domingo, 23 de abril de 2017

Poema meu (OBRA REGª)











GOTAS POÉTICAS

Gota a gota,
minh’a água nos olhos
é como o pão que se come,
bocado a bocado,
depois de ter sido gerado
no ventre da semente, na planície e no valado.
Palavra a palavra,
as labirínticas letras saltam pelo prado
onde as junto num poema recheado de versos
a lembrar a unidade da gema amarela…
…com muito cuidado…com toda a cautela…


Nas mãos tenho pontas de fogo…
Ora vêm de luxos vulcânicas, ora de regatos de pedra
do silencioso acordar da Antiga Idade da Vida, na velha casa adormecida.
Cegas de memória, as formigas vão arrecadando pedaços de história.
Agora adormecidos e sós, esses pedaços repousam perto de um espelho,
onde leio a Infância.

E assim, sem querer, o espelho reconverte o filme
da ânsia do Poema-que-foi-passando,
enquanto me tornei a Outra-de-Mim
aquela-de-quando-nada-parecia-ter-um-Fim!

Maria Elisa Ribeiro
DEZ/016




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1Célia Torquato Magalhães Magalhães
Comentários


Maria Elisa Ribeiro O último poema que deixo aos meus amigos, antes de ir, amanhã, para os Hospitais da Universidade de Coimbra, onde vou ser operada, na 3ª feira, dia 25. É claro que vou lá ficar por alguns dias, sem manter o habitual contacto convosco.Agradeço todas as mensagens de carinho que me tendes enviado e ,hoje, ao preparar a mala com as minhas necessidades para esses dias, andarei, como é de prever, angustiada. Há por aí "pessoas" que acham uma "mariquice" estes desabafos íntimos da nossa vida. Eu sou assim: aberta e frontal e gosto de partilhar o bom e o mau. Voltarei, de Deus quiser, a escrever-vos, quando voltar para casa. Fiquem bem, queridos amigos e lembrem-se de mim!Este poema é um da série "Gotas Poéticas". Vou superar esta Gota de sofrimento, com a vossa ajuda.

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