domingo, 31 de agosto de 2014

Boa noite, amigos!



In DN


Portugueses entre os 12 mil jihadistas estrangeiros


por Ana MeirelesHoje47 comentários


Fotografia © Reuters


Conflito já atraiu 12 mil combatentes de 81 países, um número superior ao registado numa década no Afeganistão. Cidadãos de nacionalidade portuguesa são quase sempre emigrantes.


Pelo menos dez portugueses fazem parte do número crescente de jihadistas estrangeiros que combatem nas fileiras de grupos terroristas islâmicos, nomeadamente na Síria, segundo dados do Relatório de Segurança Interna de 2013 divulgado em abril. Cerca de 12 mil jihadistas de 81 países viajaram para a Síria desde o início do conflito, há três anos, valor superior aos 10 mil estrangeiros que foram para o Afeganistão em dez anos de guerra. Destes, 3 mil são originários de países ocidentais, como a maioria dos membros da UE, EUA, Canadá ou Austrália, mas também da Rússia.

No caso dos portugueses, apesar de nascidos em território nacional, a conversão ao islão e a radicalização ocorreu nos países para onde emigraram. Segundo José Manuel Anes, do OSCOT (Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo), dos dez casos portugueses sinalizados, apenas um "fez uma pequena passagem por um país estrangeiro, todos os outros estavam lá fora".

Leia mais no e-paper do DN.

Da Rússia...(in diário de notícias)

PRESIDENTE DA RÚSSIA

Putin alude a um possível Estado no Leste da Ucrânia


por Patrícia Viegas, com AFPHoje219 comentários


Vendedor vende poster com a capa da 'Time' quando esta revista considerou Vladimir Putin a figura do anoFotografia © Reuters


O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, aludiu hoje pela primeira vez à hipótese de vir a ser criado um Estado no leste da Ucrânia.


"Devemos começar a pensar imediatamente em discussões substanciais (...) sobre questões que dizem respeito à organização política da sociedade e a criação de u, Estado no sudeste da Ucrânia a fim de proteger os interesses legítimos das pessoas que ali vivem", declarou o chefe do Estado russo, segundo media russas citados esta manhã pela agência noticiosa AFP.

As declarações de Putin surgem depois de a União Europeia ter divulgado ontem de madrugada que pretende aprovar novas sanções contra a Rússia no prazo de uma semana. E a poucos dias da cimeira da NATO, em Cardiff, no Reino Unido. Esta está agendada para quarta e quinta-feira da próxima semana. Antes de chegar ao País de Gales, o Presidente dos EUA, Barack Obama, vai passar pela Estónia na quarta-feira. É a primeira vez, desde que chegou à Casa Branca, que o chefe do Estado norte-americano visita um Estado báltico.




Poema de Armando Silva Carvalho

Através de bibliotecáriodebabel

Poema de Armando Silva Carvalho(1938- )

O AMOR NAS ESCADAS DO METRO
De quem é o braço?
E os cabelos sujos, roídos pela caspa
e falta de água?
E a perna que enlanguesce sob o tecido ruço
que não retém memória?
Meu deus, dirão os velhos ao descer com vagares
as escadas do metro, a mocidade agora
é sexo só e sujo a rolar pelo chão.
Mas quem deita o olhar com mais ternura
e calma
sobre o novelo dos dois
descobre no ar em volta a tessitura tensa
do desejo, um halo amarrotado pela fugaz curvatura
do sonho.
E na lama pérfida que se sobrepõe aos beijos
a parábola fiel às gerações
da terra.
Forçoso será então que caia a chuva,
e cubra a carne sôfrega
exposta à multidão.
Os solitários amaldiçoam toda a inocência
exibida em degraus, caída de bocas tão imundas,
tão perto do inferno
e do êxtase.
O amor pode ser também dalguns que passam
de olhos feridos,
o coração apertado de sangue
e breve compaixão.
Mas só os dois, ali, enleados na energia da alma,
são um palco da alegria do mundo,
gratuito,
à distância da morte e da sua serpente
circular.
São jovens, e estão a soletrar
tão mansos, o horror apreendido pelas bocas
que despontam,
como a planta se eleva do chão endurecido,
como o animal à luz no limiar do medo.
Os dois, ali, expectantes, transparentes, nus,
na natureza de sempre."


PENSAMENTO...

De Soren Kierkgaard:

"Enganar-se a respeito da natureza do amor é a mais espantosa das perdas. É uma perda eterna, para a qual não existe compensação nem no tempo nem na eternidade: a privação mais horrorosa, que não é possível recuperar nem nesta vida... nem na futura!"

Soren Kierkegaard, in O pensador


BILL GATES..


Bill Gates desafia milionários para combate à pobreza


por Lusa, publicado por Luís Manuel Cabral28 abril 201436 comentários


Bill GatesFotografia © Denis Balibouse - Reuters


O homem mais rico do mundo assinou hoje um raro texto de opinião no jornal oficial do maior partido comunista do mundo, exortando os milionários chineses a dedicarem parte da sua fortuna ao combate à pobreza.


"A China tem muitos empresários bem-sucedidos. Tenho esperança que mais pessoas com visão ponham o seu talento ao serviço da melhoria da vida dos pobres na China e pelo mundo fora, e procurem soluções para os problemas deles", escreveu Bill Gates num artigo publicado pelo Diário do Povo, o órgão central do Partido Comunista Chinês (PCC).

O combate à pobreza "requer a participação de toda a comunidade", acrescentou o fundador da Microsoft, que, pelas contas da Forbes, encabeça a lista dos 10 mais ricos do mundo, com uma fortuna estimada em 76 mil milhões de dólares (54,8 mil milhões de euros).

Bill Gates e a mulher, Melinda Gates, são também ativos filantropos, nomeadamente no combate à doença em África.

Na semana passada, um dos empresários mais ricos da China, o fundador do grupo Alibaba, Jack Ma, anunciou a criação de um fundo de 3 mil milhões de dólares (2,16 mil milhões de euros), destinado a uma organização humanitária centrada no ambiente e na saúde, mas segundo o jornal China Daily, a filantropia ainda não arrancou" na China.

"Alguns chineses ricos receiam que a concessão de grandes donativos pode atrair uma indesejada atenção às suas fortunas", comentou o jornal, a propósito do artigo de Bill Gates no Diário do Povo.

DOS EUA...

Numa altura em que Obama é criticado por não ter estratégia, secretário de Estado dos EUA apela a aliança global contra o Estado Islâmico.

John Kerry apela a aliança global contra o Estado Islâmico
www.publico.pt
EUA querem um plano concertado para lidar com "uma ameaça unificada a um vasto leque de países".

PORTUGAL A SAQUE...

Advogados cobram ao Estado 1080 euros por um almoçohttp://publico.pt/n1668144

Foi fácil escolher os nomes, mais difícil saber o que fazer a Putinhttp://publico.pt/n1668199

O "boom" do turismo em Lisboa e no Porto http://publico.pt/1668034

Foto: Advogados cobram ao Estado 1080 euros por um almoço http://publico.pt/n1668144

Foi fácil escolher os nomes, mais difícil saber o que fazer a Putin http://publico.pt/n1668199

O "boom" do turismo em Lisboa e no Porto http://publico.pt/1668034

DA UCRÂNIA...DA EUROPA...

Cem anos depois da I Guerra Mundial, mais uma vez vêem-se trincheiras na Europa.

As trincheiras regressam à Europa
www.publico.pt
Mariupol é o próximo alvo das forças separatistas na Ucrânia. Em Minsk joga-se aquela que poderá ser a derradeira cartada negocial. Depois disso será o “ponto de não retorno”.

PORTUGAL A SAQUE DE QUEM SABE...

Advogados cobram ao Estado 1080 euros por um almoçohttp://publico.pt/n1668144

Foi fácil escolher os nomes, mais difícil saber o que fazer a Putinhttp://publico.pt/n1668199

O "boom" do turismo em Lisboa e no Porto http://publico.pt/1668034


UCRÂNIA...

A União Europeia deu uma semana à Rússia para rever a sua posição. Caso contrário, imporá mais sanções económicas.

União Europeia ameaça Rússia com mais sanções dentro de uma semana
www.publico.pt
Líderes europeus decidiram que novas medidas poderão avançar se Putin não recuar.

Distinções Turismo português premiado em todo o mundo
O setor do Turismo em Portugal tem estado em destaque um pouco por todo o mundo, com distinções atribuídas a hotéis, restaurantes e entidades, bem como com a publicação de artigos em jornais e revistas internacionais dedicados ao país.


ECONOMIA
Lusa

08:01 - 31 de Agosto de 2014 | Por Lusa


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Em 2013, o turismo em Portugal conquistou mais do triplo dos prémios que em 2012, seja pelos destinos mais baratos, praias "maravilhosamente únicas", um Alentejo "obrigatório" ou o pastel de nata como um dos melhores doces da Europa.
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De acordo com os dados disponíveis até setembro, Portugal somava quase 50 distinções em apenas nove meses, contra os cerca de 15 prémios que recebeu durante todo o ano de 2012.

Entre as entidades que atribuíram os galardões, constam jornais como o The Guardian, New York Times e El Pais/Lonely Planet (editora), televisões como a norte-americana CNN, revistas como a Forbes, blogues como o Huffington Post, empresas e associações internacionais de turismo, 'sites' e imprensa especializada no setor.

Das distinções atribuídas este ano, a Lusa indica algumas das mais relevantes.

Em 2014, Portugal foi, pela segunda vez consecutiva, eleito o melhor país a visitar pela edição espanhola da revista Condé Nast Traveler.

Também este ano, foi votado melhor país europeu pelos leitores do jornal norte-americano USA Today, e eleito o melhor destino de férias por avião, na Europa, nos Zoover Awards, que distinguem destinos e atrações turísticas, bem como alojamentos, em mais de 25 países.

As distinções são atribuídas tendo por base as avaliações feitas pelos utilizadores do 'site' zoover.com, de avaliações de férias. Numa escala de 01 a 10, Portugal obteve uma pontuação final de 9.12, com destaque para as categorias 'hospitalidade' (9.23), 'cultura' (9.16) e 'gastronomia' (9.03).

No final do ano passado, Portugal foi escolhido como um dos melhores destinos de 2014 pela editora de guias de viagens Lonely Planet, surgindo na lista "best value", dos países onde há melhor relação qualidade/preço.

Uma outra editora de guias de viagens, a Rough Guides, também destacou o país pelas mesmas razões, escolhendo como locais obrigatórios para visitar, entre outros, a Ericeira, a Feira de Barcelos, Monsaraz, o Convento de Cristo, em Tomar, Castelo de Vide, Óbidos, o Bairro Alto e a Ribeira do Porto.

Mas não é apenas o país a receber distinções.

O Algarve foi considerado este ano o melhor destino de Golf na Europa pela Associação Internacional de Operadores de Turismo de Golf (IAGTO, sigla em inglês).

Já Lisboa entrou no top dos viajantes dos 25 melhores destinos do mundo, escolhidos pelos utilizadores do site internacional de turismo e viagens TripAdvisor, e foi considerada a cidade com "melhor valor" na zona Euro pelo PostOffice do Reino Unido, tendo em conta o 'City Costs Barometer' 2014 (Barómetro de Custos das Cidades).

O Porto foi considerado o Melhor Destino Europeu deste ano pela European Consumers Choice, tal como em 2012, e entrou no top de 14 destinos para 2014 da operadora aérea britânica British Airways.

Já o aeroporto daquela que é também conhecida como 'cidade Invicta' foi considerado o 3.º melhor da Europa pelo Airports Council International. O aeroporto Sá Carneiro esteve no top três entre 2006 e 2011, tendo sido escolhido pelos passageiros como o melhor aeroporto europeu em 2007.

Mais a Sul, o Alentejo foi escolhido pela revista National Geographic como um dos melhores destinos a visitar este ano. Fora do Continente, o arquipélago dos Açores foi distinguido como Destino Preferido em 2014 pelas Associações dos Agentes de Viagens e Operadores Turísticos Europeus (ECTAA, sigla em inglês).

Além dos locais, Portugal tem onze hostels entre os melhores do mundo, nos prémios 'Hoscars', atribuídos pelo website de reservas Hostelworld.

Mas nem só o país, as cidades e os equipamentos são distinguidos. O Turismo de Portugal venceu os World Travel Awards 2014, também conhecidos como "Óscares do Turismo", na categoria de melhor organismo oficial de turismo europeu, que já tinha ganho em 2008

CHOQUE DE GALÁXIAS...

















TECNOLOGIA
Esta é a melhor imagem de sempre de um choque de galáxias
Descoberta de uma equipa liderada pelo português Hugo Messias
Por: Redacção / CM | 2014-08-30 17:44



Uma equipa de astrónomos liderada pelo português Hugo Messias revelou a melhor imagem de sempre de uma colisão de galáxias, que terá acontecido há mais de sete mil milhões de anos, quando o sol ainda nem existia.

A colisão aconteceu numa zona do universo a que os cientistas chamam H-Atlas H1429-0028, a uma distância em quilómetros calculada utilizando o número dois seguido de 29 zeros, de acordo com os cálculos de Hugo Messias.

Em declarações à agência Lusa, o investigador do Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa explicou que, para o estudo, que começou há mais de dois anos, foram utilizados diversos telescópios, nomeadamente o de Atacama, no Chile, e o telescópio espacial Hubble.

Mas explicou também que foi usada ainda uma galáxia que estava em frente daquelas que estão na base do estudo e que fez o efeito que uma lupa faria, para aumentar algo pequeno na terra.

«Embora os astrónomos se encontrem normalmente limitados pelo poder dos seus telescópios, em alguns casos a nossa capacidade de observar detalhes é aumentada por lentes naturais criadas pelo Universo», diz Hugo Messias, explicando que a massa da galáxia «lupa» é tão grande que atrai a luz e a curva (conforme a teoria da relatividade geral de Einstein).

«É preciso depois reconstruir a imagem, é como reajustar uma lente», conta o cientista. «Ao fazer a reconstrução, vimos que havia duas galáxias» e, pela forma de comportamento e pela morfologia, concluíram que estavam em colisão, disse, garantindo: «De isso temos a certeza.»

Segundo Hugo Messias, não é possível saber o que resultou da colisão das galáxias, se as duas se tornaram numa só ou não, mas não tem dúvidas, nem os outros participantes no trabalho, de que a colisão galáctica estava a formar «centenas de novas estrelas por ano». «Uma das galáxias em colisão mostra ainda sinais de rotação: uma indicação de que se tratava de uma galáxia de disco antes do encontro», diz um documento do European Southern Observatory (ESO).

Hugo Messias lembra que tudo aconteceu há muitos milhões de anos, mas que a colisão de galáxias é comum, e que, aliás, a própria galáxia a que pertencemos, a Via Láctea, poderá no futuro chocar com a galáxia de Andrómeda. Serão necessários ainda milhões de anos futuros.

E o que interessa uma colisão de galáxias ocorrida quando o universo tinha apenas metade da sua idade atual? Hugo Messias explica que é uma forma de testar as capacidades de telescópios como o de Atacama, mas também de obter informação sobre poeiras e sobre como o sistema se está a mover. «No futuro vamos aplicar este estudo a outras galáxias», esclarece.

Finalmente...EUA

Vídeo mostra bombardeamento dos EUA a jihadistas no Iraque:http://www.tvi24.iol.pt/videos/video/14184829/1


As crianças e os novos meios de comunicação...

As crianças têm telemóvel cada vez mais cedo. Nesta reportagem, saiba todos os problemas que podem surgir e os conselhos que podem ajudar:http://www.tvi24.iol.pt/videos/video/14184801/2


sábado, 30 de agosto de 2014

Boa noite, amigos!





Crónica de Baptista Bastos




OPINIAO
CRÓNICA DAS PALAVRAS


por

Baptista-Bastos

Escritor e jornalista - b.bastos@netcabo.pt04 fevereiro 2009Comentar




Há muito se perdeu a noção de que as palavras têm honra. Políticos servem- -se delas para mentir, ocultar, dissimular a verdade dos factos e as evidências da realidade. Mas também escritores e jornalistas as debilitam e as entregam às suas pessoais negligências. Não é, somente, uma questão de gramática e de estilo; mas é, também, uma questão de gramática e de estilo. Há escritores e jornalistas que o não são à força de o querer ser. A confusão instalou-se, com a cumplicidade leviana de uma crítica pedânea e de um noticiário predisposto a perdoar a mediocridade e a fraude.

As palavras possuem cores secretas, odores subtis, densidades ignoradas. O discurso político conduz-nos ao nojo da frase. Pessoalmente, tento limpar o reiterado registo da aldrabice e da ignorância com a releitura dos nossos clássicos. Recomendo o paliativo. Eis-me às voltas com as Viagens na Minha Terra. Garrett não era, propriamente, uma flor imaculada. Mas foi um mestre inigualável na arte da escrita. Lembro-o porque, a seguir, revisitei o terceiro volume de As Farpas, onde Ramalho reproduz uma conversa com Herculano. O historiador retratou assim o seu companheiro das lutas liberais: "Por cem ou 200 moedas, num dia de apuro, o Garrett seria capaz de todas as porcarias que quiserem, menos de pôr num papel, a troco de todo o ouro do mundo, uma linha mal escrita."

Desaprendeu-se (se é que, vez alguma, foi seriamente aprendido) o vocabulário da língua. Lê-se o por aí publicado e a pobreza lexical chega a ser confrangedora. Não se trata de simplicidade; antes, desconhecimento, incultura, ausência de estudo. "Foge de palavras velhas; mas não receies o uso de palavras antigas." Recomendava Garrett. Palavras velhas, travestidas de "modernidade", são, por exemplo: expectável, incontornável, enfatizar, implementar, recorrente, elencar, factível, plafonamento, exequível, checar, fracturante, imperdível, abrangente, atempadamente, alavancar, empolamento - e há mais.

Reconheço o meu verdete por certas palavras e expressões. Não é embirração de caturra, nem rabugice de um recta-pronúncia. Será o gosto da palavra, a alegria de com elas trabalhar há longuíssimos anos, a circunstância de ser um leitor com fôlego, o facto de ter tido professores como o gramático e linguista Emílio Menezes, goês paciente, sábio e afável; e de haver frequentado alguns dos maiores escritores do século passado, para os quais o acto de escrever representava moral em acção. Lembro, com emoção e orgulho, Aquilino, José Gomes Ferreira, Miguéis, Sena, Mário Dionísio, Carlos de Oliveira, Manuel da Fonseca, Abelaira.

Esta crónica foi, também, um pretexto para os lembrar.

DE MORRER A RIR...

Opinião

Notícia de última hora: Passos Coelho quer começar a governar



João Lemos Esteves |
28/08/2014 10:04:19
5770 Visitas

Foto: Lusa



1. No início da presente semana, Passos Coelho revelou aos portugueses algo deveras surpreendente: a reforma do Estado, finalmente, vai começar a ser implementada. O Primeiro-Ministro conta executar, muito brevemente, um plano de redução da despesa do Estado, mudando de paradigma no que respeita à separação entre o que é público e o que é privado. Que excelente notícia! Nós há muito que defendemos que um Governo reformista – marca distintiva das iniciativas políticas do PSD – teria necessariamente de apostar forte, não só na reforma do Estado entendida como reestruturação do sector público, mas também (e sobretudo!) na redefinição do papel do Estado numa sociedade democrática e que se pretende austada aos desafios dos novos tempos em que vivemos. Saudamos, pois, esta vontade de Passos Coelho que se revela sensata e arguta: primeiro, pode forçar uma clarificação do programa defendido pelos candidatos socialistas às turras; segundo, porque mostra que o PSD e o CDS não se limitam aos cortes cegos, muitas vezes sem razão lógica bastante, e à navegação à vista.

2. Dito isto, o que não deixa de impressionar é que, no fundo, Passos Coelho vem assumir que agora é pretende começar a governar o país. Sim, porque declarar que agora é que vai pensar e executar um plano para reformar o Estado - é o mesmo que dizer que, a partir de agora, é que vai começar a fazer aquilo para que foi eleito. Ora, tal deixa-nos perplexos e altamente preocupados: primeiro, porque Passos Coelho vem confessar que esteve três anos a fazer rigorosamente nada, literalmente a “apanhar bonés”; segundo, porque Passos Coelho vem dar razão aos mais cépticos: de facto, o Primeiro-Ministro confessou que Portugal perdeu quatro anos para fazer as reformas que são inevitáveis. Foi tempo perdido! Dir-se-á que Portugal, aplicando o programa da troika, recuperou a sua credibilidade internacional e a estabilidade financeira: mas, se tal basta para governar Portugal, então, e vez de um Governo e de uma maioria eleita, bastaria ter um funcionário do Ministério das Finanças ou um administrador da troika para gerir o país durante três anos e, depois, logo se resolveria a questão! Governar é mais (muito mais) do que aplicar um programa concebido por uma organização internacional !

3. Por outro lado, foi tempo perdido. Porquê? Porque, neste momento, é uma impossibilidade política lógica aplicar um programa de reforma do Estado. Por três razões essenciais:

1) Passos Coelho sabe que estamos a um das eleições legislativas. A partir de Fevereiro/Março, estaremos em período de pré-campanha eleitoral, com o PS a aumentar o tom e a violência contra o Governo – e o PSD em período de balanço do que fez (e a falar da herança socrática) e a não querer saber do futuro. Ora, a reforma do Estado – para ser minimamente sustentável, equilibrada e viável – implica reflexão, diálogo, ponderação, execução rigorosa e avaliação. Precisa de tempo. Tempo que Passos Coelho não tem: não se faz uma reforma do Estado em ou seis meses;

2) Passos Coelho sabe que é impossível chegar a um entendimento sólido com Paulo Portas sobre a reforma do Estado. Todos nos lembramos da rábulo do guião da reforma do Estado protagonizada por Paulo Portas e Passos Coelho: um cardápio de dezenas de ideias feitas, juntas sem coerência, soltas, demorou um ano a ser apresentado (foi sendo sucessivamente adiado o seu anúncio!). Num momento em que Passos Coelho e Portas estão a negociar o acordo de coligação – com enormes dificuldades -, alguém acredita que Passos vai criar um novo sarilho com o líder do CDS, a meses de começar a pré-campanha eleitoral?

3) Por último, Passos Coelho sabe que a reforma de sectores chave depende ou poderão implicar uma concertação prévia com o PS. O qual, pelo menos até às legislativas, é impossível. E o curioso é que o próprio Passos Coelho já admitiu a sua incapacidade de aplicar medidas estruturais até ao fim desta legislatura: recorde-se que Passos afirmou no Pontal que não apresentará qualquer reforma da segurança social até às eleições – e convidou o PS para uma reforma deste sector essencial da nossa vida colectiva. Então, uma reforma da segurança social é impossível – mas já será possível uma reforma da Educação ou Saúde? Porquê? Claro que não. Passos Coelho sabe que muito pouco fará até 2015.

Em suma, a resolução interior de Passos Coelho de que quer mesmo governar Portugal é uma excelente notícia. Mas surge tarde. Demasiado tarde. Três anos mais tarde. Infelizmente para Portugal.

joaolemosesteves@gmail.com

No jornal "Expresso"- Do reino Unido


Reino Unido aumenta alerta terrorista para "severo"Conflitos na Síria e no Iraque justificam a medida, embora a ministra do Interior britânica desminta a existência de informações que sugiram risco de "ataques iminentes".
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Mafalda Ganhão |15:15 Sexta feira, 29 de agosto de 2014


O Reino Unido aumentou o seu nível de alerta terrorista para "severo", atendendo à gravidade das situações de conflito na Síria e no Iraque. A passagem de risco "substancial" para o novo grau, o segundo mais alto, foi hoje anunciada pela ministra do Interior, Theresa May.

Ainda que negue a existência de informações dos serviços de inteligência que sugiram a iminência de um ataque terrorista, a ministra reconhece que este é um risco assumido como "provável".

Considerando como o "primeiro" e "principal" dever do Governo a protecção dos seus cidadãos, Theresa May garante que perante as ameaças "sérias e reais" que o paía enfrenta, serão tomadas "as mais fortes medidas" para aumentar a segurança nacional.

Todos devem manter-se "vigilantes", recomenda a ministra.



Ler mais: http://expresso.sapo.pt/reino-unido-aumenta-alerta-terrorista-para-severo=f887554#ixzz3BtdyFWQV

SÓ EM PORTUGAL, VEJAM OS LADRÕES QUE TEMOS, ENQUANTO O POVO ESTÁ NA MISÉRIA, SEM CUIDADOS DE SAÚDE, SEM ESCOLAS, SEM EMPREGO...


Gestores não executivos recebem 7400 euros por reunião


por MARIA JOÃO ESPADINHA16 abril 201088 comentários


Fotografia © Marco Leal -DN


Embora não desempenhem cargos de gestão, administradores são bem pagos.


Por cada reunião do conselho de administração das cotadas do PSI--20, os administradores não executivos- ou seja, sem funções de gestão - receberam 7427 euros. Segundo contas feitas pelo DN, tendo em conta os responsáveis que ocupam mais cargos deste tipo, esta foi a média de salário obtido em 2009. Daniel Proença de Carvalho, António Nogueira Leite, José Pedro Aguiar-Branco, António Lobo Xavier e João Vieira Castro são os "campeões" deste tipo de funções nas cotadas, sendo que o salário varia conforme as empresas em que trabalham.

Proença de Carvalho é o responsável com mais cargos entre os administradores não executivos das companhias do PSI-20, e também o mais bem pago. O advogado é presidente do conselho de administração da Zon, é membro da comissão de remunerações do BES, vice-presidente da mesa da assembleia geral da CGD e presidente da mesa na Galp Energia. E estes são apenas os cargos em empresas cotadas, já que Proença de Carvalho desempenha funções semelhantes em mais de 30 empresas. Considerando apenas estas quatro empresas (já que só é possível saber a remuneração em empresas cotadas em bolsa), o advogado recebeu 252 mil euros. Tendo em conta que esteve presente em 16 reuniões, Proença de Carvalho recebeu, em média e em 2009, 15,8 mil euros por reunião.

O segundo mais bem pago por reunião é João Vieira Castro (na infografia, a ordem é pelo total de salário). O advogado recebeu, em 2009, 45 mil euros por apenas quatro reuniões, já que é presidente da mesa da assembleia geral do BPI, da Jerónimo Martins, da Sonaecom e da Sonae Indústria. Segue- -se António Nogueira Leite, que é administrador não executivo na Brisa, EDP Renováveis e Reditus, entre outros cargos. O economista recebeu 193 mil euros, estando presente em 36 encontros destas companhias. O que corresponde a mais de 5300 euros por reunião.

O ex-vice presidente do PSD José Pedro Aguiar-Branco é outro dos "campeões" dos cargos nas cotadas nacionais. O advogado é presidente da mesa da Semapa (que não divulga o salário do advogado), da Portucel e da Impresa, entre vários outros cargos. Por duas AG em 2009, Aguiar--Branco recebeu 8080 euros, ou seja, 4040 por reunião.

Administrador não executivo da Sonaecom, da Mota-Engil e do BPI, António Lobo Xavier auferiu 83 mil euros no ano passado (não está contemplado o salário na operadora de telecomunicações, já que não consta do relatório da empresa). Tendo estado presente em 22 encontros dos conselhos de administração destas empresas, o advogado ganhou, por reunião, mais de 3700 euros.

Apesar de desempenhar apenas dois cargos como administrador não executivo, o vice-reitor da Universidade Técnica de Lisboa, Vítor Gonçalves, recebeu mais de 200 mil euros no ano passado. Membro do conselho geral de supervisão da EDP e presidente da comissão para as matérias financeiras da mesma empresa, o responsável é ainda administrador não executivo da Zon, tendo um rácio de quase 5700 euros por reunião.
Artigo Parcial

Sobre D. João de Castro, vice-rei da ÍNDIA.---HISTÓRIA DE PORTUGAL, IN Wikipédia





D. João de Castro (Lisboa, 27 de Fevereiro de 1500Goa, 6 de Junho de 1548) foi um nobre, cartógrafo e administrador colonial português. Foi governador e capitão general, 13.º governador e 4.º vice-rei do Estado Português da Índia.

A TAP Portugal homenageou-o ao atribuir o seu nove a uma das suas aeronaves.



Índice [esconder]
1 Biografia[1]
1.1 Primeiros anos
1.2 A Índia
1.3 Vice-Rei e anos finais
1.4 A disputa pela relíquia das barbas
2 O Magnetismo Terrestre no Roteiro de Lisboa a Goa: as experiências de D. João de Castro
3 Obra
4 Notas
5 Bibliografia
6 Ver também
7 Ligações externas


Biografia1 [editar | editar código-fonte]
Primeiros anos[editar | editar código-fonte]

Secretário da Casa do Rei D. Manuel I de Portugal, era filho de D. Álvaro de Castro, senhor do Paul de Boquilobo, governador da Casa do Cível e vedor da fazendade João II de Portugal e de Manuel I de Portugal; e de D. Leonor de Noronha, filha do 2.º conde de Abrantes, D. João de Almeida, e de D. Inês de Noronha.

Foi discípulo de Pedro Nunes e condiscípulo do Infante D. Luís. Aprendeu Letras por vontade do pai, mas "...como por inclinação era muito afeiçoado às armas, aspirando por elas à glória, a que o exemplo de seus maiores o chamava", enveredou pela carreira militar. Embarcou aos 18 anos para Tânger, onde serviu durante nove anos sendo governador daquela praça D. Duarte de Meneses, e onde foi ordenado cavaleiro. D. Duarte escreveu a D. João III, recomendando João de Castro particularmente, dizendo que ele tinha servido de maneira que nenhum posto já lhe tivera servido.

De volta ao reino, conservou-se por algum tempo na Corte. Desposou sua prima, D. Leonor Coutinho, filha de Leonel Coutinho, fidalgo da casa de Marialva, e de D. Mécia de Azevedo, filha de Rui Gomes de Azevedo.

Quando o soberano armou a expedição a Túnis em auxílio a Carlos V (1535), D. João acompanhou o infante D. Luís, distinguindo-se de tal modo que, com a vitória, Carlos V quis armá-lo cavaleiro, "honra a que se escusou, por já o haver sido por outras mãos, que o que lhes faltava de reais, tinham de valorosas". O imperador mandou entregar 2.000 cruzados a cada um dos capitães da armada, "o que o D. João de Castro também rejeitou, porque servia com maior ambição da glória, que do prémio".

Em seu retorno, foi recebido por D. João III com grandes provas de consideração. Este, por carta de 31 de janeiro de 1538, concedeu-lhe a comenda de São Paulo de Salvaterra na Ordem de Cristo, a qual aceitou pela honra, e não por conveniência, pois era tão pequeno o rendimento dela que não bastava para as suas despesas, sendo contudo a primeira e única mercê que recebeu. Professou a 6 de Março de 1538, conforme a lista dos cavaleiros daquela Ordem. Retirou-se então para a sua casa na serra de Sintra, desejando viver só, entregue aos cuidados da família e aos trabalhos agrícolas.
A Índia[editar | editar código-fonte]

Passou pela primeira vez à Índia Portuguesa como simples soldado, com seu cunhado D. Garcia de Noronha, nomeado vice-rei, indo render D. Nuno da Cunha, e que muito estimou levá-lo na armada "não só com os méritos de sucessor", segundo diz Jacinto Freire de Andrade, mas com a mercê de lhe suceder no governo, que lhe foi concedida por alvará de 28 de Março de 1538. Embarcou com seu filho D. Álvaro de Castro, que apenas contava 13 anos, dando por distrações daquela idade os perigos do mar.

A armada de D. Garcia de Noronha chegou a Goa com próspera viagem, e achou o governador D. Nuno da Cunha com a armada pronta a socorrer Diu, e pelejar contra as galés turcas, que o tinham sitiado no cerco, que defendeu António da Silveira. D. Garcia de Noronha, com a posse do governo, tomou a obrigação de socorrer a praça, "para o que se lhe ofereceu D. João de Castro, que embarcou no primeiro navio como soldado aventureiro, parecendo já pressentir os futuros triunfos que o chamavam a Diu; porém a retirada dos turcos privou D. Garcia da vitória, ou lha quis dar sem sangue, se menos gloriosa, mais segura."

Falecendo D. Garcia, sucedeu-lhe no governo D. Estêvão da Gama, e D. João de Castro achou-se com ele na expedição ao Mar Roxo. D. Estêvão partiu com 12 navios de alto bordo e 60 embarcações de remo, a31 de Dezembro de 1540, sendo D. João de Castro o capitão dum galeão. Esta viagem até Suez foi deveras notável, e D. João fez dela um roteiro minucioso, que ofereceu ao infante D. Luís. Oito meses depois recolheu a Goa, em 21 de Agosto, tendo adquirido pelas experiências que fizera durante a viagem, o nome de filósofo.

Regressando a Portugal, foi nomeado general da armada da costa em 1543, em prémio dos serviços. Saiu logo para comboiar as naus, que de viagem se esperavam da Índia, contra os corsários que infestavam os mares. Conseguiu desbaratar sete naus dos corsários, e entrou com as da Índia pela barra de Lisboa, sendo recebido com o maior entusiasmo. D. João de Castro estava em Sintra quando o rei, perseguido por altos empenhos ao tratar-se de escolher o sucessor de Martim Afonso de Sousa, 13.º governador da Índia, consultou, irresoluto, o seu irmão o infante D. Luís, o qual lhe aconselhou a nomeação de D. João de Castro. Aceitou o rei o conselho, e mandou chamá-lo à Corte em Évora, e com palavras lisonjeiras o nomeou, por provisão datada de 28 de Fevereiro de 1545. D. João aceitou, beijando a mão do monarca reconhecido pela honra, que não solicitara.

Levou consigo para a Índia os seus dois filhos D. Álvaro e D. Fernando. Aprestou brevemente a armada, que constava de 6 naus grandes, em que se embarcaram 2.000 homens de soldo; a capitânia S. Tomé, em que o governador ia, que lhe deu este nome, por ser o do apóstolo da Índia, sendo os outros capitães D. Jerónimo de Meneses, filho e herdeiro de D. Henrique, irmão do marquês de Vila Real, Jorge Cabral, D.Manuel da Silveira, Simão de Andrade e Diogo Rebelo. A armada partiu a 24 de março de 1515. D. João recebera a mercê da carta de conselho com data de 7 de Janeiro de 1515 e fizera o seu testamento a 19 de março, deixando testamenteiros Lucas Geraldes, D. Leonor, sua mulher, e D. Álvaro, seu filho; instituiu o morgado na quinta da Fonte D'El-Rei, em Sintra, denominada da Penha Verde.

A armada chegou a Goa em Setembro. Lançado nos complicadíssimos negócios da administração da Índia, teve de pegar em armas contra o Hidalcão, por lhe não querer entregar o prisioneiro Meale, como seu antecessor estava resolvido a fazer. Hidalcão foi derrotado a duas léguas da cidade de Goa, e viu-se obrigado a pedir a paz. Acabado o incidente, 1546 trouxe outro deveras gravíssimo, a guerra de Diu, promovida por Coge Çofar, que pretendia vingar a derrota sofrida. Travou-se ardente luta, e no fim de sangrentos episódios, foram derrotados os portugueses. D. João de Castro mandou novo reforço, e, não contente com isso, organizou nova expedição que ele próprio comandou. Desta vez ficaram vitoriosas as tropas portuguesas; o inimigo teve de levantar o cerco e fugiu, deixando prisioneiros e artilharia. Para reedificar a Fortaleza de Diu, que depois da vitória ficara derribada até ao cimento, D. João escreveu aos vereadores da Câmara de Goa, a fim de obter um empréstimo de 20.000 pardaus para as obras da reedificação, a célebre carta, datada de 23 de Novembro de 1546, em que ele dizia, que mandara desenterrar seu filho D. Fernando, que os mouros mataram nesta fortaleza, para empenhar os seus ossos, mas que o cadáver fora achado de tal maneira que não se pudera tirar da terra; pelo que, o único penhor que lhe restava, eram as suas próprias barbas, que lhe mandava por Diogo Rodrigues de Azevedo; porque todos sabiam, que não possuía ouro nem prata, nem móvel, nem coisa alguma de raiz, por onde pudesse segurar as suas fazendas, e só uma verdade seca e breve que Nosso Senhor lhe dera. É heróico este ato. Tanta era a consciência da própria honra que empenhava os ossos do filho, depois as barbas, ao pagamento duma soma que pedia para o serviço do rei, e não para si. 0 povo de Goa respondeu a esta carta com quantia muito superior à que fora pedida, vendo que tinham um governador tão humilde para os rogar, e tão grande para os defender. Remeteram-lhe aquele honrado penhor, acompanhado do dinheiro e duma carta muito respeitosa solicitando por mercê que aceitasse aquela importância, que a cidade de Goa e seu povo emprestavam da sua boa e livre vontade, como leais vassalos do rei. A carta tem a data de 27 de dezembro de 1547.
Vice-Rei e anos finais[editar | editar código-fonte]

Depois da vitória de Diu, não pôde D. João descansar. Teve novamente de combater Hidalcão, que derrotou, tomando Bardez e Salsete. Dirigiu-se para Diu, mas havendo só a notícia do socorro que levava, assustado o inimigo fugiu, voltou a Goa, onde se viu obrigado a repelir ainda o Hidalcão, destruindo-lhe os portos. Havendo chegado a Lisboa a fama das suas proezas no Oriente, o rei quis recompensá-lo, enviando-lhe o título de vice-rei, em carta de 13 de outubro de 1547, prorrogando-lhe o governo por mais três anos, dando-lhe uma ajuda de custo de 10.000 cruzados, e concedendo ao seu filho D. Álvaro o posto de capitão-mor do mar da Índia. As mercês chegaram tarde para que o novo vice-rei as pudesse gozar. Cansado pelos trabalhos das contínuas guerras, adoeceu gravemente, e reconhecendo em poucos dias indícios de ser mortal a doença, quis livrar-se do encargo do governo. Chamou o bispo D. João de Albuquerque, D. Diogo de Almeida Freire, o Dr. Francisco Toscano, chanceler-mor do Estado, Sebastião Lopes Lobato, ouvidor geral, e Rodrigo Gonçalves Caminha, vedor da Fazenda, e entregando-lhes o Estado com a paz dos príncipes vizinhos assegurado sobre tantas vitórias, mandou vir à sua presença o governador popular da cidade, o vigário Geral da Índia, o guardião de São Francisco, Frei Antônio do Casal, São Francisco Xavier e os oficiais da Fazenda do rei. Dirigiu-lhes então as seguintes palavras:"Não terei, senhores, pejo de vos dizer, que ao vice-rei da Índia faltam nesta doença as comodidades que acha nos hospitais o mais pobre soldado. Vim a servir, não vim a comerciar ao Oriente; a vós mesmo quis empenhar os ossos de meu filho, e empenhei os cabelos da barba, porque para vos assegurar, não tinha outras tapeçarias nem baixelas. Hoje não houve nesta casa dinheiro, com que se me comprasse uma galinha; porque nas armadas que fiz, primeiro comiam os soldados os salários do governador, que os soldos de seu rei; e não é de espantar; que esteja pobre um pai de tantos filhos. Peço-vos, que enquanto durar esta doença me ordeneis da fazenda real uma honesta despesa, e pessoa por vós determinada, que com modesta taxa me alimente."
A disputa pela relíquia das barbas[editar | editar código-fonte]

Expirou nos braços de S. Francisco Xavier. Foi sepultado na capela-mor do convento hoje de São Francisco, com o hábito e insígnias de cavaleiro da Ordem de Cristo. Em 1576 foram os restos mortais trasladados para o convento de São Domingos, de Lisboa, e depois de celebradas pomposas exéquias, transportaram-se para o claustro do convento de São Domingos de Benfica, para a capela particular dos Castros, fundada por seu neto, o inquisidor geral e bispo da Guarda D. Francisco de Castro. Os cabelos das barbas do grande vice-rei da Índia estavam em poder do referido bispo da Guarda que os recolheu numa urna, ou pirâmide de cristal, assentada numa base de prata, na qual estão gravados em torno dísticos diferentes, que fazem de acção tão ilustre engenhosa memória, ficando aos sucessores de sua casa este honrado depósito, como para tornar hereditárias as virtudes de D. João de Castro.

A trineta do vice-rei, D. Mariana de Noronha e Castro, era a possuidora do memorável depósito, e quando faleceu deixou em testamento aos frades de São Caetano, do convento onde hoje está estabelecido o Real Conservatório, um legado que compreendia a urna que recolhia as venerandas barbas, com a declaração: "Quero e ordeno que os bigodes de meu trisavô, D. João de Castro, vice-rei da Índia, os tenham sempre os religiosos teatinos da Divina Providência, em lugar decente de sua sacristia, com o mesmo ornato de prata e caixa, em que lhos deixo, sem o poderem mudar, ou desfazer-se dele."

Os frades colocaram a relíquia em um nicho na sacristia, coberto com um painel representando D. João de Castro. 0 herdeiro do morgado instituído pelo vice-Rei, e de que fora administradora D. Mariana, pôs demanda aos padres, contestando o legado, e alegando que as barbas de D. João eram pertença do mesmo morgado, porque as vinculara D. Francisco de Castro, Bispo da Guarda, neto do instituidor. Os frades alegavam que as barbas não eram vinculadas, e que D. Francisco não podia dispor do que não era seu; que somente mandara fazer um ornato de prata e uma caixa de veludo para as guardar com mais decência, e que fora esse ornato que ele vinculara, como constava precisamente da verba do seu testamento, não dispondo das barbas de seu avô, assim como não dispusera seu irmão mais velho, D. Manuel, senhor da casa, e por estes motivos a comunidade não se julgava obrigada a restitui-las. Não chegou a haver sentença no pleito, mas, sem que se conheça a razão, diz Tomás Caetano do Bem que em 1792 se achavam as disputadas barbas em poder de António Saldanha Castro Albuquerque Vilafria, senhor da casa de D. João de Castro.
O Magnetismo Terrestre no Roteiro de Lisboa a Goa: as experiências de D. João de Castro[editar | editar código-fonte]

Os antigos Gregos haviam descoberto que uma pedra metálica escura podia repelir ou atrair objectos de ferro - era a origem do estudo do magnetismo. Na época das grandes navegações, não se conseguia localizar um navio no mar pelas duas coordenadas, a latitude e a longitude; a determinação desta exigia um relógio a bordo que indicasse a hora exacta no meridiano de referência, e a determinação astronómica da longitude dava erros inaceitáveis. Durante a viagem até à Índia, D. João de Castro levou a cabo um conjunto de experiências que conseguiu detectar fenómenos, nomeadamente relacionados com o magnetismo e com as agulhas magnéticas a bordo. É de supor que devia esses conhecimentos a Pedro Nunes, naturalmente o directo inspirador de todas as observações que realizou nas suas viagens. Quando em 5 de Agosto de 1538, D. João de Castro decidiu determinar a latitude de Moçambique, encontrou a causa que ditava o «espantoso desconcerto» das agulhas: notou o desvio da agulha, descobrindo-o 128 anos antes deGuillaume Dennis (1666), de Nieppe, o qual é registado na História da Navegação como se fosse o primeiro a conhecer esse fenómeno. A sua observação nas proximidades de Baçaim, em 22 de Dezembro de 1538, de um fenómeno magnético, pelo qual se verificavam variações da agulha devido à proximidade de certos rochedos, confirmadas quatro séculos mais tarde, foi denominado atracção local. D. João de Castro refutou a teoria de que a variação da declinação magnética não se fazia por meridianos geográficos. As suas observações são o mais importante registo de valores da declinação magnética no Atlântico e no Índico, noséculo XVI, e úteis para o estudo do magnetismo terrestre. Foi uma das personalidades da ciência experimental europeia desse século, relacionando a importância desse estudo com as navegações. O seu nome ficou ligado à ciência pelas suas obras que evidenciavam uma tendência para o moderno espírito científico.2 3

"MULHER"danada...




















ACREDITE SE QUISER
Panda finge gravidez para ter mais bambus
Comportamentos associados a gravidez levou tratadores a crerem no animal
Por: Redacção / VCF | 2014-08-28 01:10



Um panda adotou movimentos comuns às fêmeas grávidas para enganar os tratadores e com isso conseguir tratamento especial: mais comida e melhores acomodações.

A raridade da reprodução nos pandas leva os tratadores a níveis altos de alegria e excitação quando se apercebem que um animal pode estar à espera de bebés. A cadeia de televisão «Sky» avança que foi isso que aconteceu aos tratadores de Ai Hin, um panda chinês que mostrou evidências de gravidez.

Movimentos lentos e quebra de apetite são alguns desses sinais e os tratadores estavam tão felizes com a chegada de novos rebentos panda que até já se tinham preparado para filmar o nascimento dos pequenos.

Tudo caiu por terra quando a perspicaz panda foi submetida a testes médicos. Ai Hin não estava grávida nem tinha estado.

Os tratadores acham que o animal fingiu a gravidez para ser realojada, isolada dos outros animais num quarto com ar condicionado e ainda ter acesso a tratamento alimentar privilegiado.

«Eles recebem mais pão, frutos e bambu, alguns pandas mais espertos fingem gravidez para melhorarem a sua qualidade de vida», disse o perito Wu Kongju, à agência estatal chinesa Xinhua.

Os ursos panda vivem nas montanhas do sudoeste da China e a baixa natalidade da espécie faz deles uma das mais ameaçadas de extinção. A China tem cerca de 1600 pandas em habitat natural e 300 em cativeiro.

«Só 24 por cento das fêmeas férteis reproduzem, o que coloca o panda com graves problemas de sobrevivência da espécie», disse o perito.

PORTUGUESES PAGAM PARA ENRIQUECER A BANCA EUROPEIA...

Três economistas, entre eles um perito em contas nacionais, dizem que políticas da crise "expropriaram" rendimentos dos trabalhadores
Crise tirou 3,6 mil milhões aos salários e deu 2,6 mil milhões ao capital

Pedro Passos Coelho
Jorge Carmona/Global Imagens

21/06/2014 | 00:01 | Dinheiro Vivo


Entre o início da crise financeira de 2007/2008 e o final de 2013 assistiu-se, em Portugal, a uma transferência de riqueza do factor trabalho para o capital de grandes proporções, indicam vários economistas.

Pedro Ramos, professor catedrático da Universidade de Coimbra e antigo director do departamento de contas nacionais do Instituto Nacional de Estatística (INE), fez os cálculos e apurou que o peso do trabalho por conta de outrem e por conta própria desceu de 53,2% do produto interno bruto em 2007 para 52,2% em 2013.

Já o excedente de exploração (rubrica que reflete a remuneração do factor capital) - apesar da grave crise que se abateu sobre o Estado, os bancos e as pequenas e médias empresas - aumentou o peso na economia de 27,8% para 29,7% do PIB. As rendas, que traduzem grosso modo o valor da remuneração do imobiliário, avançaram de 5,8% para 6,2%.

Cálculos do Dinheiro Vivo com base naqueles dados, evidenciam que, em termos nominais, o factor trabalho (no qual até já está contabilizado o enorme aumento de impostos dos últimos anos) conseguiu perder 3,6 mil milhões de euros. Já o excedente do capital engordou 2,6 mil milhões de euros.

As contas do economista foram apresentadas em primeira mão, esta semana, no colóquio "A transferência de rendimentos do trabalho para o capital", organizado pelo Observatório sobre Crises e Alternativas, ligado à Universidade de Coimbra.

Nesse encontro, Pedro Ramos, especialista em contabilidade nacional, avançou com esta análise "pouco comum": o PIB na ótica dos rendimentos. As abordagens normais publicadas pelo INE (óticas da procura e da oferta) não permitem este tipo de análise mais fina.

O ojectivo, disse o ex-quadro do INE, é tentar dar pistas mais sólidas sobre o que já há muito se suspeitava: a crise, e em especial o programa de ajustamento da troika, permitiu extrair valor ao factor trabalho ao mesmo tempo que enriqueceu o capital. "Estranho", um "fenómeno novo", referiu.

"Sabemos que nas crises económicas as empresas têm prejuízos, as crises atingem os acionistas. Existe portanto perda de valor ao nível dos excedentes de exploração", observou o académico.

Não foi o que aconteceu. "É especialmente estranho que exista, nesta crise, um aumento do peso do excedente de exploração, rubrica que no fundo reflete a remuneração do capital na economia", observou. Mais: também as rendas do imobiliário reforçaram o peso seja em proporção do PIB, sem em termos nominais. O ganho foi de quase 451 milhões entre 2007 e 2013.

O catedrático de Coimbra recuperou também as estatísticas relativas a 2010 para ter uma noção daquilo que aconteceu durante o programa de ajustamento. Os resultados são ainda mais cristalinos: o peso do factor trabalho na economia caiu dois pontos percentuais; o do factor capital subiu dois pontos.

Para Pedro Ramos, todos estes factos reforçam a convicção de que "está a acontecer uma transferência de riqueza do trabalho para o capital".

Como? Através do desenho de políticas com esse objetivo, diz aquele economista, que foi acompanhado no diagnóstico por outros especialistas.

O factor capital está tão imparável que, em 2013 atingiu um peso recorde (29,7% do PIB) na série histórica compilada por Ramos, que remonta a 1995.

José Castro Caldas, investigador do Centro de Estudos Sociais de Coimbra, e Eugénio Rosa, economista da CGTP, também provam que as políticas seguidas durante os anos do ajustamento extraíram valor ao trabalho de forma pronunciada.

Castro Caldas estima que "as alterações ao Código do Trabalho tenham levado a uma transferência de valor do trabalho para o capital na ordem dos dois mil milhões de euros.

Eugénio Rosa fez contas à função pública e concluiu que este grupo de trabalhadores foi "expropriado" em cerca de oito mil milhões de euros no período em análise por via de cortes remuneratórios, perdas de regalias, aumentos de descontos, etc.

BOM dia e bom fim de semana, amigos!



Poema meu(OBRª REGª)












RELVA DE SONHOS







Alfabeto com que escrevo a minha presença no mundo,

tu és O tudo que os mitos retratam no Tempo,

sem conhecerem a realidade de um teu único segundo.





E eu beijo-te, sem boca…

Toco-te, sem mãos…

Afago-te com uma ternura ausente-sempre-presente,

ao despir a túnica com que a Lua me escondeu

do teu olhar profundo…]





No calendário dos dias-que-sou,

tenho a tua alegria na cor viva dos sentidos,

telas coloridas da alma intensa que te dou,

suspensa dos pincéis de requintados pintores.



Empresta-me o teu rosto…só por um momento…

…o tempo necessário para que a esperança seja verdade,

fora dos cadernos de ternos apontamentos

__________________que se debruçam sobre as palavras

__________________ que suspiram sentimentos.



Queria deitar-me a teu lado…assim…teus olhos nos meus…cabelos espalhados num travesseiro de seda, feito de brilhos de estrelas que batem, descompassadas, à vidraça das janelas.







Queria deitar-me assim…deitar-me, apenas, fora da relva dos sonhos, esses sulcos estriados da alma que se desfazem como areias violentadas pelo vento, ao mover pedras das marés, afastadas da força dos desertos.







Queria que a noite, em passos apressados, saísse do ventre das mágoas, para entrar no espaço dos meus braços-nos-teus, num sensual patamar do sono…que não sentimos…mas que sabemos…

Não saio desse tempo nem desse espaço, mesmo que um sopro de vento nos queira vencer, pelo cansaço, soprando os sonhos para longe do nosso abraço.







Queria deitar-me em lençóis-páginas-longínquas, de poemas que estão por Acontecer.







Qualquer árvore sabe a sua Hora de florescer…Qualquer pássaro sabe de cor o rumo que deve tomar, ao esvoaçar…ao correr, livre, pela sombra das nuvens…Qualquer gota de mar sabe, que é em colherinhas de relvas feitas conchinhas, que a vou beber…

Eu sei que a tua sede se pode transformar em fonte, para me dares de beber…







Maria Elisa Rodrigues Ribeiro

AGOSTO/2014






sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Boa Noite, Amigos!


LEIA-SE "COSTA", COMO CARLOS COSTA, GOVERNADOR DO BdPORTUGAL...E NÃO "COSTA" , O ANTÓNIO DO PS; ESTE JORNAL GOSTA MUITO DESTES TRATAMENTOS CONFUSOS, O QUE NÃO É HONESTO!

Veja as primeiras páginas do Correio da Manhã e da revista Correio TV de hoje

Correio da Manhã e Correio TV (29/08/2014)
www.cmjornal.xl.pt

SOBRE SAÚDE...


OPINIÃO
A agonia entre dois sistemas de saúde


ANTONIO EDUARDO FERNANDES D´AGUIAR

28/08/2014 - 10:23


O PÚBLICO pergunta a diversas personalidades brasileiras para onde vai o Brasil. Hoje, o tema é a saúde.




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Brasil
Saúde
América Latina
Ano grande do Brasil


O setor de saúde no Brasil continua agonizante e vive ainda o sonho idealizado na sua Constituição de que um Sistema Único de Saúde/SUS traria a solução para todos os brasileiros, ricos ou pobres. Porém, o que se encontra no cotidiano está distante anos-luz deste sonho e a cada dia as decisões são baseadas em uma ideologia política antiquada e totalmente desconectada da necessidade de um país que está entre as dez maiores economia mundiais.

O mercado da saúde, incluindo o setor público e o privado, representa um pouco mais de 9% do produto interno bruto (PIB), sendo responsável por mais de 4,3 milhões de empregos diretos segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); porém, o modelo de financiamento deste sistema não atende às diversas necessidades.

A Constituição prevê um sistema único de saúde, mas na verdade existem dois sistemas bastante distintos: o público e o privado pouco integrados. Apenas como um exemplo: em 2011 o Brasil apresentou um dos menores gastos públicos (considerando as esferas municipal, estadual e federal) com saúde em relação ao PIB, correspondendo a apenas 4,1%, enquanto a despesa per capitano setor público em países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) foi de 12,6%. Outra comparação interessante no sistema público é o gasto per capita brasileiro de US$465,67 [cerca de 350 euros], enquanto nos países da OCDE é de US$2789,67, mostrando a enorme diferença de financiamento do setor.

A grande característica do financiamento do sistema público de saúde brasileiro atual é a fragmentação, sendo que em cada uma das esferas governamentais os recursos são sempre escassos, ou seja, o investimento não é proporcional ao orçamento.

Há um mês a maior Santa Casa de Misericórdia da América Latina, em São Paulo, fechou o atendimento no pronto socorro por 60 horas, quando foi obrigada a fechar os portões de entrada com cadeado para evitar invasões; isto tudo por absoluta falta de material hospitalar para atender à população. Frente à comoção geral, o governo estadual providenciou uma verba de emergência, permitindo o retorno do atendimento. Isto gerou um grande desgaste em todas as esferas do governo – afinal a grande São Paulo possui 20 milhões de habitantes e o atendimento de pronto socorro para a alta complexidade está baseado em quatro grandes hospitais, sendo um deles o Hospital da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Este tipo de situação não é incomum no sistema público, pois a base do financiamento está completamente furada.

Existem algumas tentativas de emendas na Constituição, como a emenda número 29, onde se estabelece um valor mínimo de 15% da arrecadação dos municípios e de 12% dos estados para serem obrigatoriamente destinadas ao setor de saúde pública, mas não há qualquer definição de qual deverá ser o percentual para o nível federal, gerando novamente distorções no financiamento do setor.

Frente a isto o setor privado cresce. Quarenta e cinco milhões de brasileiros pagam por um plano de saúde privado e passam a ter direito aos dois sistemas, público e privado. Com isto criou-se um fato inusitado para um país que coloca a saúde na sua Constituição como um direito fundamental e universal do cidadão brasileiro e um dever do Estado, configurando exatamente uma inversão do que ocorre nos países da OCDE, onde a média de investimento é de 70% no sistema público e 30% de investimento no privado. Os dois sistemas não estão conectados, não são complementares e nem tão-pouco são integrados; são dois sistemas de saúde que operam em paralelo, criando todas as dificuldades de entendimento e controle administrativo e financeiro possíveis de se imaginar.

No setor privado o cenário também não é otimista, pois o seu financiamento está baseado na quantidade e não na qualidade dos procedimentos médicos realizados, trazendo diversas distorções no atendimento prestado à população. Para tentar melhorar esta situação do setor privado, o Governo brasileiro criou em 2000 um agência reguladora chamada Agência Nacional de Saúde/ANS, destinada a regulamentar o setor privado através de critérios pré-estabelecidos e elevar o nível de atenção à saúde dos seus segurados, mas esta agência do Governo vem trazendo muita insegurança ao mercado.

Existem ainda outros dados importantes evidenciando a necessidade de se olhar a saúde brasileira com preocupação, pois, ao avaliarmos o período entre 2005 e 2012, os leitos hospitalares destinados ao sistema público, ou seja, ao SUS, diminuíram em 12% em todo o território nacional, sendo que no mesmo período os leitos hospitalares destinados ao setor privado aumentaram em 3,3%. A dificuldade de acesso da população brasileira ao sistema público de saúde pode ser vista em número médio de consultas: no sistema público existem 2,7 consultas ao médico por ano; no privado, é o dobro.