"DEIXA-TE OUSAR
Vem até mim...
Vem naquela hora do silêncio crepuscular
que a noite tão bem sabe anunciar,
Amo o momento em que as tuas palavras
ciciam ao ouvido-de-todos-os-meus-sentidos...
Não permitas que a tua ausência me embacie os olhos,
ou que a névoa te tolde a memória,
que sempre guardámos dos orvalhos das folhas.
...ou mesmo que as árvores belas te desviem o sorriso
dos beijos que tantas vezes pousaste nos meus lábios!
Deixa que a noite nos tenha neste pulsar-cá-dentro,
tal fosse o desejo lento de nos enlaçarmos na poeira brilhante
dos versos em que aprendemos a amar-nos.
Deixa-te ousar...
...põe o braço sobre os meus ombros...
...ousa a mão entre os meus cabelos...
...ousa tudo nas curvas das minhas ideias...
...sim, essas espelhadas pelos cantos e recantos dos meus apelos...
É que, hoje, a noite bordada de estrelas pousará na minha cintura,
a lua sorrirá de ternura e,
nas dunas, à beira-mar, o tempo cobrir-nos-á de bruma!"
OUT/020
Maria Elisa Ribeiro
(Este poema "nasceu" do desafio que outros poetas me fizeram.)
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