CALA-SE O MUNDO
Cala-se ,por vezes, em pleno crepúsculo…
O olhar expande-se sem estremecer
nem mesmo quando a gaivota predadora
Rola branca que te perdeste no malvado bico…
O mundo, esse, cala-se e nem a pobre vítima levanta da areia.
Com o sol quase a nascer novamente,
a predadora dança alegremente ao ir para longe…
para o nada dos nevoeiros,
para os horizontes sem fim.
É assim que se faz no Mundo de todas as espécies de canibais…
Calam-se,
todos e cada um dos comedores sociais,
como gaivotas-animais,
que o sol poente esconde
quer de noite, quer de dia ,
até à hora
do silêncio das palavras
que são punhais.
Com um mundo tal,
será possível que tantas gotas de sofrimento
revigorem espaços estéreis dos caminhos do poeta?
©Maria Elisa Ribeiro
Direitos Reservados
DEZ/2020
2José Manuel Madeira e Eulalia Ventura
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