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28-01-2016 às 11:50

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Stephen Hawking prevê quatro cenários possíveis para o fim do mundo







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A humanidade corre o risco de ser extinta graças a perigos criados por ela própria, disse o físico britânico Stephen Hawking, traçando quatro cenários possíveis para o fim do mundo.

Hawking foi convidado nas denominadas Reith Lectures, um evento que desde 1948 convida pessoas de projeção pública para uma série anual de palestras transmitida pela emissora de rádio BBC Radio 4.

Segundo o cientista, o progresso na ciência e tecnologia criará «novas formas de as coisas darem errado».

«Apesar de serem baixas as possibilidades de um desastre no planeta Terra num ano próximo, tal vai-se acumulando com o tempo e transforma-se numa quase certeza para os próximos mil ou dez mil anos», disse Hawking.

Hawking já fez antes vários alertas a respeito dos perigos que a humanidade tem estado a criar.

Inteligência artificial


Stephen Hawking acredita que os esforços para criar máquinas que pensem sozinhas são uma ameaça à existência humana.

«O desenvolvimento de uma inteligência artificial total (AI) pode levar ao fim da raça humana", disse o físico à BBC.

Salientou que as formas primitivas de inteligência artificial desenvolvidas até ao momento já provaram ser úteis, mas Hawking teme as consequências de se criar algo que possa igualar-se ou até superar os humanos.

«(As máquinas) iriam evoluir sozinhas, refazer o próprio projeto a uma velocidade cada vez maior. Humanos, que são limitados por uma evolução biológica lenta, não poderiam competir e seriam substituídos», considera.

O cinema americano já abordou a questão como uma ameaça em vários filmes como «2001: Uma Odisseia no Espaço» (de 1968), «Bladerunner» (de 1982), e a série de filmes «O Exterminador do Futuro», entre outros.

Guerra nuclear

Se as máquinas não nos matarem, poderemos fazer isso por conta própria.
«O fracasso humano que eu mais gostaria de corrigir é a agressão», disse Hawking numa palestra no Museu da Ciência de Londres, em 2015.

«Pode ter sido uma vantagem para a sobrevivência na época dos homens das cavernas, para conseguir mais comida, território ou parceiros para reprodução, mas agora é uma ameaça que pode destruir todos nós».

As armas de destruição em massa atuais são capazes de acabar com a vida na Terra, e a proliferação dos arsenais nucleares é uma grande preocupação mundial.

«Uma grande guerra mundial significaria o fim da civilização e talvez o fim da raça humana», disse Hawking.

Vírus criado por engenharia genética

As armas nucleares podem não ser a pior ameaça entre as invenções da humanidade.
Em 2001, Hawking disse ao jornal britânico Daily Telegraph que a raça humana enfrenta a perspectiva de ser exterminada por um vírus criado por ela própria.

«A longo prazo, fico mais preocupado com a biologia. Armas nucleares precisam de instalações grandes, mas a engenharia genética pode ser feita num pequeno laboratório.

Você não consegue regulamentar cada laboratório do mundo. O perigo é que, seja por um acidente ou algo planeado, criemos um vírus que nos possa destruir», disse o cientista.

«Não acho que a raça humana vá sobreviver aos próximos mil anos, a não ser que nos espalhemos pelo espaço. Há muitos acidentes que podem afectar a vida num único planeta», sublinhou.

Novamente, receios como este já foram retratados por Hollywood. Filmes como «12 Macacos», «Eu Sou A Lenda» e a série «Resident Evil» são apenas alguns dos que mostram um cenário no qual vírus feitos pelos homens destroem a sociedade.

Aquecimento global

Stephen Hawking descreveu ainda um cenário futurístico apocalíptico no documentário «A Última Hora», de 2007.

«Uma das consequências mais graves das nossas ações é o aquecimento global, causado pela emissão de crescentes níveis de dióxido de carbono resultantes da queima de combustíveis fósseis. O perigo é que o aumento da temperatura se transforme em (um processo) autossustentável, se é que já não está assim», alertou.

«Secas e devastação de florestas estão a reduzir a quantidade de CO2 que é reciclada na atmosfera», afirmou.

«Além disso, o derretimento das calotas polares vai reduzir a quantidade de energia solar reflectida de volta para o espaço e assim aumentar ainda mais a temperatura. Não sabemos se o aquecimento global vai parar, mas o pior cenário possível é que a Terra se transforme num planeta como Vénus, com uma temperatura de 250 graus na superfície e chuvas de ácido sulfúrico», afirmou.

«A raça humana não pode sobreviver nestas condições», disse Hawking.

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