sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

POEMA

 


A MONTANHA RECORDA...

 

 

No cimo da montanha, em frente da casa onde nasci

e aprendi as primeiras ingénuas brincadeiras,

estão as ruínas daquilo que a lenda diz ser um templo

antigo, que o tempo foi roendo, com golpes de vento.

 

Conheço tão bem os atalhos e estreitos caminhos

que me lá conduzem...

Foi nesse meio

que brincámos tu e eu com as velhas pedras

que dele se foram desprendendo.

 

(Quanto Tempo já passou...

Hoje, a montanha recorda, como recordo eu...)

 

E despertou-me a aurora quase dourada com os raios

de Sol, que davam vida viva às flores, aos insectos sugadores

de mel e aos meus olhos desejosos de cores.

 

Sinto o Tempo-em-mim-por detrás de mim-na minha- frente-

-a-cada-momento-Presente.

 

Recordo. Cresci. Amadureci com os tempos de afastamento…

Mais um dia passou…Tu não vieste…

Vai-se anunciando o crepúsculo,

onde devem viver os deuses das palavras

que os meus dedos desejam escrever, para te ler_____

______ a ti, que não sei onde procurar______

 

 

 

 

Maria Elisa Ribeiro

AGT/017

 

Sem comentários:

Enviar um comentário