"As minhas palavras têm memórias ____________das palavras com que me penso, e é sempre tenso _________o momento do mistério inquietante de me escrever"
segunda-feira, 26 de dezembro de 2016
Do nosso Guerra Junqueiro, in Net...
Poema de Natal, de Guerra Junqueiro, in Pesquisa Google
NATAL
Sobre a palha loura / Dorme a rir, Jesus:
Tudo a rir se doura / De inocente luz.
Há no olhar etéreo / Do boizinho bento
Sonhos de mistério / Num deslumbramento…
Chegam pegureiros: / Chegam-se ao redor,
Tal e qual cordeiros/ Para o seu pastor
Anhos que vêm vindo / Põem-se a meditar:
Que zagal tão lindo / Para nos guiar!
Ajoelham magos, / Êxtase profundo!…
Com os olhos vagos / No senhor do mundo…
E a banhada em pranto / Mãe se transfigura,
Por divino encanto, /Numa virgem pura.
(Guerra Junqueiro)
Publicada, por primeira vez, em O Comércio do Porto Ilustrado (Natal 1893), com ilustração de Roque Gameiro, esta composição foi depois retomada em Poesias Dispersas (1920).
Aqui, como imagem, optámos pela “Natividade”, óleo sobre madeira de carvalho, Séc. XV. Esta pintura flamenga, de mestre desconhecido, faz parte da Colecção Guerra Junqueiro e encontra-se actualmente exposta no Museu Nacional de Arte Antiga (Lisboa). (Fotografia: António Morais)
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