terça-feira, 21 de maio de 2024

POEMA

 





CÉU-LEITO-DE-CONSTELAÇÕES

 

 

Prendem-se os raios de sol às paredes dos horizontes dos céus …

_________________e o mar torna-se de um vermelho-dourado

_____________________espelhado nas ondas sobressaltadas.

 

Os peixes caminham para os olhos de água do profundo-do-mar.

As sereias nadam, escondendo a nudez na noite dos mistérios,

sedentas de ternuras.

 

A lua , sobressaltada, escolhe abrigar-se

                                                                        nas vielas empedradas,

ao som de guitarras cansadas

que levam saudades aos cais das antigas caravelas.

 

Lua de Lisboa canta o Fado do destino

______________________há tanto traçado nas madeiras dos pinhais

______________________plantados nas suas sete colinas.

 

O leito das constelações canta mudas canções de luz

nas escamas salgadas das ondas,

                              nos mares de flores dos jardins,

                                                      no vento que range nas folhas rasgando outras folhas

                                                      de outono, numa noite que reluz………………................

 

Deito-me numa cama de estrelas, com sonhos guardados em caixas

de nebulosas…

…luzes esfarrapadas com cabelos de noite, desgrenhados…

 

E minha pele torna-se o lençol macio que te cobre o peito…

Meus dedos conhecem-te o jeito de incendiar…

 

Os olhos cerram-se ao canto dos pássaros e adormecem, acordados,

no raiar de uma nova aurora.

As palavras ciciadas são o império que a beleza esconde,

……………………………………………………………………………………….sofregamente,

………………………………………………………………………………………..no mistério-da-HORA!

 

Um nevoeiro embuçado esconde a força das constelações,

que não vivem emoções de encantar.

Perde-se pelo caminho e abraça os bosques das pétalas de jasmim

quando Eu-Sou-em-Ti, contigo-em-Mim…

E nossos sonhos do passado, iluminados de magma-vulcão,

desfolham poesia-paixão, numa lúrida noite de um viver extenuado.

 

 

 

©Maria Elisa R. Ribeiro

Julho/019

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