quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Poema meu (Obra Regª)















Poema:

Quando a Prosa me invade a Poesia
(O LARGO PEITO DAS ÁRVORES)

São brancas, matizadas de um azul-prateado, as flores que ardem na noite dos caminhos sombrios que o pensamento percorre. As aves deixam de voar, quando o crepúsculo chega, a lembrar que é hora da noite adormecer.

Sinto esse silêncio milenar do dia-a-terminar. Fico melancólica, exposta à falta de luz solar, quando o Tempo fecha os portões do dia, para que todos possam repousar.

E até as pedras se ressentem dessa ausência,
______ que lhes rouba a harmonia do sorriso do arroio,
_________ que cicia a grandiosidade de nunca ter que distinguir,
_____________as horas da noite das horas do dia.

A Terra apoia-se no peito largo das árvores… E são faias, pinheiros, carvalhos e olaias a descansarem no abraço das avelaneiras-em-flor, até que a névoa das montanhas se levante, na madrugada dourada, prenhe de uma nova alvorada-a-romper-um-novo-dia.

A brancura alva dá cor ao poema,
______que proclama a verdade quente da chuva solar,
________que se arrasta pelo desabrochar dos dias, das flores e das aves,
____________que não interrogam os mitos,
_________________porque não têm necessidade de respostas-para-existir.

Ao longe, distante como o Futuro-a-Vir, as águas do mar perdem as forças, em Alcácer-Quibir. Uma lamentosa canção desfaz-se em lágrimas de sangue ao luar e um piano-pátria chora o fluir das notas tristes, sem perfume, num permanente solilóquio de Pátria- Queixume.

Maria Elisa Ribeiro
JAN/016

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