sábado, 31 de janeiro de 2009

Alcácer-_Quibir...ainda e sempre -POEMA C4D-32-08


Secreto desejo de Alcácer-Quibir
subsiste em existir.
Mágoas sentidas, perdidas nas areias
do deserto, poisam em campo aberto.

Para onde vais, povo das madrugadas
molhadas pela espuma do mar?

Deserto frio de tanto arder,
força-me a esquecer...

Ao anoitecer, apetece esconder
a raiva d'outrora, daquela maldita Hora...

Chora a alma , ainda,
a dor da memória infinda...

Sonhar pode ser o caminho da loucura,
quando se sonha outra Procura...

Nos mares do quente deserto
está meu coração, ainda aceso,
desperto...

Espero...

É uma flagelação contínua
esta fé numa miragem,
(ou numa aragem) que eu sei
que perdeu aquele rei...
Não é apaziguadora a imagem!
Mas é só uma miragem...


(Poesia de minha autoria, registada)

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Sócrates...a bomba!

Penso que, amanhã , se esgota a VISÃO... Tenho que me aperaltar cedo para a poder comprar! Então ,a polícia inglesa suspeita de sócrates...Esses, sim, que fizeram o trabalho de casa, SR. PGR!!! No entretanto, Va.EXa,deitava o tal processo dentro da gaveta,ninguém mais sabia de nada e lá (por aí...) andava ele a "vender baba ao quartilho",como bem diz o nosso povo, sugando-nos até à medula...Começo a perceber as férias lautas no Quénia, no Brasil," nos algarves d'aquém e d'além -mar"... FORÇA, BRETÕES!
Mas vão ver que lá virá outro "freitas" a dizer que é tudo perseguição ao pobre homem...porque lhe querem roubar "sucessos"....BEIJOCAS! assim mesmo, com letra graaaaande...

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

O lamaçal...

Acabei de ver o ministro da justiça a sair da cerimónia de abertura do novo ano judicial. Pareceu-me que ia "com o rabo entre as pernas", tal a velocidade com que passava pelos solícitos jornalistas...
Bem sei que, sem ter tido o prazer da companhia do primeiro ministro, nesta cerimónia, onde, sem cerimónia nenhuma, o PGR reafirmou que "todos, neste país, são iguais perante a lei", não devia ter muita vontade de falar. Aliás, sinceramente, até acho melhor que sua exa nem abra a boca... É bem verdade que o comum cidadão português já não sabe o que pensar desta gente que deveria ter tanto a dizer, que até tem vergonha de falar!
Ouvi, sim senhor, o sr PGR... Mas cabe-me perguntar-lhe,- se não levar a mal!- por que é que o processo "Freeport" está, há anos, sem continuidade? Olhe que eu, cidadã portuguesa com os impostos em dia, pus toda a minha confiança na pessoa de V. EXa!...
O mais alto magistrado da nação também não falou aos jornalistas...E o que havia ele de lhes dizer...?-ou a nós todos...
Confesso que este foi um dia e pêras ... Comecei por ouvir aquela do Dr. Marinho Pinto
sobre o "terrorismo de estado"; vi fátima felgueiras, ao contrário de"Leanor", ir para mais uma sessão, no tribunal da sua terra, "fermosa" (salvo seja...) mas muiiiito segura! Ouvi e vi o tio julio monteiro a dizer que, como está a dizer a verdade, se está perfeitamente borrifando para o que diz o célebre sobrinho...

Amigos, estou cansada!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Outlet/ Alcochete seg. sócrates...

Ele nunca quer ter alguma coisa a dizer ...sobre o que não lhe convém!
Mas começam a ser demasiadas as vezes em que Sócrates lá é obrigado a vir a público desmentir alegadas implicações "neste e/ou naquele assunto. Mesmo com o país com os olhos nele ou talvez por causa disso (quem sabe?) o sujeito faz sempre de vítima das "oposições"e, ainda por cima, fá-lo em tom de ameaça velada...Que é que se pode fazer ao homem? Apanhou aquela mania, aquele jeito despropositado de "donzela ofendida" e creio que os não perde, se não cairem os "pés de barro" da estátua que, ele, para ele, foi criando...
Desta vez ,ameaça que não é com coisas destas, que o deitam abaixo...que o fazem cair!Mas lá que a coisa abana, lá isso abana...A experiência até nos diz, que tudo o que abana demais acaba por ir ao chão, mais dia menos dia!
E ora vejam lá quem veio subscrever e assinar por baixo...Mário Lino,pois claro! o tal do "jamais"...na terra dos camelos, ora pois entâo!
Esperemos que aquilo que os possa abanar lhes tire a voz de falsete e o riso bacoco com que se defendem uns aos outros.O que me parece é que eles não nos conseguem convencer de que a culpa da miséria em que este país se encontra,é da europa, essa Europa onde tudo está melhor do que cá, é claro!
Acho que nem com "Frize" os portugueses se conseguem rir...

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Não creiam neles!É tudo já eleitoralismo...

Vem Sócrates ,com cara de donzela ofendida, clamar contra a oposição e contra os 5 deputados do PS, que votaram pelo fim da avaliação dos Professores, hoje no Parlamento... É preciso ter tanta pouca vergonha que não se lembra que ele é o último deste país a poder chamar oportunista ,seja a quem for...Ainda há dois/três meses ,"eles" votaram contra o projecto da autoria dos bloquistas...Porquê? Ora pois, porque como vêm lá as eleições e "eles" não são nada oportunistas... tinham que dar nas vistas como "Os "verdadeiros democratas!
Estou a ver a TVI...Estão a falar do tal ministro do PS, no caso das LUVAS para abrir o Outlet de Alcochete...Vá, portugueses, dêem-lhes a maioria...É dramático que sejam os de fora do rectângulo a mostrar as nossas podridões, enquanto eles andam por aí, a vender "baba ao quartilho"...

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

"I have a dream..." De Luther King a Obama...


Estou a assistir ,pela TV, à cerimónia da tomada de posse do novo Presidente dos Estados Unidos.
Recordo a "grande marcha para Washington" do tempo de Martin Luther King e o discurso em que o grande pacifista afirmou sonhar com uma América onde todos pudessem viver ,de igual para igual, usando dos mesmos direitos, sujeitos aos mesmos deveres. Foi há tanto tempo que tudo aquilo aque estamos a ver,parece irreal. Felizmente, a utopia deu lugar à realidade!
Há trinta anos, mais ou menos, li uma obra da autoria da jornalista/escritora, italiana, Oriana Fallaci ,intitulada "O Homem", que discorria,precisamente, sobre a possibilidade ,mais que remota, de um negro poder ,um dia, chegar à presidência dos Estados Unidos. Ainda agora o jornalista da SIC, Rodrigo Guedes de Carvalho, falou nessa obra como sendo da autoria de um escritor..É possível que eu tivesse lido uma tradução feita pela jor nalista italiana;fica ,aqui ,essa minha dúvida; não recordo...foi ,realmente, há mais de trinta anos!
Mas o que,verdadeiramente importa ,neste contexto,é a realidade da mudança no país mais poderoso do mundo. Quem nos dera a nós, portugueses, sermos protagonistas de mudanças tão efectivas...
Sinto-me , eu também ,hoje, cúmplice da alegria dos americanos que estão com Obama.

No mundo em que hoje vivemos, perigoso porque instável, é hora de se dar as mãos
para concorrer para uma linha de união...
Sou, no entanto, um pouco supersticiosa...Não gosto da "quase" colagem do novo Presidente à personalidade de Lincoln...Lembra-me coisas mais tristes...

domingo, 18 de janeiro de 2009

"Um dia de " passagem de modelos"...

"Modelos políticos"...quero dizer.
Tudo entrou em cena ...Ele foi Sócrates, com coragem inaudita, a pedir maioria absoluta...Ele foi Portas a dizer no congresso que é o melhor do mundo...(já sabíamos, há que tempos!)Ele foi J. Jardim a dizer mais do mesmo...Ele foi Manuela F. Leite a dizer que o outro é o "coveiro"de Portugal...Ele foi Pedro P. Coelho, na TSF, a dizer que está de acordo com S.EXa, o Presidente da República, no que concerne ao tal documento sobre os Açores...
Estou de acordo com ele ,mas sempre me questionei "Por que é que S.Exa não mandou o documento para o Tribunal Constitucional? AH! já sei... confiou na tal "correcta cooperação" institucional...
A verdade , meus amigos, é que o circo chegou e parece que vai andar por aí, um anito, pelo menos...Vou vacinar-me!

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Armando Vara e o "nível18"

A págs 47 de"Correio da Manhã" de hoje, dia 14/01/09, o conhecidíssimo dr. Vara, vice-presidente do Millenium-BCP, afirma que ,afinal, recusa o aumento para o nível 18, dos endinheirados administradores da Caixa Geral de Depósitos...Com esta sua"recusa",digamos que se repõe um pouco de dignidade no "feudo"...
Este Portugal, definitivamente, está mais pôdre do que se pensava! Contra mim falo, pois pactuamos todos com a corrupção, solidamente instalada, sem sermos capazes de reagir contra "as manápulas" que se vão metendo nos nossos bolsos.
Mas, imaginemos ,por um momento, que a louvável recusa do dr.Vara não é tida em linha de conta pelos seus ex-companheiros da CGD??? Lá terá o dito senhor que arcar com a tal passagem ao "nível18",que lhe irá dar um jeitão ,quando se reformar, mesmo que já não trabalhe na Caixa...Isto por cá... nem "Alice no país das maravilhas"...Quando "os pobres dos ricos" são obrigados a receber mais dinheiro do que o que já têm...que merecemos nós, os que permitimos este estado de coisas? Cada povo tem o governo que merece...lá disso não há dúvidas!

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Poema 17 de C6F






Deixaste teu odor viril
perdido pelos meus espaços...
Ao amanhecer, raios de Sol
batem, furiosamente, na janela
do meu quarto; ferem meus olhos,
mas não quebram o encanto do teu corpo,
perdido na quentura do meu leito...
Tuas mãos macias acariciam, ainda e sempre,
o corpo que te dei, em horas de sagrada oração do Amor...
Perdi-me nelas...
e procuro o que perdi,
mais do que o que encontrei!
Corre seiva na robusta árvore
que gerará novas folhas, flores e frutos!
E essa seiva, que é tua, dá-la- ei
aos rebentos da minha "árvore- lua-quarto...
sempre Crescente"!
De nós, ficará, eternamente, a flor que deu fruto
no espaço viril, sempre vivo!
que acabaste por deixar,
sem eu o poder prever...



No 17 CAD -6F -JAN/09


Os meus rebentos, do período "LUA-CRESCENTE", já deram outros rebentos...

Poema 16 deC6F "AMOR E SENTIDOS"




Sigo teu rasto
pelo odor que foste deixando
nos cantos mais longínquos
do meu empalidecer...
Vibram de ti os meus sentidos,
na plenitude dos amplexos acontecidos!
nunca moderados! sempre desmedidos!
Grito o desespero do teu cheiro espalhado.
em noites de lua, sem luar,
em que me encontro a suspirar...
Não sei de ti,
mesmo sabendo onde estás...
Perdi a chave do elo
que me ligava a ti...
Na verdade, não a quero encontrar!

P716 -C6F /JNR/09 Ma E. R. Ribeiro


O amor, fatalmente, marca uma vida...Mas o Futuro é já ali...

domingo, 11 de janeiro de 2009

Despretencioso anexo ao meu "Poema 5...

Despretencioso...porque, não sendo este "Blog"um espaço para dar aulas, o assunto hoje publicado tem que ver com a minha formação.
O poema trata a situação em que se encontra uma menina que espera, junto ao rio, pelo seu amor,que não compareceu ,como parece ter sido combinado. Esta é uma queixa usual das donzelas, na antiga poesia portuguesa.É-o, hoje também, claro...Mas é tudo diferente dos sécs XII, XIII eXIV...A temática, apesar de tudo, com grandes alterações dos usos e costumes, não deixa de ser o amor, a saudade,a angústia da espera, os ciúmes, a dúvida...As cantigas paralelísticas, nossas, genuinamente galaico-portuguesas,continuaram a desenvolver-se, de acordo com as mudanças de estilo e vocabulário. Não deixaram, no entanto, de ser , aparentemente, ingénuas...Há ,hoje,nas Letras Portuguesas, autores consagrados a continuarem a temática dos "pequenos-grandes" romances d'outros tempos...
Destaco alguns de que me lembro: Manuel Alegre, Natália Correia,Fiama Hasse Paes Brandão...Almeida Garrett...
Já citei, num artigo publicado no Jornal da Mealhada, em 29 de Outubro de2008,esta frase da grande Sophia de Mello Breyner Andresen: "A cultura não é um luxo de privilegiados, mas uma necessidade de todos os homens.Um homem condenado à ignorância é alguém a quem foi roubada uma parte do seu direito à vida." Garrett,( séc.XIX)dizia o mesmo,embora d'outro modo...Por isso ,eu sonhei cultura e "atrevi-me" a tentar ser poetisa...

Antigo Cancioneiro-poema 5


Sentadinha à tua espera,
Ao pé do rio cantante
Como é já Primavera
Espero mais um instante…

Entretenho o meu esperar
Ao rio atirando pedras.
E passo a tarde a cantar,
Longe de todas as guerras.

Vejo os cisnes mergulhando
À procura de alimento,
Enquanto as águas do rio
Escorregam, sussurrando.

Que lindo rumorejar!
Quero ficar a ouvir
O regato, que, a correr,
Nem tempo tem p’ra sorrir.

E tu sem vires, amor…
Começo a penar de dor…
O rio sempre a correr
E tu, sem vires, p’ra me ver…

Agora, ao anoitecer,
Vou embora a sofrer…
Pode ser que, noutro dia,
Me dês mais alegria.

Enquanto o rio fluir
E regar as suas margens,
Irão as flores florir
Embelezando as paisagens.
No meio delas, estou eu,
Esperando p’lo amor meu…





CAD4 D -27 FEV/08

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009




Hoje, um pouco de Literatura, com passagem pela obra de MIGUEL TORGA.

“As palavras dizem, sugerem, conotam, germinam, porque estão carregadas de experiência comum.”
Jacinto do Prado Coelho, in “Ao contrário de Penélope”

Sempre disse aos meus alunos que Literatura é Vida.
Tudo o que fazemos, pensamos, ficcionamos ou não, tudo o que apreendemos com os sentidos ou com a Razão, serve de base à arte pessoal de um qualquer autor, para construir a obra literária. Por conseguinte, numa qualquer ficção, todas as personagens agem, reagem, interagem, quer na intriga (a história, por assim dizer), quer na localização da mesma, no espaço e no tempo, que o narrador resolva decidir, de acordo com o contexto do desenrolar da acção.
A Literatura ama-se tanto quanto se ama a vida; ama-se, mais ainda, quanto melhor se souber encontrar a mensagem subliminar (escondida) na capaz interpretação do texto, seja ele em Prosa, seja em Poesia.
Através do adequado conhecimento das personagens ao longo da leitura, entramos em contacto com as sociedades: vemos denúncias e louvores, utopias e realidades, críticas sociais, ético-morais, políticas, etc.
A ironia, o sarcasmo e o bom-humor são armas dos escritores ( e não só) para enriquecerem as obras com que nos deleitamos, quando lemos.
Se nos lembrarmos de Eça de Queirós em “Os Maias, por exemplo, sabemos como ele “gozou”, como ninguém, com a sociedade portuguesa do séc. XIX. Fê-lo através do olho crítico do incomparável EGA, seu “alter-ego”,mas fê-lo como ninguém! Ao olharmos para as figuras típicas da sociedade hodierna, como políticos, dirigentes, jornalistas, banqueiros e sociedade em geral, aí temos nós o “Portugal velho e doente”, do tempo do velho Eça , retratado a pincel…
Mas vamos ao tema de hoje…”passar” pela obra de MIGUEL TORGA; não devo divagar, pois é-me facultado um cantinho de oiro no Jornal e não devo desperdiçá-lo…
Pessoalmente, admiro de tal modo as Prosa e Poesia de TORGA, que é com o prazer da “Procura” que me perco, deliberadamente, no emaranhado de temas que ela nos oferece para deleite e reflexão, quase sem tempo para respirar entre uns e outros.
Miguel Torga, pseudónimo do médico e escritor-poeta Adolfo Correia da Rocha, nascido em Trás-os-Montes, em S. Martinho de Anta, trabalhou, viveu e morreu, em Coimbra, em 1995.
Espírito pensador, independente e individualista, não conseguiu integrar-se em nenhum movimento literário, isto apesar de ter ajudado a criar as revistas literárias “Presença”, “Sinal” e”Manifesto”. Amou, com paixão, tanto a terra como o mar português; o amor pela terra enternece.”Vemos”, quer na prosa quer na poesia, os cavadores a limpar os sulcos, “vemos” o lavrador a espalhar a semente no solo, depois de devidamente enriquecido com estrume, “vemos”as fragas, mortas-vivas, a esperá-lo, quando vai procurar força e alento à sua aldeia…”cheiramos, até as urzes e as torgas dos montes, quando ele as pisa…É a terra, com a sua força telúrica, que enche páginas e páginas de poesia, onde até a água das fontes pinga, cantando, como que a saudar o poeta, quando ele chega. Nessa força telúrica, que se estabelece no contacto do corpo com a terra-mãe, reside a ideia do “Mito de Anteu”,o deus que SÓ se sentia cheio de força, quando os seus pés tocavam a terra.
A terra é, por conseguinte, para Torga, a origem sagrada da vida, dos tempos, do “TUDO”, que o homem desconhece. Ela é, para o poeta, um ventre materno, sendo dever dos seres orientarem-se para a criação, para a Génese.
Alguns extractos de poemas do universo genesíaco torguiano podem ajudar-nos na interpretação desta temática.
No poema “Comunhão”: Tal como o camponês…/ ou como o pastor…/ assim eu canto…/ Semear trigo e apascentar ovelhas/ É oficiar à vida/ Numa missa campal./…Junto o meu canto de homem natural/ Ao grande coro dessa poesia./.
No poema “Regresso”, a temática do amor à terra :”Regresso às fragas de onde me roubaram./ Ah! Minha serra…/ …rijos carvalhos me acenaram,/ Cantava cada fonte…/…o céu abriu-se num sorriso/…deitei-me no colo dos penedos…/
Outro tema exaustivamente tratado por Torga é o do desespero humanista. Como médico, sofria, tremendamente pelo Homem e pela impossibilidade de aliviar o sofrimento - e/ou - impedir a verdade da condição humana , que é a inevitável morte, a única “viagem” sem retorno…Este é um tema de contornos existencialistas que o poeta não explorou, até porque achava que a liberdade e a esperança são os alicerces da vida.
Por isso se confessa um rebelde, em fúria! contra os limites que “alguém” nos impôs, desde o primeiro momento em que existimos .E questiona: por que é que o Homem tem que sofrer? Por que tem o Homem que morrer? Vai daí, no poema ORFEU REBELDE insurge-se contra esse tal “alguém” e diz:”Orfeu rebelde, canto como sou:…um possesso…/ a ver se o meu canto compromete/ A eternidade no meu sofrimento…/ …que o céu e a terra…moinho cruel que me tritura,/ Saibam que há gritos…/ Bicho instintivo que adivinha a morte/ No corpo dum poeta que a recusa…”!
É neste estado de espírito de extrema dureza para com “quem” rege a triste condição humana, que surgem as dúvidas sobre Deus. A problemática da religião e das questões sobre a existência do divino são, em Torga resultantes de dúvidas tremendas, como aliás, o são em todas as gerações que sobre elas se debruçam. Em “Diário I,” faz Torga uma série de afirmações sobre a eterna dúvida; delas destaco a seguinte, citada do livro “Aula Viva”, pág.392 (Porto Editora): “O que eu dava para me levantar cedo esta manhã, ir à missa, e voltar da Igreja com a cara que de lá trazia o meu vizinho…” (presumimos nós, leitores, que o vizinho voltava a casa com um ar de católico convicto…feliz…).
E continua: “Queria era sentir-me ligado a um destino extra biológico (…)”, ( o biológico é a morte!); “(..) a uma vida que não acabasse com a última pancada do coração.”
E pelo mesmo motivo, porque todos temos que “passar o rio”, no poema “Desfecho” afirma: “Não tenho mais palavras./Gastei-as a negar-te…Só a negar-te eu pude combater/O terror de te ver/Em toda a parte./Fosse qual fosse a caminhada/Era certa a meu lado…a presença…do teu vulto calado…/Soltei a voz, arma que tu não usas,/Sempre silencioso na agressão./Agora…somos dois obstinados…que apenas vão a par na teimosia./”
Repare-se que, embora diga que nega Deus, o poeta afirma que O sente ALI, ao seu lado! teimoso no silêncio, que não quebra. O poeta sabe que ambos estão condenados a caminhar, juntos, até ao fatal fim…Dizer que Torga não acredita em Deus, talvez seja demasiado e talvez, também, incorrecto! Quem se preocupa tanto em O questionar, é, em meu entender, porque O procura… E é uma eterna procura, porque Ele não elucida…exige que acreditemos, muito pura e simplesmente! Ele deu-nos a Razão com, - implícito! -o dom de sabermos onde estão o Bem e o Mal. Devemos, portanto, agir, com a liberdade que a Razão nos dá. Só que somos imperfeitos...
Magalhães Gonçalves na obra “Ser e Ler Miguel Torga” diz, na página 52: “Mas o homem não é dono nem escravo da sua liberdade - ele é a sua Liberdade!”
Daí a fúria de Torga… por que é que Ele não responde?
Talvez por isso, o poeta, raramente, ou mesmo nunca - o trata com letra maiúscula, mostrando, desse modo, querer dar dimensão à luta do Homem, para obter respostas…
Eu sou suspeita para me “meter” por este caminho pois, eu própria, tenho dúvidas…
E quem tem a sorte de ter certezas, para nos ajudarmos uns aos outros?
Acho, no entanto, salutar, pensarmos nestas coisas, pelo menos para não corrermos o risco de sermos, como diz Fernando Pessoa, no poema D. Sebastião Rei de Portugal: “…Sem a loucura que é o homem/ Mais que a besta sadia,/Cadáver adiado que procria?”
Miguel Torga foi também um consistente prosador; escreveu registos autobiográficos, contos em que os animais personalizam os defeitos humanos, situou factos da vida nas escarpas das montanhas…Escritor notado e notável, dessa sua obra em prosa não devemos esquecer os ”Diários”, ”Novos contos da montanha”, “Bichos ”… Quem não se lembra do corvo Vicente, na sua rebeldia contra Deus, por Ele e Noé o quererem obrigar a voltar à Arca? “Não, ninguém podia lutar contra a determinação de Deus.”(in BICHOS,17 edição, pág.133). Não esqueçamos que a revolta de Adão e Eva lhes valeu a expulsão do Paraíso…
E o pobre do cão “Nero” a rir-se, à hora da morte, narcisicamente pensando no sofrimento e na saudade que a dona iria ter dele…? E o galo “Tenório” a ter que admitir a sua velhice e ver o filho ,”jovem e belo” a tomar o seu lugar na capoeira-harém? O tempo passa, inexoravelmente, e isso dói a todos…E Deus nada faz!
Foi nas obras em prosa que Torga aproveitou para espraiar os olhos por este Portugal de fragas e criticar tudo e todos, -Salazar também - o que lhe valeu a prisão!
Escuso de vos confessar o meu êxtase perante a obra de Torga…Está tudo (quem dera!) dito, a este respeito.
Deixo-vos com uma - quase - mensagem da grande Sophia de Mello Breyner Andresen: “A cultura não é um luxo de privilegiados, mas uma necessidade de todos os homens. Um homem condenado à ignorância é alguém a quem foi roubada uma parte do seu direito à vida”.






Maria Rodrigues


25 de Setembro de 2008


Publicado no Jornal da Mealhada, em 29 de Outubro de 2008

Um primeiro/ligeiro artigo s/ "Os Templários"


De vez em quando, sinto vontade de voltar a Tomar. Fi-lo, há poucos meses, novamente. Parece "um chamamento", aquilo que me leva ao Convento de Cristo",às torres de menagem do castelo, aos extensos corredores das celas dos "monges- cavaleiros", às sepulturas destas e d'outras personagens,debaixo dos nossos pés, cobertas por pesadíssimas lages... "Vejo" Templários a ouvir missa, a cavalo, devidamente preparados para partirem para as lutas pela fé...E espanta-me ver que ,neste país que é o nosso, continua a não se fazer escavações para,-quem sabe?-descobrir algo maior sobre os homens que, a 13 de Outubro de 1307, uma "negra 6a feira, o rei Filipe de França ,mandou chacinar...

O meu , quase guia, nestas lucubrações templárias, é o escritor Paulo Loução, profundo pensador sobre estas matérias, do qual estou a reler "Os Templários na formação de Portugal"(edição Ésquilo, de 2003)com elevadíssimo prefácio do Prof.Dr.Luís do Espírito Santo.

Enquanto Prof. de Português fiz, por gosto e por dever ético para com os meus alunos, inúmeráveis leituras e pesquisas, sobre os imensos importantes autores que eram, então, obrigatórios, nesta disciplina.Primeiro, e para quem não o sabe, um Prof. tem, forçosamente,que preparar aulas, enquanto os que dizem mal deles lêem os jornais(se lerem...),vêem televisão ou dormem...

No caso da disciplina dePortuguês, Língua e Literatura, a íntima ligação da matéria com outras disciplinas como a História, a Geografia, a Filosofia, as Ciências da Natureza, é de tal importância, que se torna ,absolutamente imprescindível, não deixar "estagnar" o pensamento.

Falar de Fernando Pessoa, que é "uma catedral "de inter-textualidade! requer conhecimentos fulcrais que ,só lendo e pesquisando, aturadamente, se podem "quase":..conseguir!
Como é possível ajudar a compreender a obra "Mensagem", se não se for capaz de explicar os imensos símbolos que "aparecem" nos poemas? Que se pode dizer dos "quase mistérios" relacionados com o papel que tiveram na nossa História, reis como Afonso Henriques, D. Dinis, D.JoãoI, D.Sebastião...?E que dizer dos "rosa-crucianos" e da influência mística do oculto, na obra pessoana?

Fico-me, hoje, por aqui...Se alguém, interessado por estes assuntos, por cá passar, fale comigo...

Saudações de lusibero

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

"O Benfica...que tristeza!"

Sou benfiquista! Mas...que tristeza... (Já estou a ouvir vaias, apupos, mas também algumas palmas). Quando o Benfica perde, vergonhosamente, como perdeu contra o Trofense, o país espirra de tal modo que, se calhar, esse facto contribuiu para encher os hospitais neste tempo de gripes... Como qualquer adepto, tenho perguntas a fazer, a quem de direito lá para os lados da "Luz"!
Por que motivo, jogadores que recebem ordenados ,mais que escandalosos, não rendem em campo, de acordo com o que ganham? Falta-lhes motivação...ou devem ir à bruxa? Motivação não deve fazer parte do vocabulário de quem demonstra tão pouca vontade de render; o ordenado chorudo deveria ser motivação suficiente...ou não?

E se, em vez das "bofetadas" psicológicas do Rui Costa, no "balneário", os jogadores fossem punidos com multas? com cortes no ordenado? Nem sequer deve haver medo de que eles queiram ir embora, para outros clubes... Quem quer jogadores que não trabalham? E se forem,
então vai-se ao Trofense, ao Tamengos,ao Pampilhosense ou a qualquer clube regional buscar gente que se agiganta, em dignidade e trabalho, quando tem que defrontar os chamados "grandes"...

Estará o problema sempre no treinador? Tenho para mim que não há treinadores, no mundo, para jogadores como os do Benfica,com tanta falta de brio profissional e pessoal...
Vejam bem o número de treinadores que por lá têm passado...
Parece-me que o Quique vai enfrentar, hoje, uma conferência de imprensa. Vamos ver em que é que ficam as coisas, porque aquela de restaurar uma equipa...para mim, já não pega...


Benfiquistas, não nos deixemos afectar! Ainda temos Sócrates a pedir outra maioria absoluta...
Até o desemprego já baixou...com os portugueses que voltaram a emigrar, em força!


Saudações benfiquistas...e portuguesas!

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

"SENTIR:::ASSIM!"


Renasço a cada momento... É deste modo que eu entendo a minha "passagem" pelo circundante cósmico! Nunca fui sempre a mesma! É forçoso rejuvenescer, renascer para tudo o que nos rodeia. O mundo existia, antes de nós existirmos; mas, agora, que temos este "Presente", que "Somos", já devemos a esse mundo um renascer contínuo,porque ele só será melhor, na medida em que eu, para isso, contribua...melhorando...eu própria!


A força da convicção com que nos introspeccionamos é fulcral no processo de regeneração: ao fazê-lo, vemos como todos somos diferentes, como divergimos em carácter, como vemos o mundo que nos rodeia, como tocamos a pétala de uma linda rosa vermelha... Necessitamos de fotografar a nossa intimidade...com a coragem demonstrada por Miguel Torga quando, no poema "Descida aos infernos" afirma:"Desço aos infernos, a descer em mim."..."E entro finalmente/No reino tenebroso/Das minhas trevas/"...


Sinto que renasci, por fases distintas, ao longo da vida... Fui pequenina, fui adolescente com enormes responsabilidades, fui moça como todas as outras, com namoricos e esperança de encontrar um príncipe perfeito... (E só não o escrevo com letras maiúsculas, porque os príncipes, por vezes,se transformam em sapos...)


Renasci, novamente, quando fui mãe...quando tirei o primeiro curso, voltei a ser mãe, tirei outro curso, leccionei, comecei com a poesia e a colaborar com um Jornal local. Pelo meio, fiz tantas outras coisas...viajei e enriqueci-me com outros povos ,outras culturas ,outras civilizações...
Pobre do Homem que não renasce!


Ofereço-vos o seguinte poema:


Renasço a cada momento
do momento anterior.
Procuro no meu "Presente,
marcas do meu interior.

Fixo, então, o firmamento
e embarco em 'strelas de sonho...
Banho-me na luz que é delas
produzo momentos belos
e as energias reponho.

E, do momento anterior,
do qual estou a reviver,
sinto que não estou melhor
e que é preciso renascer!
Minha Vida! Meu Agora!
Não posso adormecer...

C6F-13 -JAN/09

sábado, 3 de janeiro de 2009

"Poema10 deC4"







Passeio
no meu jardim,
cheio de odores
matinais.
Fragrâncias doces,
quase maternais
libertam
as palavras
irreais,
com que
suspiro
os meus ais.
Levanto
os dedos
para o ar,
porque
as quero agarrar.
Palavras!
Suspiros meus!
Respiro-vos para o ar,
pois quero ver-vos chegar,
a muitos jardins floridos
onde não há desabrochar!



CAD.4 D -10 -FEV/08




As palavras puxam por mim,
clamando por atenção,
em constante ebulição.


Estou inquieta, insegura…
com medo de não estar à altura
da segurança, que exigem de mim…
Querem que o meu pensamento
lhes dedique o momento,
em que se abraçam ao meu mundo espiritual,
para dar seguimento
ao que nelas há de mais natural:o expandir da Mensagem!

Mas custa tanto pensá-las, expurgá-las,
retomá-las, acolhê-las e escolhê-las…
É trabalho de atleta o que se exige do poeta!


Movem-se dentro de mim e sacodem-me, sem fim…
Querem que não esmoreça e, nem sequer, arrefeça, na tarefa!
Cruzam-se, no meu sono ofegante,sem permitir que delas fique distante.


O mundo espera a verdade que transpira,
da mensagem do poeta,que suspira.


Respondo, com calma, às minhas palavras,
sem cansaço, ciente do abraço fraterno
que as distancia, do inferno do embaraço.

“Força, poeta! SÊ o atleta da verdade!Dispara a tua seta... no coração da Humanidade!”


Fev/08-C4/9 D




Amo a vida! Adoro a Natureza, em todos os seus matizes!Amo o Ensino, do qual me apartei por causa daquele trio de medíocres da 5 de Outubro, há ano e meio...Tivesse eu forças para gritar a todos os pais e encarregados de Educação que não há ensino nenhum, hoje!,que só há vontade de ensinar por parte de todos os meus colegas...mas que eles estão de mãos atadas, porque a mediocridade não deixa que os alunos cumpram o seu dever de alunos,que é estudar!Por isso, sou menos feliz, quando penso nos milhares de "estudantes" que tive nas minhas mãos, que hoje são meus ilustres colegas e que até já chegaram -muitos!- a um patamar superior ao meu!Amo-vos, alunos, todos os que não ireis passar pelas minhas mãos,por eu ter desistido antes de vos conhecer!Não há perdão para quem virou a ESCOLA de pernas para o ar!Deixem-me ser" lírica" outra vez! Adoro os meus filhos e netos...Eles são a prova viva de que eu estou cá e que ainda tenho tarefas a cumprir por amor deles!E, enfim, adoro anoite...a chuva... o sol da vida, a água do mar... as conchas e os búzios que cheiram a mistério e podem ajudar-me a ir ao fundo do mar...trazendo-vos todos de volta!
É lamentável tudo o que aconteceu antes... Quero dizer: tudo o que levou o Presidente a fazê-la...a tal comunicação! Queria paz institucional? com José Sócrates? Então Sua Exa não tem dado pelas queixas, ora surdas, ora sonoras, deste povo contra o dito? Não esperava tal "facada" pelas costas? Agora, já vê, Exa? Ainda me lembro de quando Va Exa era 1o Ministro e, surdo aos lamentos do povo, dizia, do alto do seu cargo, que não lia jornais... Talvez se tivesse, então, apercebido, de que é salutar esse exercício diário,,,Espero que tenha tido oportunidade de acompanhar o percurso de Sócrates, ministro do ambiente...Espero,também, que , tal como Va Exa hoje disse, se aperceba de que a democracia está a "enviesar"...e que é o Sr. o garante dela, perante este pobre país! Força,Sr. Presidente! Portugal espera mais de si...

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009








Homenagem a Miguel Torga

São Martinho de Anta acorda!
Chega o poeta e tudo se move: a terra, o ar, a água e o fogo.
A alegria do seu retorno provoca a desorientação discreta
da “mãe -natureza".
Riem torgas, urzes, rosmaninhos, pelos montes!
Ruge o vento ao bater nas pontes!
Inclinam-se as fragas, em sentida emoção!
Cantam as fontes no perene correr
das suas águas,em sinal de saudação.
A Natureza revive pela força da presença do homem
com ela sempre em união!
A Terra-mãe, ventre profícuo da semente escondida,
promete searas vivas, plenas, pujantes,
na serena convicção de que é assim, sem medida,
que agrada ao poeta, que ali arriba!
Vergam-se as árvores, prenhes de fruto,
à passagem desta personagem de vulto,
Que faz despontar a “vida - terra”…
Que poder tens tu, homem de São Martinho,
que tal caos provocas,
na “ terra - pó”, onde tens teu ninho ?
Os teus pés pisam vinhedos do Douro,
desencantando velhos segredos do “ ar -mosto”,
que respiras, suspirando…
As tuas mãos,
misterioso elemento da criação do teu mundo,
legam-nos, no ar do teu pensamento profundo,
todos os “nadas” que são, afinal, “tudos”…
Parece fugir-te o Mar,
que deu vida à vida do teu rectângulo sofrido!
Mas é nas claras águas do Mondego
que revive a tua memória sem medo;
tempos de saber…de poesia e de segredo!
Abrasam-te ares do Norte ,
com a força da lareira que arde,
no teu viver forte…
Vive, poeta! Vive ainda e sempre, em nós,
pela “ obra -terra”que nos legaste,
em momentos de vivo confronto, a sós,
com Aquele que nunca encontraste!
Que presença tão constante advém da tua aura!
Se fujo, tu vens comigo(dura ilusão...)
dando-me a força telúrica, de quem não abandona-nunca!-
a terra-mãe, que se ama, até à loucura,
por ser o berço da constante Procura.

Com essa tua aura, chega também,
o doce cheiro do orvalho das manhãs.
Contigo, na neblina, comungo das sensações
da pureza dos elementos!
Quando me estendes a mão, encontro, por fim, então,
todos os meus alimentos: terra, ar, fogo e água!
E, sem surpresa, as torgas rejuvenescem,
os ares purificam,
o fogo vivifica,
as águas deslizam, cantantes, saltitantes...

SET./08-Cad.5C






Ouso ensaiar os primeiros passos do actor,
neste momento, em que me sinto melhor.
O palco é imaginário! Não há esplendores!
É este mundo em que vivo, com seus bens e seus horrores!

Nunca estudo os meus papéis!
Sou apenas personagem, às vezes com mais coragem...
Em dias alternados da permanente "viagem",
actuo cenas cruéis, sempre que estou de passagem!

Cenas cruéis, tão patéticas como o actor que eu sou...
E ao olhar o palco, indago: " Mas para onde é que eu vou"?
Então, choro e rio, simultaneamente...
sou louca e sou sagaz,
preguiçosa e pertinaz;
igual ao vento feroz,
que a pouco se desfaz!

Ser actor, assim, põe-me num grande dilema:
repetir a mesma cena, recomeçar,
parar
recomeçar...

Procuro na personagem novos sentidos
para uma velha vida,
de maneira desmedida...

Sigam-me, outros actores!
Façamos do nosso palco um estrado de valores!

CAD3C-58-JAN708



Chuva miúda
atravessa a espaços claros lentos
o círculo dos movimentos
parcos tornados abrangentes

Frágil luz
acompanha os passos
desmedidos incertos
que a alma desenha
em sítios perdidos abertos

O campo sequioso
absorve em sorvos gentis
por momentos
as frágeis gotas
dos pensamentos inquietos virulentos

Natureza minha tamanha
cuja voz não entendo
Mirando-a sei
que estranha pungente dorida
a pretendo

REG: C3 -C-60 -JAN/08
Triste cena, aquela dos alunos da escola do cerco,no Porto...Tristeza amarga ! Ser professor, hoje ,nos tempos da dona lurdes rodrigues e da dona da dren... Linda de morrer a explicação dada pelo membro da ass. de pais lá do sítio...Linda de ver a educação que os pais de hoje permitem aos seus "rebentos"...que, lá virá o dia em que os mesmos sentirão na carne, os "magníficos" efeitos dessa exemplar educação... UM abraço fraterno a todos os meus colegas que, com superior dignidade, estão a aguentar o barco... Os papás darão por ela ,quando a ARMA DE BINCADEIRA se virar, a SÉRIO, contra eles próprios...

A mensagem de natal...

A mensagem de Natal de Sócrates , é "sui generis"... Puro exercício de campanha eleitoral (já em curso!), o ar sério e cúmplice seria para rir, não fosse a tristeza que amargura este povo,já sem forças para lutar...É um anátema, um estigma ,se preferirem... Este povo não teve, ao longo da sua história, -nunca! - governantes à altura da sua grandeza! O nosso "primeiro"continua a saga da governação desgovernada... Ele foi o baixar os juros ,sem que os pobres portugueses o sentissem nas prestacções do Banco...ele foi um enumerar de glórias que os portugueses não vêem...ele foi um ar tão patriarcal que deu vontade de lhe atirar com os sapatos à cara,"à la jornalista iraquiano" MAS...os portugueses desempregados? Os que recomeçaram a emigrar? A Justiça que não existe ,permitindo roubos a toda a hora, assaltos a tudo quanto cheire a dinheiro? O caso do chamado Banco Privado Português...? Privado? Português?....De quem...? Talvez de personagens ligadas ao des(governo) e seus amigos?...Eu, pobre cidadã, que não tinha lá"cabidela" porque, como milhões de portugueses, não tenho dinheiro,vou ter que contribuir com os impostos que "o pior ministro das finanças da comunidade europeia"continua a roubar-me, depois de os ter pago durante 37 anos???