quinta-feira, 20 de outubro de 2016

in www.leituras.eu: Sobre a "ADOLFINA"


A ascensão de Adolfina
20 de outubro de 2016 por leituras deixe um comentário


Quando falamos da Alemanha ou do Governo alemão temostendência a fulanizá-los em Frau Merkel ou Herr Schauble. Também simplificamos as suas posturas com a ideia de que a União Democrata-Cristã, onde os dois pontificam, é a força partidária mais à direita. Mas a política germânica é muito complexa e está a mudar. A CDU está em queda. Os seus aliados da Baviera, a CSU, também têm perdido popularidade. Quem subiu pelas sondagens e pelos votos acima, como um rastilho aceso, é a AfD.

Afd, Alternative für Deutschland, é a verdadeira direita, como não se via desde 1945, mas com o visual e o vocabulário adaptado a 2016. Não é uma falange nacionalista com suásticas e cânticos saudosos, ou grupos de jovens de cabelo raspado e botas cardadas e dar porrada nos imigrantes. Essas minorias, ilegais e marginais, nunca deixaram de se manifestar mas apenas servem para assustar os imigrantes e dar trabalho à polícia. A AfD não tem nada a ver com estes grupos aberrantes, embora os grupos aberrantes certamente votem na AfD.

Os analistas chamam à AfD populista, um insulto que mostra o medo com a força do partido. Essa força tem um número, desde as últimas eleições: 15 por cento. Quinze por cento é muita fruta, para um partido que defende o nacionalismo, o fecho das fronteiras e o retorno do orgulho germânico. A líder do AfD é uma mulher, também oriunda do Leste, como Merkel, e também não muito forte no capítulo do carisma: Frauke Petry. O que é forte em Petry é o modo como envolve o discurso nacionalista numa nuvem de suavidade que o faz parecer muito mais aceitável.




Por exemplo: os comícios da AfD têm sempre uma dose de contra-manifestantes de esquerda, agressivos e espalhafatosos. Chamam-lhe Adolfina e “die Führerin”.Resposta dela: “Não somos o tipo de pessoas que manda os outros calar”.

Petry costuma retorquir pessoalmente aos jovens que vão aos seus eventos, que geralmente são pequenos e em salas fechadas, o que permite o confronto audível entre as partes. A postura da Führerin não tem nada em comum com o estereótipo da extrema direita.
Continua…

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