segunda-feira, 26 de agosto de 2013

JORGE de SENA:







Através de WWW.lerjorgedesens.letras.ufrj.br
(sobre Jorge de Sena) 

..."Não. Nem de saber nem de viver se vive.
Sem princípio e sem fim, na estrita Natureza,
geram-se os homens, matam-se ou dissolvem-se,
os olhos revirando para céus vazios.
E tudo quanto podem, ousados, possam:
Todas as leis são lei, e lei não há nenhuma."


Nega-se aquilo que habitualmente é considerado positivo, um significado vulgar de “vida”, que tanto é apresentado como uma relação entre saber e viver, que faz depender este daquele, como apresentado enquanto viver imediato, um viver natural, primordial. Na redução que corresponde a cada um desses termos, ou à sua complementaridade, a experiência única que “se vive” é anulada. O saber-viver é entrincheiramento num imanentismo que pretendendo-se auto-sustentado, ignora a sua cumplicidade com uma transcendência, pressuposta no entanto como centro de emanação de poder, centro ordenador. Trata-se de perseverar no (pelo) poder da “estrita Natureza”, mesmo que para tal se inventem e adorem deuses colocados acima do suposto alcance humano – “os olhos revirando para céus vazios”.(...)

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