", com um texto especial.

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"É este fio do pensamento translúcido que lhe assegura lugar na dita “república mundial das letras”. Deste modo, entrelaçamento de campos simbólicos e não simbólicos, de um lado, e tecitura imagética como constelação no rastro de Mallarmé e das “galáxias” na transparência de Haroldo de Campos, de outro lado , mediadas pela visualidade autorreferencial consolidam-lhe o perfil de poeta de hoje e de evidente inserção na comunidade poética universal. No fundo, imagem e autoexplicação de imagem confluem no desejo de efetivar certa experiência subjetiva que encontra em Georges Bataille sua tradução a mais exemplar quando este crítico diz em L’Expérience Intérieure (1954): “L’expérience intérieure est la dénonciation de la trêve, c’est l’être sans délai [...]. Principe de l’expérience intérieure: sortir par un projet du domaine du projet”.

Na caracterização de Luis Serguilha, os Lahars (ou críticos dos “poetas surfistas”) insistem nesta “experiência da imaginação”, reveladora desta “expérience intérieure ” :
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[...] na caminhada devoradora e criadora do fogo da presença-ausência, nos GIPSOS-LAHARS, das escrituras-pyroclastic do possível e do impossível que irrompem no lugar dramático-primitivo onde as plasticidades das cosmovisões, a cinematografia pensante do universo, o limite dos limites, as navegações cósmicas enfrentam a sedução da vertigem, as aberturas permanentes da indefinição e do inexplicável com as linguagens encantatórias dos rituais libertadores da arte da vida. Urge a I-MERSÃO de LAHARS com a potência da substância do mundo, a materialidade flamífera, a geografia celeste, o subsolo terrestre, as circunvoluções alucinantes, a projecção do mundo fractal das caracterizações do desejo, ultrapassando as explicações, os convencionalismos. Aqui despertamos o sublime da massa caótica dos signos e a explosão das energias cosmogónicas que nos provocam a sensação do invisível, dos andamentos utópicos, dos confrontos com o nada, com a incógnita, com os ritmos das danças sacrais. [...]--(...)

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