RESUMO(pplet.ileel.ufu.br/ defesas/feitio-de-uma-escrita-por-si-em-maria-gabriela-llansol)
Maria Gabriela Llansol – uma fonte gotejante de linguagem no trabalho de escrita e no pensamento – é aquela que escolhe a palavra e decide o real. Os caracteres que traça são o objeto de estudo desta tese, a qual intitulamos Feitio de uma escrita por si em Maria Gabriela Llansol. Neste trabalho, nosso objetivo é, ao propor uma chave de leitura para a obra de Llansol, apresentar uma reflexão sobre a força atuante de sua escrita, a qual abre à linguagem caminhos que a literatura dita tradicional não nos mostrou. À pertinência e à persistência dessa força escritural, estamos nomeando de uma escrita por si. Trata-se de uma escrita com acento em marcas de experiência, e que ultrapassa o campo simbólico, e por consequência é desprovida de representação. Nossa proposição é cunhar uma espécie de significante que formule uma ideia, um pensamento da obra de Maria Gabriela Llansol, a partir dessa expressão uma escrita por si. Essa hipótese de trabalho tem como base o traço metalinguístico de seus textos. Em outras palavras, visamos a extrair o pensamento sobre o processo de composição da sua escritura, isto é, o projeto de escrita de sua prosa de tonalidades poéticas, a partir, sobremodo, do seu valor estético-literário. Nosso estudo se textualiza da seguinte forma: a apresentação, quando colocamos o texto no olhar da paisagem geral do universo Llansol. O capítulo um – em que apresentamos o projeto de Llansol – é impregnado de textualidade, mas trata-se de uma concepção divergente da estética realista com valor de verossimilhança. Nesse trajeto além da linguagem representativa, dialogamos, em especial, com Jacques Rancière (1995, 2005); Maurice Blanchot (2011a, 2011b); Jacques Derrida (2005, 2006); Jorge Larrosa (2014). E da fortuna crítica de Llansol, pinçamos os estudos de Lucia Castello Branco (2011; 1997a, 1997b, 1997c; 1997d); Cláudia Pedrosa Soares (2015) e Jorge Fernandes da Silveira (2013). No capítulo dois, textualizamos nossas reflexões em torno das características que ressoam por meio da escrita por si, na obra de Llansol. Nesse momento, lançamos mão, dentre outros, de Roland Barthes ((1987, 1990, 2002, 2012); Eneida Maria de Souza (2002; 2011); Paul Zumthor (2014); Michel Foucault (2007). Entre os comentadores de Llansol, dialogamos, em especial, com Silvina Rodrigues Lopes (2013); Vania Baeta Andrade (2006); Elisa Arreguy Maia (2013; 2012); Juliana Cabral Junqueira de Castro (2014); Cinara Araújo (2008) e Carlos Eduardo Batista Souza (2018). No capítulo três, interessamo-nos pelo fluir dos escritos da autora que se funde com palavras, texto, língua, linguagem, obra e livro-devir e, para isso, recorremos à Maria José Motta Viana (1995); João Barreto (2001, 2007a, 2007b, 2014c); Paulo Fonseca Andrade (2010; 2013); Maria Carolina Junqueira Fenati (2015). No capítulo quatro, o campo teórico de Llansol ressoa por meio das noções-conceito executantes da sua própria escrita por si. Na conclusão, há a constatação de uma escrita firmada no conhecimento a ser levantado pelo próprio texto. Além disso, nesse ajuntamento de palavras, este estudo se vale das imagens do pensamento de diversos teóricos e críticos, entre eles: César Guimarães (1997); Erick Gontijo Costa (2008; 2014); José Augusto Mourão (2014b). Assim, esta tese, ao nos solicitar uma escrita ligeira e leve, reflete sobre o pensamento de Llansol – aquela que nasceu para escrever e escreveu para sobre-viver.
Palavras-chave: Maria Gabriela Llansol. Escrita por si. Experiência. Metalinguagem.
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