domingo, 13 de agosto de 2017

Poema OBRA REGª





CHEGA COM O AMANHECER…

Chega com o amanhecer
o anónimo e invisível respirar brilhante do mundo.
Chegam as aves, as flores abertas, chega a vida
que faz a Vida com que se respira, até ao ar do crepúsculo…
…se o Futuro o quiser…


Levantam-se os trevos de quatro folhas…vivos, fortes,
orvalhados, prontos a embelezar as pedras empoeiradas
dos caminhos onde, até a caruma humedecida de orvalho
faz lembrar o cheiro a ouro, que os montes de trigo deixam no ar.


Parecem saltar os grãos já crescidos, com o conúbio das noites.


A luz do novo dia espalhou-se. Cheira a terra molhada.


Abro a janela, apanho a brisa na face e o vento nos cabelos.
Estendo o corpo a saudar o mundo de girassóis,
abertos até ao céu e carregados de insectos sequiosos e famintos.


O canto das milhentas cigarras cantoras, lembra-me, de repente,
as sinfonias de grandes compositores.


Entretanto, preparei o café da manhã, para beber naquela nossa mesa
tão grande, tão só como eu… e cantarolei a tristeza escondida…








Maria Elisa Ribeiro
AGT/017

Sem comentários:

Enviar um comentário