quinta-feira, 20 de outubro de 2016

MISTÉRIO!!!!!!!!!!!!


Agência Espacial Europeia confirma silêncio de módulo em Marte


ANDREA CUNHA FREITAS

20/10/2016 - 09:54


Continua a não haver sinais de vida do módulo de aterragem Schiaparelli que pousou em Marte, disse a Agência Espacial Europeia em conferência de imprensa esta quinta-feira.Tudo terá corrido bem até à fase de libertação do pára-quedas que servia para abrandar a descida até ao solo de Marte.






O módulo europeu de aterragem Schiaparelli







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A Agência Espacial Europeia (ESA) acredita que só dentro de alguns dias vai conseguir perceber o que aconteceu ao módulo de aterragem Schiaparelli que na tarde de quarta-feira desceu até ao solo de Marte. Para já, referiram os vários responsáveis da ESA numa conferência de imprensa esta quinta-feira de manhã, tudo indica que tudo correu como planeado até ao momento em que o módulo soltou o pára-quedas que servia para abrandar a descida até ao solo marciano. Ou seja, ainda não se sabe o que correu mal nos últimos segundos da aterragem.

Antes das más notícias, o director-geral da ESA, Jan Woerner, preferiu sublinhar o que correu bem ontem, quarta-feira. “A sonda europeia Trace Gas Orbiter (TGO) está correctamente posicionada na órbita de Marte e pronta para a ciência”, disse, sublinhando que a missão da ExoMars 2020que prevê levar um rover até Marte não está comprometida. Segundo explicou, a TGO recebeu e já enviou para Terra dados sobre a acidentada descida do módulo Schiaparelli.

Os engenheiros da ESA passaram a noite em claro, a analisar os dados transmitidos pelo Schiaparelli durante a descida até ao planeta. A missão do módulo era só aterrar, são e salvo, em Marte, conseguindo mostrar, pela primeira vez, que a Europa era capaz de levar alguma coisa inteira até ao solo marciano. O Schiaparelli faz parte da primeira etapa da missão ExoMars, um projecto entre a ESA e a Rússia, que quer pôr um rover em Marte em 2020.

“A primeira etapa da missão EXoMars tinha dois momentos. A sonda TGOestá a funcionar e pronta para a próxima fase. Recebeu e transmitiu os dados da descida do módulo de aterragem. E é um marco importante para a próxima etapa da ExoMars. Pela segunda vez, passados 13 anos da Mars Express, a ESA conseguiu com sucesso colocar uma sonda na órbita de Marte”, reforçou Andrea Accommazzo, director das operações de voo no centro de controlo da ESA, na Alemanha.

Sobre o Schiaparelli, Andrea Accommazzo confirmou que não houve mais qualquer sinal do módulo. Segundo adiantou, com os dados recebidos da sonda TGO, foi já possível concluir que Schiaparelli “entrou na atmosfera e abriu o pára-quedas no momento certo e o escudo funcionou sem falhas”. Porém, disse, “no ponto em que se libertou do pára-quedas, não se comportou como esperávamos”. “Vai demorar algum tempo até percebermos o que aconteceu nestes últimos segundos, mas temos informações do hardware doSchiaparelli que foram enviadas para a TGO e vamos analisar esses dados.”
O módulo espacial europeu nas últimas preparações antes da partida para o espaço a bordo de um foguetão russo ESA/ B. BETHGE

Por enquanto, os cientistas da ESA referem que os sinais recebidos indicam algumas possíveis falhas: o módulo poderá ter libertado o pára-quedas demasiado cedo e os pequenos foguetões que serviam para suavizar a aterragem ter-se-ão também desligado antes do momento certo. Porém, não há certezas. “Do ponto de vista da engenharia, é para isto que serve um teste e temos informações importantes para trabalhar. Vamos estudar em detalhe todas estas informações mas, neste momento, não podemos especular muito mais”, disse David Parker, director de voos espaciais e exploração robótica da ESA.
ExoMars em curso

Durante a conferência de imprensa, os responsáveis da ESA foram confrontados com várias perguntas sobre a possibilidade de o módulo não ter aterrado inteiro, espatifando-se no solo de Marte. Mas, pelo menos para já, nenhum dos responsáveis da ESA quis declarar a (previsível) morte deSchiaparelli. Os responsáveis da ESA admitiram que as coisas não correram como planeado com o módulo, mas preferiram acima de tudo sublinhar que a parte da missão que envolvia a colocação da TGO na órbita de Marte foi um sucesso. E, sobretudo, quiseram deixar bem claro que acreditam que a missãoExoMars está no rumo certo.

“A ExoMars está em curso. Temos as bases para uma missão europeia de sucesso à procura de vida em Marte”, sublinhou Jan Woerner. Sobre eventuais problemas no financiamento do resto da missão após esta primeira etapa da missão europeia, o director-geral da ESA defendeu que “não será preciso convencer ninguém do seu sucesso porque há provas disso”. “O módulo de aterragem era um teste. Recebemos os dados dos sensores que levava a bordo e temos informação sobre o que se passou e que vamos analisar nos próximos dias”, disse ainda.

Só a NASA (enquanto não se souber o desfecho da viagem do Schiaparelli) conseguiu que as suas sondas e robôs chegassem inteiros ao solo marciano. O que significa que só sete aparelhos conseguiram essa proeza. Primeiro foram as duas Vikings (em 1976), depois a missão Pathfinder com o seu robôSojourner (1997), seguindo-se os robôs Spirit e Opportunity (em 2004) e a sonda Phoenix (em 2008) e, por fim, o robô Curiosity (em 2012).

Sem sucesso, a ex-União Soviética também tentou aterrar em Marte. Tal como a Europa já o tinha tentado uma vez, em 2003, com o módulo Beagle 2, desenvolvido pela Universidade Aberta de Leicester (no Reino Unido), mas que deixou de dar sinais de vida. Marte é um cemitério de sondas, e uma das razões é a sua atmosfera pouco densa. A resistência do ar que ajuda a travar a velocidade dos aparelhos espaciais é menor.

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