terça-feira, 14 de março de 2017

Poema meu (Obra REGª)















POEMA:

Poema:

QUANDO O TEU CORPO-HAVIA…

Que saudade do teu corpo
que eu construía, sempre, onde e quando-o-Havia…

É com as mãos da memória que abro o jardim,
suspenso no tempo do apelo nocturno
________no tempo dos aromas subtis
_______no tempo dos sussurros ardentes
_______no tempo de adormecer no sacrário do teu peito, imenso.

Onde estará tudo o que soube -de-ti,
sem ter aprendido nada
do tanto-que-te-vivi?

Dessa saudade que vivo, escrevo a música dos prados e das fontes,
a melodia da água do ribeiro a deslizar
na calma dos versos do brilho do teu olhar,
o suor das mãos enlaçadas no verde das árvores desprevenidas,
espalhadas pelos montes.

(Havia cerejas rubras no auge da cor das primaveras…
…e os pássaros cantavam-nos nos olhos…
…e as flores voavam-nos na boca
de beijo em beijo de sonho em sonho de fogo em fogo…)
Uma coisa louca!

Deixa que sinta nas veias o ardor do sol do deserto,
(mais perto do anoitecer)
quando as tâmaras são letras de ouro
com que te quero escrever…

Deixa que, nas palavras, refaça a estrada
que me levava, para Te- SER…

Deixa que dispa a noite dos tempos, ao calcorrear
esta estrada invulgar da memória
onde amealhei partículas do imenso desejo
de ser um continente da tua glória…

Deixa…olha, deixa lá…

Vou escrever-te, sim, só nas águas da ternura
dos caminhos da esperança!
E vou continuar a querer saber os segredos que o vento levou
de quando eu construía o teu corpo, onde, quando e sempre
que o Havia…

Maria Elisa Ribeiro -014

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