quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Poema de Bocage



Nascemos para Amar

Nascemos para amar; a Humanidade
Vai, tarde ou cedo, aos laços da ternura.
Tu és doce atractivo, ó Formosura,
Que encanta, que seduz, que persuade.


Enleia-se por gosto a liberdade;
E depois que a paixão na alma se apura,
Alguns então lhe chamam desventura,
Chamam-lhe alguns então felicidade.

Qual se abisma nas lôbregas tristezas,
Qual em suaves júbilos discorre,
Com esperanças mil na ideia acesas.

Amor ou desfalece, ou pára, ou corre:
E, segundo as diversas naturezas,
Um porfia, este esquece, aquele morre.

Bocage, in 'Sonetos'

Nota: Bocage, um poeta do "Claro-Escuro", a transição entre o Classicismo e o Romantismo: Nos seus poemas Pré-Românticos já se nota que seria um grande romântico, não fosse a morte tê-lo levado ,tão cedo.

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