domingo, 30 de junho de 2024

Chove. Desejo-vos um bom Domingo, cheio de Paz e Alegria! (Foto de Pinterest).


 

POEMA

 BREVES

Trago-te estampado no rosto...
É assim que todas as sombras ganham vida,
Como a tela de um pintor
Que pinta
sem ver o que eu vejo
numa tela que respira
o meu desejo de ti.
Minha alma ganha forças...
Trespassa os raios do luar...
Domina as fortes ondas do mar...
Esconde-se numa árvore-sacrário,

e entra no Infinito
enquanto caminhas
invisível-em-mim.
E tu cheiras a jasmim...a coco que banha a pele
A suco-mel de abelha louca, quando me beijas na boca...
Escavo as letras com que te escrevo,
Quando te trago estampado no rosto...
©Maria Elisa Ribeiro
Direitos reservados
JLH/2021

Bom dia, meus amigos!


 

sábado, 29 de junho de 2024

Boa noite, meus amigos, com Foto de Pinterest.


 

IN O CITADOR: poema de Maria Lamas

 






Meados de Maio

Chuvoso maio!

Deste lado oiço gotejar
sobre as pedras.
Som da cidade ...
Do outro via a chuva no ar.
Perpendicular, fina,
Tomava cor,
distinguia-se
contra o fundo das trepadeiras
do jardim.
No chão, quando caía,
abria círculos
nas pocinhas brilhantes,
já formadas?
Há lá coisa mais linda

que este bater de água
na outra água?
Um pingo cai
E forma uma rosa...
um movimento circular,
que se espraia.
Vem outro pingo
E nasce outra rosa...
e sempre assim!

Os nossos olhos desconsolados,
sem alegria nem tristeza,
tranquilamente
vão vendo formar-se as rosas,
brilhar
e mover-se a água...   

Irene Lisboa, in 'Antologia Poética'

POEMA






 SABERÁ A NATUREZA...?

saberá o mar que,
quando o meu olhar
lhe entrar no ritmo balanceado,
serei um amontoado de células
a suavizar meu ardor?
saberá o rio que as suas águas
a deslizarem para a foz,
levarão consigo o eco da minha voz
por entre abismos e fráguas?
saberão as ervas e as flores,
que quando te aproximares
do meu repouso solitário,
se estabelecerão regras-sem-regras
que nos atirarão
para o calvário
das nossas amargas dores?
saberão os pintores identificar as cores com que,
de mãos dadas,
lhes vamos pousar
junto ao odor das rosas perfumadas?
naturezas vivas, eu e tu não queremos ficar parados
junto das naturezas mortas
ou dos quadros encerrados ao longo de corredores,
que o tempo vai empoeirando para lhes roubar as cores?
saberá o mundo que vivemos nos astros
que nos dão luzes e cores e são confidentes
dos nossos amores?
Oh!...”Aquela triste e doce madrugada” que viu
a dor com que nos separámos
até que a Lua
nos iluminou o caminho para nos reencontrarmos!
saberão o mar, o rio, as ervas e as flores
que a nossa POESIA é o olhar com que nos fitamos?
a boca com que nos beijamos?
o calor com que nos abraçamos e o Amor com que nos damos?
Maria Elisa Ribeiro
©MRÇ/ 2022

Bom fim de semana, meus amigos!


 

sexta-feira, 28 de junho de 2024

Prémio Camões

 

Sugestões para ti 1 d 
A Embaixada de Portugal no Brasil felicita Adélia Prado pelo Prémio Camões 2024, a maior distinção da literatura em língua portuguesa. Segundo o júri, "Adélia Prado é autora de uma obra muito original, que se estende ao longo de décadas, com destaque para a produção poética. Herdeira de Carlos Drummond de Andrade, o autor que a deu a conhecer e que sobre ela escreveu as conhecidas palavras
"Adélia é lírica, bíblica, existencial, faz poesia como faz bom tempo..", Adélia Prado é há longos anos uma voz inconfundível na literatura de língua portuguesa".
Adélia Prado nasceu em Divinópolis, no estado de Minas Gerais, em 1935. O seu primeiro livro de poesia "Bagagens" (1976) foi elogiado por poetas como Drummond de Andrade. "Adélia é lírica, bíblica, existencial, faz poesia como faz bom tempo", escreveu
Drummond à época.
Na semana passada, recebeu o conceituado Prêmio Machado de Assis, atribuído pela Academia Brasileira de Letras.
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Marília Nobre, Graça Foles Amiguinho Poesia e 1,4 mil outras pessoas

Bom dia, meus amigos, com a chuva à espreita!


 

POEMA: PASSOS de VIDA

 















PASSOS DE VIDA


Crescemos durante anos-a-fio
sem aquela pressa que têm as sementes em darem trigo,
os bolbos em darem flores,
as árvores em abrirem os frutos…
Passámos por todos esses tempos sem fita métrica,
sem compassos a medir os ângulos da vida,
sem outras queixas que não as dos nossos atrasos,
das nossas saudades de um dia para o outro…

Nem demos pelas mudanças do nosso corpo…
Sentíamo-nos diferentes…tu não usavas já calções…eu não tinha bibe
nem fitas nos caracóis de loiros cabelos…
deixei de jogar ao pião,
de saltar à corda, de saltar à macaca…

Andavas a meu lado na tua bicicleta e eu acompanhava-te a pé…
Passeámos , calmos, o nosso crescer, pelas paragens habituais
dos nossos dias na beira das dunas,
perto das águas do mar
e reparámos
que a luz das estrelas
começava a falar-nos com outro vigor…

A noite começava a chamar-nos e num ecrã plasmado na luz do luar
sentiam-se ferver ondas do-mar-em-calor.

Lentamente,
nossas mãos entrelaçavam-se
e nossos lábios tocavam-se.

Nossos Sentidos iam caminhando vivos-em-nós,
sem que os forçássemos
e aos poucos descobrimo-nos na pureza
dos nossos laços de amor.

Certo dia, quis
que os nossos rumores entrassem num poema,
numa folha de papel branca
que, de repente, o vento levou…

Agora, já sabíamos que os nossos passos nos iriam levar
ao som das ondas da beira mar,
onde a areia branca nos continuava a esperar…

Tudo foi tão lindo…
tudo passou no nosso OUTRORA, onde fomos o ANTES
do que já somos AGORA…

JNH/019
Maria Elisa Ribeiro

quinta-feira, 27 de junho de 2024

2024 Arena di Verona Italian Opera Festival - Muti, Kaufmann, Flórez, Té...

Poema

 POEMA:

MADRUGADAS …
*Madrugadas de cheiro a alecrim
no rosmaninho selvagem…
carregadas de orvalho, que desliza despudorado
e lânguido…
Folhas de árvore, lambidas pelo mistério da noite,
abrem-se, sensuais, aos raios do sol, penetrante…
*Épica viagem do orgasmo da nocturna NATUREZA!
*O precioso líquido derrama Vida a esmo…segredo puro…
…ilha dos amores desencantada…Ogígia desbravada…vida namorada…
Louros, silvas, giestas…ervas doces a acordarem em festa!
Madrugadas, prenúncios do dia,
entremeadas por pedaços do prazer da noite!
Noite vivida…sentida…sofrida no arfar do Amor letal…
…vital…senhor da minha eternidade material…
*Noite de estrelas estendidas sobre o corpo do MUNDO,
espalhando luz e cor na minha melancolia,
roubando-me sentimentos de abulia…
*Ergo histórias sensuais na noite,
nos pináculos da felicidade erecta,
que toca os céus de uma intrigante meta…
Anulo-me na deliciada impressão de que estou
a alvorecer, vinda da rota do prazer…
Almofadas pelo chão…orvalho sacro na minha mão…
Afago o corpo, descansado…
… num novo cansaço!
*Cheira-me a ti, esta madrugada serena e louca,
que a natureza morreu de paixão….
*Abro a janela.
Espreito a mata, onde o dia se atrasou…
Parece que deus envelheceu…a noite continua tensa
sem o calor espasmódico da tua presença…
Ciente do orvalho desta noite imensa,
sinto o fogo, divindade intensa,
no centro da TERRA,
minha ilha DO sempre…eternidade permanente,
*Lá …naquele ORIENTE…
ESTE…ardentemente…
Maria Elisa Ribeiro
©MRÇ/018
Quadro de Vincent van GOGH
Pode ser uma ilustração de 1 pessoa e lusco fusco

quarta-feira, 26 de junho de 2024

Boa noite, meus amigos!


 

Mais Flores...


 

Mais flores...


 

Mais flores...


 

Lindas Flores Para vós, amigos!


 

Claude Debussy: Clair de lune | Menahem Pressler, piano

Vincent Niclo & Nana Mouskouri «Je chante avec toi Liberté» 22/11/2019

Virgínia Woolf

 

Sugestões para ti 1 d 
Qualunque cosa succeda, resta viva.
Non morire prima di essere morta davvero.
Non perdere te stessa, non perdere la speranza, non perdere la direzione.
Resta viva, con tutta te stessa, con ogni cellula del tuo corpo, con ogni fibra della tua pelle.
Resta viva, impara, studia, pensa, costruisci, inventa, crea, parla, scrivi, sogna, progetta.
Resta viva, resta viva dentro di te, resta viva anche fuori, riempiti dei colori del mondo, riempiti di pace, riempiti di speranza.
Resta viva di gioia.
C’è solo una cosa che non devi sprecare della vita, ed è la vita stessa.
Virginia Woolf
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