VÍRGULAS-DE - SILÊNCIOS…
Monótono dedilhar das letras do poema
à hora-noite-do-computador…
…lua azul-suave a atravessar as cortinas do escrever-amor,
a dispersar raios luzentes nas trevas do anoitecer-em-pautas-de-música-luar.
Geme o Vento o seu lamento de viajar nas névoas do sono,
para constantemente partir.
Não perde Tempo e, como o rio, não pára de fluir,
ciente da falta de represas que contenham
o seu correr.
Permito que imensas Horas-de-Nada entrem, livremente, pela janela…
Tocam minha pele macia e vivem, incólumes, nos Pontos de Interrogação
que o poema guardou nos arquivos do dia-a-dia de cada consumição-------------------------
Deambulo, sem filosofia, na noite perturbada do jardim
onde se esconde o mistério do renascer.
Mergulho na intranquilidade do espelho
do écran do computador .
Surgem sorrisos…vírgulas do silêncio dos invernos
na infância das crianças que querem crescer…
AH…mas elas não sentem o anoitecer…
Na escuridão do sono apaziguador continuam a reviver…sem saber
que a noite vai ser clara , ao amanhecer .
Penso que , um dia, vou amar,
naquele mar de ilusão onde o mergulho do sonho
ditou a separação de melodias…
A praia deserta é feliz
no Infinito da comunhão com os palmeirais de raiz,
onde a paisagem espiritual se estende por entre pedras,
com as quais as conchas escavaram castelos de areia …
…sonhos tombados pela força do mar…
…escadas por subir, num Futuro onde desconheço o brilho do sol,
para além da noite…
AH…se existisses nesta hora…se existisses…
AH…se o mundo fosse uma estrada sem regras, onde pudesse tocar-te o pensamento!
Escreveria, então, versos tão livres como a vontade que tenho
de agarrar o teu Momento…
Maria Elisa Rodrigues Ribeiro
MAIO/2012-REG:MQC(CL)
Marilisa Ribeiro
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